quinta-feira, 31 de julho de 2014
Curso de carne e derivados promove alternativa de aproveitamento de ovinos para descarte
Buscando selecionar um plantel de qualidade, todos os anos os pecuaristas promovem o descarte daqueles animais considerados menos produtivos
Com os criadores de ovinos não é diferente, porém, na maioria das vezes, os animais de descarte são vendidos sem nenhuma distinção de corte e a preços bem mais baixos que os animais jovens e de alto rendimento de carcaça. A Embrapa Pecuária Sul, buscando agregar mais valor a este produto, em parceria com a Fundação Bradesco de Rosário do Sul (RS), ofereceu, na terceira semana de julho, o curso de processamento de carne e seus derivados. O curso, além de incrementar a produção, oferece a oportunidade de profissionalização para jovens a partir do Ensino Fundamental, e promove a qualificação de extensionistas, agentes do setor produtivo, e àqueles que trabalham com o processamento da carne e seus derivados.
Com atividades teóricas e práticas, o curso de 40 horas de duração foi montado pela Embrapa e a Fundação por meio de um convênio de cooperação firmado há dois anos, apesar de algumas edições terem acontecido antes da formalização do acordo entre as instituições. Segundo as organizadoras do curso, a pesquisadora Élen Nalério e a analista Citiéli Giongo, ambas da Embrapa Pecuária Sul, os aspectos trabalhados no curso relacionados à qualidade de carcaça e carne foram bem amplos. “Mostramos um panorama do mercado de carne, principalmente a bovina e ovina, que é o produto mais utilizado aqui na região. Abordamos também os aspectos fundamentais antes e após o abate, para isso visitamos um frigorífico e os 24 alunos puderam acompanhar todo o processo, bem como os métodos de conservação da carne”, explica Élen Nalério.
Processamento de derivados cárneos
Além de ensinar aspectos referentes aos métodos de conservação da carne utilizando exemplares de carcaça ovina, as professoras Élen Nalério e Citiéli Giongo demonstraram como realizar a desossa de uma carcaça e como fazer cortes finos, que valorizam em muito a peça, além da já conhecida chuletagem. As diferentes opções de corte e os derivados oferecem, portanto, outras opções de comercialização para a carne ovina. Segundo a pesquisadora, para confecção dos derivados, foi utilizada a mesma base de formulação aplicada em suínos. “O curso foi muito proveitoso, pois conseguimos fazer vários outros produtos com carne de cordeiro, como linguiças mistas, salame, apresuntado, hambúrguer, nugget e até mesmo um bacon especial, desenvolvido pelo Laboratório de Carnes da Embrapa Pecuária Sul, que chamamos de oveicon”, conta Nalério.
Uma das alunas do Curso de Carnes e Derivados, Michele Machado, ficou muito entusiasmada com as variedades de produtos que aprendeu a fazer. Atualmente ela é dona de um escritório de contabilidade em Rosário do Sul, mas pretende em breve incrementar sua renda, e abrir uma “linguiçaria” para vender os quitutes. “É muito bom ver as realizações da pesquisa contribuírem para gerar emprego e renda. E esse curso tem justamente esse intuito, ao aliar a revalorização da produção pecuária ovina com a melhoria de vida das pessoas”, aponta a pesquisadora.
Data de Publicação: 31/07/2014 às 09:20hs
Fonte: Embrapa Pecuária Sul
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