segunda-feira, 31 de julho de 2017

Planta cultivada no Paraná é aposta para regular hormônios


Ginseng

Planta cultivada no Paraná é aposta para regular hormônios


Ginseng também é alternativa para prevenir doenças como câncer e diabetes, afirma especialista
Por:  
Publicado em 31/07/2017 às 00:31h.
Nas ilhas e várzeas do segundo maior rio da América do Sul, o Rio Paraná, brota uma planta medicinal capaz de regular hormônios: o ginseng, que tem raiz utilizada para a prevenção do diabetes e câncer, segundo Cirino Corrêa Júnior, coordenador estadual de plantas potenciais, medicinais e aromáticas do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural - Emater.
Utilizado há séculos pelos indígenas, o ginseng brasileiro foi estudado nas décadas de 80 e 90. “A raiz da planta tem componentes que atuam na regeneração das células, na purificação do sangue e na regularização das funções hormonais e sexuais”, explica Corrêa Junior. Ele escreveu uma tese sobre o assunto durante seu doutorado na Faculdade de Ciências Agronômicas da Universidade de São Paulo - Unesp.
A capacidade medicinal virou uma oportunidade de negócios para agricultores do Noroeste do Paraná, principalmente em Querência do Norte, reduto do ginseng brasileiro. “Ao chegarmos ao município, identificamos a planta e incentivamos o cultivo e a retirada de forma correta, sempre respeitando o meio ambiente e a preservação da espécie”, conta o pesquisador.
Antes, a coleta era feita de forma inadequada, até mesmo com fogo para a retirada da planta, para “limpar a mata” até a obtenção da raiz. Com a profissionalização do cultivo, os agricultores da região formaram a Associação de Pequenos Produtores de Ginseng de Querência do Norte (Aspag), em 2005, lembra o sócio-diretor da entidade, Misael Jefferson Nobre.
Ginseng brasileiro: comércio
Segundo levantamento do Deral (Departamento de Economia Rural), da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, apenas em 2015 a produção da raiz chegou a 225 mil quilos no Paraná - 89% ao registrado no ano anterior -, gerando R$ 675 mil aos produtores rurais.
Os compradores vêm de países da Europa e Ásia. A França, por exemplo, importa três toneladas por ano do ginseng brasileiro, e o Japão uma tonelada. Agora são os chineses que estão em busca da planta e já tem visita agendada para setembro. “É mais uma chance de mostrarmos a qualidade do nosso produto para compradores de outro país”, diz Nobre.
O sócio-diretor da associação garante que o produto é o melhor do Brasil. O ginseng brasileiro também é conhecido pelos nomes de batata-do-mato, corango, corrente, sempre-viva e paratudo. O produtor dá a dica para a identificação de um bom produto: a planta precisa estar bem amarela. “Quando tem baixa qualidade, por causa da presença do caule e das folhas da planta, ela fica esbranquiçada e amarronzada”, garante.
Contudo, a comercialização poderia ser maior se o ginseng fosse reconhecido como planta medicinal, segundo o técnico agrícola da Emater, Wesley Santa Passo. “Seria necessário uma pesquisa de uma instituição científica, mas como o mercado é pequeno e ainda não gera tanto lucro, nenhuma universidade fez ainda”, opina. Isso faz com que, atualmente, atravessadores vendam parte a produção nos mercados internos e externos. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário