terça-feira, 16 de agosto de 2016

Produtores rurais de Roraima esperam colher 72 mil toneladas de soja este ano

Produtores rurais de Roraima esperam colher 72 mil toneladas de soja este ano





Produtores rurais de Roraima esperam colher 72 mil toneladas de soja este ano
16/08/16 - 17:20 


Estado é considerado a nova fronteira agrícola do país 


Roraima está numa situação econômica favorável ao agronegócio. É considerado a nova fronteira agrícola do país e, por isso, o estado é visto por empresários rurais de outras regiões do Brasil como atrativo para novos investimentos. A bola da vez é a plantação de soja no Lavrado que tem expectativa de colheita para 2016 de 72 mil toneladas, o que equivale a 1 milhão e 200 mil sacas de 60 kg, economia que gira em torno de quase R$ 88 milhões.
“Cada saca é vendida ao preço de R$ 74,00, conforme a variação do dólar americano. Todos os empresários que chegam em Roraima investem em equipamentos, crédito, melhoria do solo e logística. Se a cadeia do plantio do grão estiver funcionando integrada, futuramente pretendemos alcançar 100 mil hectares”, destacou o presidente da Comissão da Colheita 2016, Marlon Buss, confirmando que o aumento da produção representa cerca de 20% do PIB de Roraima, o que quer dizer, segundo ele, a libertação do setor produtivo. 
A Comissão da Colheita da Soja – composta pela Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Roraima (FAERR), empresários do ramo e a Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seapa), calculam a exportação pelos portos de Georgetown/GY (distância 550 km) e Puerto La Cruz/VE (distância 1.200 km), logística já estudada antes mesmo da plantação, bem como lugar onde os insumos podem ser comprados bem mais em conta. Além é claro da distância do Porto de Itacoatiara/AM (1.000 km), comparada a outros lugares do Brasil.
Para o presidente da FAERR, Sílvio de Carvalho, muitos gargalos já foram vencidos e Roraima está na via certa do desenvolvimento. Segundo ele, o que falta é divulgação para que outros empresários acreditem ainda mais e apostem nesse novo momento do Estado. Outra questão diz respeito a solução do impasse do linhão de Tucuruí que vai ligar a energia do País ao Estado.
“Já passou do tempo de resolvermos de vez esse problema. Se essa solução anda a passos curtos e os empresários já conseguem a façanha de produzir desse jeito, imaginem quando resolvermos a questão energética. Saltaremos a produção e alcançaremos a independência. E porque não dizer: competiremos com outros estados”, previu Carvalho.  
Benefícios
O Estado é geograficamente estratégico localizado numa tríplice fronteira Brasil/Venezuela/Guiana, agora com terras para plantar (após 10 anos da demarcação da Terra Indígena), clima favorável – inclusive para duas safras no ano e, ainda, faz divisa com o Amazonas.
Segundo os organizadores da colheita, um dos fatores tecnológicos decisivos para aumentar a produção foi o estudo promovido pela Embrapa Soja (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias). A pesquisa contribuiu na otimização do grão quanto a composição genética, o que o deixou mais resistente à doenças e pragas, além da maior composição nutricional de proteína e óleo. Outro benefício, segundo pesquisadores, é o tempo de colheita, o grão pode ser obtido em torno de 85 dias.
Outro quesito que será decisivo e positivo para os próximos anos é a conclusão do Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) que está em fase de estudos pela Secretaria de Planejamento. O esboço adequado dará mais segurança na hora da tomada de decisões para o setor. 
Novo momento fundiário
O Governo do Estado de Roraima divulgou amplamente que este ano as Terras foram repassadas da União ao poder estadual, o que pode viabilizar estudos fundiários e investimentos. São mais de 4,6 milhões de hectares que poderão servir ao agronegócio, o que fornece mais segurança jurídica e respaldo à produção. Até pouco tempo, o Estado produzia apenas 1,5 tonelada.  Hoje, a região conseguiu aumentar em 30 vezes o valor.
Festa da Colheita 
Todo ano a Comissão promove a Colheita Oficial da Soja no lavrado de Roraima. Nos Dias 2 e 3 e setembro já estão programadas palestras com especialistas do grão e a própria colheita. No dia 2, será no auditório do Centro Amazônico de Fronteira (CAF) da Universidade Federal de Roraima (UFRR). Já no dia 3, haverá o Dia de Campo na Fazenda Luana Luiza - BR 174, Km 473 - Boa Vista.

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