segunda-feira, 2 de março de 2020

China vai retomando 'vida normal' e soja fecha em alta na CBOT com boa perspectiva de demanda



Publicado em 02/03/2020 17:27 e atualizado em 02/03/2020 20:25

Com baixos estoques de alimentos, demanda de curto prazo deve ser intensa e oleaginosa será favorecida. No entanto, mercado espera para saber onde compras chinesas serão feitas. Brasil ainda mantém maior competitividade.

Marcos Araújo - Analista da Agrinvest

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Entrevista com Marcos Araújo - Analista da Agrinvest sobre o Fechamento de Mercado da Soja
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O mercado da soja na Bolsa de Chicago fechou em alta nesta segunda-feira (2) e as altas refletiram, segundo explicou o analista Marcos Araújo, da Agrinvest Commodities, melhores perspectivas sobre o surto de coronavírus na China. "Parece que o pior já passou, a China vai retomando sua vida normal e a demanda deve ser favorecida no curto prazo. Os estoques de alimentos estão muito baixos", diz. 
Os futuros da oleaginosa encerraram o dia na CBOT com ganhos de pouco mais de 8 pontos nos principais contratos, com o março encerrando o pregão em US$ 8,90, o maio em US$ 9,01 e o julho em US$ 9,10 por bushel. O mercado conseguiu espaço para uma recuperação em um dia de menor aversão ao risco e de altas generalizadas entre as commodities. 
Ainda como explicou Araújo, embora frente ao real o dólar tenha subido neste início de semana, a divisa cedeu frente a outras mundo a fora e isso aumenta a competitividade da soja norte-americana, o que também favoreceu as altas observadas em Chicago. A grande questão, no entanto, continua sendo se a China volta às compras nos EUA ou se mantém-se concentrada no mercado brasileiro. 
O produto do Brasil, afinal, mantém a liderança da competitividade, não só com preços ainda mais atrativos - já que o mercado nacional segue contando com a vantagem cambial, com o dólar próximo dos R$ 4,50 - mas também com melhor qualidade - contando com um produto de maior teor de proteína - e uma disponibilidade da oleaginosa que vai crescendo na medida em que a colheita avança. 
Nas análises da Agrinvest, o Brasil deverá colher 124,5 milhões de toneladas, exportar 80 milhões e registrar um consumo de 44,5 milhões de toneladas. "Com isso, os estoques de passagem ficariam em menos de 1 milhão de toneladas, abaixo das 4 milhões do ano passado", diz o analista. E estes, como explica Araújo, são números que têm que ser constantemente monitorados para definir suas próximas estratégias de comercialização. 
Diante desse bom momento, as vendas da safra 2019/20 estão bastante adiantadas e os embarques nacionais também vêm registrando bons números. Dados divulgados pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior) mostram que o Brasil embarcou 5,12 milhões de toneladas de soja em fevereiro e registrou o segundo maior volume mensal da história. 
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Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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