segunda-feira, 30 de julho de 2018

Tempo: Plantio da safra de verão pode ser afetado com chuvas abaixo da normalidade nos próximos meses



Publicado em 30/07/2018 15:24 e atualizado em 30/07/2018 19:50



O vazio sanitário da soja termina durante o mês de setembro nos principais estados produtores do Brasil e é quando o plantio começa. No entanto, diante das condições de seca que tomam conta da região central do país, produtores brasileiros da oleaginosa e de milho começam a ficar preocupados, já que a continuidade dessa situação comprometeria os preparativos da safra de verão no país.
O mapa de anomalias de precipitação do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) para o trimestre (agosto, setembro e outubro), mostra a tendência de chuvas dentro da normalidade a ligeiramente abaixo do normal em grande parte do Centro-Oeste, acompanhado de temperaturas médias acima do normal climatológica, devido a permanência de massa de ar seco e quente, principalmente nos meses de agosto e setembro.
A mesma condição vale para áreas da região Sudeste. Enquanto que em localidades do Sul, Norte e Nordeste, a tendência aponta para chuvas dentro da normalidade em relação aos últimos anos a levemente acima. As médias climatológicas trimestrais de precipitação total e também de temperatura média do modelo climático do Inmet têm como referência o período de 1981 a 2010.
Veja o mapa de previsão de anomalias de precipitação nos próximos meses em todo o Brasil:
Mapa de previsão de anomalias de precipitação nos próximos meses em todo o Brasil - Fonte: Inmet
Fonte: Inmet


As chuvas nos últimos dias de julho têm se concentrado apenas nas extremidades do país e o tempo firme toma conta da maior parte das regiões produtoras com a atuação de uma massa de ar seco. No entanto, previsões estendidas já mostram a tendência de mais chuvas nessas áreas nos próximos dias, mas ainda em baixos volumes, e sem confirmação de continuidade nos próximos meses.
Mapas do centro de previsão da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, mostram a tendência de mais chuvas sobre áreas do Sudeste e Centro-Oeste do Brasil já no período de 07 a 11 de agosto. Essa previsão de longo prazo, no entanto, ainda deve ser confirmada nos próximos dias.
"Começaremos agosto com uma mudança de padrão no Sudeste, mas apenas no primeiro decêndio do mês é que chuvas ainda fracas chegam a áreas no interior do Brasil. No entanto, o solo da região está bastante seco e essas precipitações não devem recuperar os baixos níveis de água", explicou a Somar Meteorologia acrescentando que em setembro mais precipitações estão no radar e que em outubro deve voltar a ficar seco na região.
Veja o mapa com a precipitação acumulada para o período de 30 de julho até 07 de agosto em todo o Brasil:
Mapa com a precipitação acumulada para o período de 30 de julho até 07 de agosto em todo o Brasil - Fonte: National Centers for Environmental Prediction/NOAA
Fonte: National Centers for Environmental Prediction/NOAA
As principais empresas metrológicas do Brasil convergem em relação ao retorno gradual das chuvas para a faixa central do país nos próximos dias. No entanto, ainda é cedo para confirmar o real potencial dessas chuvas nos meses de setembro e outubro, quando devem ser iniciados os trabalhos de plantio da nova safra.
Veja abaixo a previsão dos principais institutos meteorológicos para os próximos meses:

Somar Meteorologia

O mês de agosto deve se iniciar com chuvas ainda bastante concentradas nos extremos Norte e Sul do Brasil, mas elas retornam a algumas áreas produtoras, de acordo com a Somar Meteorologia.
"As previsões para agosto do modelo americano mostram chuva acima do normal no Sul, litoral de São Paulo, Rio de Janeiro e sul de Mato Grosso do Sul, e chuva abaixo do normal no litoral leste do Nordeste. No Sul a chuva fica concentrada no primeiro decêndio e no final do mês", afirma a empresa meteorológica.
De forma geral, o mês de agosto terá temperaturas em média 1 a 2ºC mais baixas do que o normal em áreas do Sul e Centro-Oeste. Para o mês de setembro, a Somar aponta uma condição de mais chuvas sobre áreas centrais do país. No entanto, apesar de animar os produtores, em outubro a tendência é de uma condição mais seca.

Climatempo

Uma mudança no padrão meteorológico deve marcar esta semana em localidades da região central e Norte do Brasil, mas as chuvas ainda serão irregulares e de curta duração, segundo a Climatempo.
"A presença de áreas de instabilidade sobre a região Sudeste irá levar a uma mudança nesse padrão seco e pancadas de chuvas estão sendo previstas para ocorrerem nesse início de semana sobre vários pontos dos Estados de São Paulo, norte do Paraná, sul do Mato Grosso do Sul, bem como também em pontos da metade sul de Minas Gerais e do Mato Grosso", informa a empresa meteorológica.
Apesar do retorno das chuvas, elas não trarão nenhum prejuízo aos produtores, mesmo àqueles que estão em pleno processo de colheita, como é o caso dos produtores de milho, feijão, café e cana de açúcar. "Essas chuvas irão permitir que haja uma mínima elevação dos níveis de umidade do solo, garantindo condições um pouco mais satisfatórias ao desenvolvimento das lavouras", diz.
Precipitações Climatempo

TempoOK

De acordo com informações da consultoria TempoOK, os meses de setembro e outubro devem ser marcados por chuva abaixo da média na maior parte do país. Por outro lado, nos primeiros dias de agosto, uma condição dentro normalidade é prevista. "Precisamos lembrar que esta época do ano é marcada por menores volumes", ressalta o meteorologista João Hackerott.
Além disso, a empresa também lembra possíveis reflexos do fenômeno climático El Niño no segundo semestre para a safra de verão do Brasil. "Ainda não é uma certeza, mas é muito provável que o El Niño aconteça. Com a sua caracterização, podemos ter chuva acima da média no Sul e abaixo da média no Nordeste brasileiro", disse Hackerott.

