Publicado em 20/03/2020 08:32
Ao divulgar, ontem (19), os dados consolidados do abate de frangos em estabelecimentos sob inspeção federal, estadual e municipal no quarto trimestre de 2019, o IBGE praticamente confirmou os resultados preliminares de um mês atrás. Ou seja: a despeito de um aumento anual de quase 2% no número de cabeças abatidas, a carne de frango delas proveniente registrou incremento inferior a meio por cento, o que – é natural concluir – indica redução no peso médio dos frangos abatidos no ano que passou.
Sem ter, ainda, atingido o recorde de 2016 (5,860 bilhões de cabeças), o volume de cabeças abatidas em 2019 recuperou-se ligeiramente em relação a 2018 (+1,88%), ficando em pouco mais de 5,800 bilhões de cabeças.
Mas a carne de frango proveniente desses abates não respondeu na mesma proporção. Segundo o IBGE, o volume obtido, de 13,552 milhões de toneladas, aumentou apenas 0,3%, percentual que corresponde a um adicional de somente 40 mil toneladas.
O índice de incremento inferior ao de cabeças abatidas indica que o peso médio retrocedeu em relação ao ano anterior. Efetivamente, contrapondo-se os dois indicadores divulgados pelo IBGE (cabeças abatidas e carne produzida) chega-se à conclusão de que em apenas um mês de 2019 (março) o peso médio registrado foi ligeiramente superior ao de 2018. Com a queda nos outros 11 meses, o peso médio do ano – cerca de 2,334 kg por cabeça abatida – apresentou redução de 1,55%.
Notar, de toda forma, que isso não representa perda de produtividade. É verdade que, no decorrer de 2019, houve momentos de grande demanda sem que houvesse possibilidade de imediata resposta, o que – em algumas ocasiões – levou à antecipação da idade de abate, procedimento que resulta em pesos menores.
Porém, a principal determinante do peso inferior em 2019 não está naquele exercício e, sim, em 2018, quando houve a greve dos caminhoneiros. Como, então, foram registrados grandes atrasos nos abates, a consequência foi a produção de frangos com muito maior peso que a média esperada.
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