segunda-feira, 31 de julho de 2017

SOJA FECHA NO VERMELHO EM CHICAGO COM REALIZAÇÃO DE LUCROS E POSSIBILIDADE DE CHUVA NOS EUA

SOJA FECHA NO VERMELHO EM CHICAGO COM REALIZAÇÃO DE LUCROS E POSSIBILIDADE DE CHUVA NOS EUA

Nesta segunda-feira (31), os futuros da soja trabalharam em queda durante todo o pregão na Bolsa de Chicago, registrando intensas perdas de mais de 10 pontos, porém, terminou o dia com quedas menos severas de pouco mais de 5 pontos entre as principais posições negociadas. O principal contrato deste momento – ainda o novembro/17, referência para a safra americana, fechou o dia com US$ 10,07 por bushel.
As baixas foram, mais uma vez, reflexo do clima nos Estados Unidos e da variação grande entre as informações apresentadas pelos cinco principais modelos climáticos acompanhados pelos traders nos Estados Unidos. “O mercado tem oscilado ao sabor dessas previsões climáticas”, diz o analista da Agrinvest Commodities, Eduardo Vanin.
O último final de semana foi de poucas chuvas e temperaturas mais amenas, porém, os preços na CBOT já começam a olhar para as próximas semanas e a possibilidade de registro de algumas chuvas onde são mais necessárias. Dessa forma, como explica o executivo, as condições climáticas durante todo o mês de agosto serão, portanto, de extrema importância e deverão ser acompanhadas diariamente, não só pelo produtor americano, como também pelo brasileiro.
“Ainda não há nada definido para a soja nos Estados Unidos”, diz Vanin em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta segunda, reforçando a importâncias das informações sobre o clima nos EUA, tal quase sobre a produtividade esperada para a nova safra americana. “Já se espera 1 bushel por acre a menos e acredito que isso já estaria no preço”, completa.
No entanto, depois de um julho de condições de clima adverso e sem uma ideia mais clara sobre o rendimento da oleaginosa, a insegurança do mercado em relação à oferta 2017/18 dos Estados Unidos ainda é grande e deve manter o mercado bastante volátil. Além disso, enquanto algumas regiões produtoras do Corn Belt sofrem com o tempo ainda muito quente e seco, outras sentem ainda impactos do excesso de umidade registrado no início dos trabalhos de campo, o que intensifica a irregularidade que marca essa nova temporada nos EUA.
Novos números sobre a produtividade norte-americana chegam no dia 10 de agosto, no boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e boa parte do mercado já espera números menores do que os 48 bushels por acre estimados no reporte de julho. Para analistas nacionais e internacionais, essa média dificilmente será alcançada.
Ainda segundo Eduardo Vanin, o boletim deste mês é um dos mais importantes para as projeções de produtividade para os Estados Unidos e, “nos últimos 10 anos, em 8 deles, a produtividade observada em janeiro (que é o número final) foi maior do que o estimado em agosto, isso dá uma ideia do quanto agosto é importante na formação da produtividade da soja”.
No Brasil, a semana também começou com preços em queda e as baixas foram significativas entre as principais praças de comercialização. As referências no Sul do país foram as mais intensas, chegando a passar de 2% em alguns casos, como Ponta Grossa, no Paraná. O preço foi a R$ 68,00 por saca, com queda de 2,86%.
Nos portos, por outro lado, os preços da soja se mantiveram estáveis tanto no disponível, quanto para a safra nova. Em Paranaguá, a soja disponível fechou o dia com R$ 72,50 por saca, enquanto em Rio Grande manteve os R$ 72,00. Já para a nova temporada, R$ 73,00 no terminal paranaense e R$ 76,00 no gaúcho.
Além da pressão vinda de Chicago, o câmbio tambpem segue limitando o avanço das cotações no mercado brasileiro. O dólar segue baixo e, somente em julho, acumulou uma perda de quase 6%, segundo informações da Reuters, e registrou sua maior queda mensal em quase um ano.
Nesta segunda, a moeda americana fechou com R$ 3,1183, perdendo 0,52%. “A tendência de curto prazo é do dólar mais perto de 3 reais, com alguma perspectiva de fluxo”, avaliou o analista-chefe da corretora Rico, Roberto Indech á agência de notícias, ao ponderar, no entanto, que questões políticas podem trazer volatilidade.

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