Hidrelétricas podem seguir com chuva abaixo da média em 2018/19, dizem especialistas

Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - Os reservatórios das hidrelétricas, principal fonte de geração de energia do Brasil, podem enfrentar uma nova temporada de chuvas abaixo da média histórica entre o final deste ano e os primeiros meses de 2019, o chamado "período úmido", em que geralmente se espera recuperação dos reservatórios, disseram especialistas do setor à Reuters nesta segunda-feira.
Se confirmadas, as previsões levariam a precipitações na região das usinas ainda piores que no ano passado, o que contribuiria para manter uma pressão sobre as contas de luz, que já estão desde junho com a bandeira vermelha nível 2, que eleva custos para os consumidores para sinalizar uma menor oferta de geração.
Um eventual desempenho abaixo da média nas chuvas significaria ainda a continuidade de um padrão negativo que tem se repetido desde ao menos a última hidrologia mais favorável para a produção hidrelétrica, no período chuvoso de 2011/2012.
"Nossas projeções apontam hoje para um período úmido abaixo da média de longo termo (MLT) em 2018/2019. Seria ainda pior que em 2017/2018... entre dezembro e abril, (as precipitações na área dos reservatórios) devem ficar em torno de 82 por cento da média histórica", disse à Reuters o gerente executivo de Preços da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Cesar Pereira.
A média das precipitações foi de 87 por cento na época de chuvas de 2017/18.
A consultoria meteorológica Climatempo tem uma visão bastante semelhante, com expectativa de atraso no início das precipitações, que se recuperariam em março, mas ainda não seriam suficientes para recuperar o tempo perdido.
"De uma forma geral, de outubro a março a expectativa é de chuva abaixo da média. O 'período úmido' vai ter menos chuva que o normal de uma forma geral no Brasil", afirmou à Reuters a diretora de meteorologia da Climatempo, Patricia Madeira.
"A gente pode estimar que durante todo o período úmido no sistema elétrico, a chuva vai ficar cerca de 30 por cento abaixo da média", adicionou ela.
A Climatempo não detalhou projeções específicas para cada mês no período.
Já a CCEE estima precipitações na região das hidrelétricas em 86 por cento da média em novembro e 88 por cento em dezembro. Em janeiro, seriam 83 por cento, com 81 por cento em fevereiro, 78 por cento em março e 79 por cento em abril.
Essa projeção poderia eventualmente melhorar conforme se materialize o fenômeno climático El Niño, que pode favorecer chuvas na região sul, segundo Pereira, da CCEE.
"Hoje, no entanto, a gente não consegue ter certeza se ele vai se configurar e nem se vai ter intensidade suficiente para melhorar (as perspectivas) na região Sul e dar uma 'folga'", explicou.
Nesse cenário, os reservatórios das hidrelétricas começariam a reta final do ano em 20 por cento da capacidade de armazenamento, perto do pior nível já registrado no histórico, de 17,9 por cento no final do ano passado, segundo a CCEE.
Além do efeito nas tarifas, as chuvas abaixo da média podem também pressionar empresas de geração com grande concentração de ativos hidrelétricos, que precisam comprar energia no mercado de curto prazo para compensar uma menor produção de suas usinas quando os reservatórios estão baixos.

Bombeiros começam a controlar incêndio florestal na Califórnia; seis pessoas morrem

REDDING, Califórnia (Reuters) - Bombeiros da Califórnia estavam conseguindo ganhar terreno nesta segunda-feira sobre um incêndio florestal de grandes proporções que matou seis pessoas e destruiu centenas de casas e imóveis comerciais, enquanto equipes de resgaste buscam por ao menos sete pessoas que estão desaparecidas.
O incêndio Carr começou há uma semana nos arredores de Redding, cerca de 240 quilômetros ao norte de Sacramento e dobrou de tamanho ao longo do fim de semana, pegando uma área do tamanho de Denver e forçando 38 mil pessoas a deixarem suas casas. Dois bombeiros, uma mulher de 70 anos e seus dois netos estão entre os mortos.
A Califórnia está sofrendo o impacto de uma série extrema de incêndios florestais ao longo do Oeste dos EUA, com ventos erráticos e temperaturas recordes desencadeando incêndios que queimaram cerca de 165 mil hectares no Estado, o maior nível até agora no ano em uma década.
"Eu sou um antigo morador dessa comunidade e eu nunca vi um incêndio com tanta destruição nessa área até hoje", disse o supervisor do condado de Shasta, Leonard Moty, sobre o incêndio Carr durante uma coletiva de imprensa.
Cerca de 3.400 bombeiros que lutam contra o incêndio Carr começavam a controlá-lo, segundo o Departamento de Florestas e Proteção contra Incêndios da Califórnia (CalFire).
Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas/Reuters

Nenhum comentário:

Postar um comentário