quinta-feira, 31 de julho de 2014

Segunda geração de sementes beneficia lavouras no Cone Sul

Segunda geração de sementes beneficia lavouras no Cone Sul Há duas décadas, a ciência surpreendeu os agricultores com a introdução de sementes transgênicas que proporcionam lavouras resistentes a herbicidas . .. . .. Passado o tempo, a biotecnologia ainda é motivo de polêmica - escassez da oferta de sementes tradicionais e monopólio de grandes empresas são algumas delas -, mas a inovação dá um passo à frente com uma nova geração de sementes e expansão nas lavouras. No período de 20 anos, a área com culturas transgênicas subiu de 1,7 milhão de hectares para 175,2 milhões de hectares nos principais países produtores. "É a prova da eficiência e aceitação da tecnologia pelos produtores", diz Adriana Brondani, diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB). Há 18 anos, a Monsanto é a líder desse segmento de biotecnologia, desde que a soja Roundup Ready (RR), tolerante ao herbicida glifosato, foi colocada no mercado. Em 2013, a companhia de Saint Louis (EUA) alcançou US$ 14,9 bilhões em vendas, dos quais 70% correspondem à divisão de sementes e genômicas. "A empresa investe de 10% a 12% de seu faturamento global (US$ 14,9 bilhões em 2013) em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) na área de biotecnologia", informa Geraldo Berger, diretor de regulamentação da Monsanto no Brasil. O país é o segundo maior mercado para a multinacional americana. Ao fazer um balanço sobre a entrada dos transgênicos no campo, Berger comenta que a tecnologia comprovou sua relevância nos países onde a agricultura tem importância econômica. "Agora é o momento da segunda geração dessa tecnologia, com sementes que agrupam o maior número de características genéticas novas", diz. O diretor exemplifica com a nova soja da Monsanto, a Intacta RR2 PRO, disponível nesta safra, a 2013/14. A nova semente combina a segunda geração da tecnologia Roundup Ready (RR2) - uma versão mais produtiva da semente tolerante ao herbicida glifosato - e a tecnologia Bt, que oferece resistência a alguns tipos de lagarta, um problema típico das lavouras brasileiras. Berger informa que inicialmente a variedade foi aprovada para o mercado brasileiro, mas a semente também será adotada pelos países do Cone Sul (Argentina, Uruguai e Paraguai), que sofrem com a incidência da praga. "Vários setores passaram a compreender os transgênicos, que deixaram de estar no centro da discussão como no passado", acredita Cristhiane Bothona, gerente de assuntos regulatórios da Syngenta no Brasil. A múlti de origem suíça tem cinco tecnologias transgênicas ligadas ao milho cultivado no país. Conforme Bothona, a companhia destina US$ 1,4 bilhão (equivalente a 10% de seu faturamento) na área de P&D. Para a próxima safra, a 2015/16, a Basf pretende colocar no mercado brasileiro a soja "Cultivance", um transgênico resistente a herbicida desenvolvido em parceria com a Embrapa - empresa com quem mantém acordos de cooperação nas áreas de defensivos biológicos e absorção de nutrientes. Nos Estados Unidos, e com a Monsanto, a companhia alemã se prepara para lançar a primeira variedade geneticamente modificada de milho tolerante à seca. O produto é fruto de um acordo das áreas de P&D firmado em 2007, com o objetivo de desenvolver tecnologias nas áreas de tolerância à estiagem com investimentos conjuntos da ordem de US$ 2,5 bilhões. "Trata-se de uma nova era da transgenia, com empresas buscando acelerar o desenvolvimento de produtos", diz Luiz Carlos Louzano, gerente de biotecnologia da Basf para o Brasil. Segundo ele, a companhia investe globalmente u0080180 milhões por ano apenas na área de biotecnologia. Porém, não são apenas na soja, no milho e no algodão que residem os projetos. O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), uma das poucas companhias do mundo dedicadas a pesquisar cana-de-açúcar - controlada pelas gigantes do segmento sucroalcooleiro Copersucar e (Cosan / Shell) - investiu R$ 40 milhões em três novos laboratórios de biotecnologia, que agora passam a ser cinco no total. Uma das metas é acelerar o desenvolvimento de variedades de cana geneticamente modificada, além da produção do etanol celulósico, feito a partir da palha da cana. O investimento vai permitir estender características transgênicas para até 12 variedades, entre elas, a cana resistente à broca, que causa pesados danos à cultura, a ser lançada em 2017, e outras duas tolerantes à seca e com maior teor de açúcar. No começo do ano, a FuturaGene, empresa de biotecnologia que pertence a Suzano Papel e Celulose, submeteu à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) pedido de aprovação do plantio e uso comercial de eucalipto transgênico. A nova planta tem condições de produzir 20% mais madeira e o primeiro corte poderá ser feito aos cinco anos e meio de idade. O eucalipto convencional gera 45 metros cúbicos por hectare e está pronto para ser cortado aos sete anos de idade. Segundo Eugênio Ullian, vice-presidente para assuntos regulatórios da FuturaGene, não é possível traçar um prazo para o cultivo comercial. "O processo está nas mãos da CTNBio", diz. Assim que a atividade for aprovada, a empresa pretende dar início aos plantios do eucalipto geneticamente modificado em São Paulo, para depois ser levado para a Bahia e o Maranhão, onde a empresa mantém plantações. . .. . . .. Data de Publicação: 31/07/2014 às 16:50hs Fonte: Canal do Produtor .

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