quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
Estoques mundiais baixos trazem boas perspectivas à Fibria
Estoques mundiais baixos trazem boas perspectivas à Fibria
Lucas Bombana (lbombana@brasileconomico.com.br)
31/01/13 16:07
O estoque de celulose da Fibria encerrou dezembro em 690 mil toneladas, ou 46 dias.
Boa parte do sentimento positivo da Fibria para o mercado em 2013 está relacionado com os níveis nos quais se encontram os estoques de celulose.
"Realmente fechamos o ano com nível de estoque bem baixo. Não pretendemos trabalhar de forma regular ao longo do ano com esse nível", falou Henri Philippe Van Keer, diretor comercial da Fibria.
O estoque de celulose da Fibria encerrou dezembro em 690 mil toneladas, ou 46 dias.
O crescimento nas vendas da companhia - tiveram elevação de 7% de outubro a dezembro -, e a consequente redução dos estoques da empresa, segundo Keer, não decorrem de um processo de recomposição global de estoques, mas da demanda aquecida, principalmente na China, que irá adicionar uma demanda por celulose de aproximadamente 2,8 milhões de toneladas no biênio 2012-2013.
"As estatísticas estão provando que o estoque que está nas mãos dos produtores e dos consumidores está baixo na Europa, nos Estados Unidos, e no mundo inteiro", disse o diretor comercial.
Keer ponderou que o mercado está sentindo a saída de Jari, sendo que ainda não está sendo beneficiado pela nova capacidade da Eldorado.
"Isso combinado com a parada das nossas fábricas (Aracruz C em janeiro, e Veracel em março) ajuda a trabalharmos com um cenário de estoques apertados ao longo do primeiro trimestre".
Embora a previsão mais segura em relação aos estoques tenha março como horizonte, o diretor ressaltou que a visão da Fibria para o mercado de celulose é positiva para o ano inteiro.
"Só vemos o impacto de Eldorado neste ano. A demanda deve absorver sem problemas essa capacidade".
Em razão do atual momento, Keer admitiu que sua companhia não está enfrentando grandes dificuldades para promover reajustes nos preços da matéria-prima.
O preço da celulose de fibra curta iniciou o ano passado em US$ 652 por tonelada, e encerrou a US$ 776, evolução de 19%.
Capacidade instalada
Marcelo Castelli, presidente da Fibria, afirmou que dificilmente teremos em 2013 grandes avanços da Fibria no campo de sua capacidade, hoje em 5,3 milhões de toneladas.
"Em relação a ganhos expressivos, não vejo alta probabilidade. Não temos projetos de grande expansão da capacidade atual", disse o executivo.
"Trabalhos de eficiência na área industrial, florestal, podem levar a ganhos considerados normais de perpetuidade, de 0,5%".
Custos
Em relação aos custos da Fibria, que cresceram 10% no quarto trimestre, Guilherme Cavalcanti, diretor de finanças e de relações com investidores da empresa, falou que a desoneração na folha de pagamentos trará uma melhora competitiva entre R$ 45 milhões e R$ 50 milhões.
"Temos boas chances de ter mais um ano de performance outlier (ponto fora da curva) relativa às demais empresas do setor e de commodities".
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