Amigas fabricam bolachas alemãs para completar renda em Uberlândia
Silke aprendeu a receita com sua bisavó quando criança e ensinou à Lahiza.
No Natal de 2015 elas chegaram a lucrar R$ 3.500 em um mês.
Em tempos de crise, muitas pessoas estão precisando recorrer aos famosos “bicos” para completar a renda. Silke Krause, de 37 anos, gestora de projetos em uma empresa de tecnologia de Uberlândia, ensinou a amiga Lahiza Mello, de 26 anos, que é fotografa e publicitária, a receita alemã dos biscoitos da família dela e é assim que as duas conseguem complementar o salário.
Silke aprendeu a fazer os biscoitos ainda criança com a bisavó que era alemã. “A receita da bolacha é tradicional e passou de geração em geração, eu nem sei dizer quando começou”. Ela conta que na família os cookies eram feitos para dar de presente no Natal para os amigos. “No fim de 2014, alguém me pediu as bolachas e disse que queria pagar por elas, foi aí que eu comecei a perceber uma fonte de renda”, relembrou.
No fim de 2015, Silke decidiu iniciar a fabricação. “Usei as redes sociais para começar a divulgar, postava fotos e mandava mensagens, isso foi o suficiente para receber as primeiras grandes encomendas”, explicou. Como a procura foi grande, ela precisou de uma ajudante e ensinou a amiga Lahiza. No Natal do ano passado, elas venderam cerca de 1.000 bolachas e tiveram um lucro de R$ 3.500.
O trabalho é artesanal e feito em casa. A base da receita é farinha e manteiga e os biscoitos são feitos em forminhas temáticas e decorados com açúcar de confeiteiro colorido. Silke conta que o custo para fazer o produto não é alto, mas a mão de obra extensa é o que mais conta no preço.
Para fazer 150 bolachas ela gasta em torno dois dias. “Conseguimos fazer de duas a três massas por semana. O que dá mais trabalho é a decoração, é tudo feito artesanalmente com calma e paciência, nós gastamos cerca de dez minutos por bolacha”, explicaram.
Como as empresárias trabalham em horário comercial, os biscoitos são feitos durante a noite, madrugada e fim de semana. “Agora a gente se organiza para fazer por temas, para chá de bebê, batizados, aniversários, festas, datas comemorativas e encomendas rotineiras para amigos e pessoas do trabalho. As crianças adoram e as mães sempre ligam pedindo, porque dá pra comer e brincar”, explicam. O lucro pode ser de até 200%, levando em conta todo o tempo gasto para produção. Cada bolacha decorada sai em torno de R$ 1,50.
Lahiza explica que ainda estão se estruturando, mas que o próximo passo é fazer uma ação de marketing para aumentar ainda mais as vendas e a produção e, quem sabe no futuro, até abrir uma marca. “As pessoas viajam, comem as bolachas lá na Alemanha e, modéstia à parte, falam que preferem as minhas. Aqui eu a faço um pouquinho mais doce para agradar os brasileiros”, brincou Silke.
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