quarta-feira, 30 de outubro de 2013
30/10/2013 - 12:20
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Dois grandes frigoríficos de Tangará da Serra podem ser fechados por falta d’água na cidade
Da Redação - Priscilla Silva
Foto: Reprodução
Dois grandes frigoríficos de Tangará da Serra podem ser fechados por falta d’água na cidade
O problema de abastecimento de água no município de Tangará da Serra, a 244 quilômetros de Cuiabá, tornou-se uma ameaça para dois frigoríficos instalados naquela região, Marfrig e Anhembi. Sendo fonte de renda econômica para a cidade, os dois seriam interditados para dar prioridade ao abastecimento público de água.
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Para evitar perda dessas fontes de renda da população do município, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Sepotuba intermediou diálogos entre as empresas, o Ministério Público estadual e governo do Estado, através da Secretaria do Meio Ambiente.
Durante o encontro o presidente do Comitê, Décio Eloi Siebert, conta que os representantes se viram diante de um dilema; ou fechavam os dois maiores empreendimentos do município ou prejudicariam o abastecimento d’água da cidade. “Tivemos que achar uma alternativa e agora estamos fazendo algumas medidas emergênciais, paliativas para tentar captar água das chuvas. Com isso, tentamos amenizar essa questão da água até ano que vem”.
Porém, a solução encontrada pelo grupo não resolverá a questão de Tangará da Serra, que há cerca de cinco anos enfrenta o problema da falta d’água. Sendo assim, uma das soluções apresentadas pelo comitê é a captação de água das chuvas.
Potencialidade desperdiçada
Siebert afirma que tudo está relacionado a uma questão matemática. Ele explica que a média de chuva em Mato Grosso é de 1.800 milímetros por ano, um volume que representa 1.800 metros de água por metro quadrado. Em Tangará da Serra, existe um manancial de abastecimento público que ocupa uma área de contribuição de 5.400 mil hectares.
O presidente calcula que se existe uma capacidade de 1.800 litros por metros quadrado, significa uma disponibilidade de mais 97 bilhões de litros de água que cai durante todo ano. Ainda segundo Siebert, desse bilhões de litros Tangará trata 15,5 milhões todos os dias. A solução do abastecimento estaria na retenção de apenas 10% da precipitação que cai durante o ano, e seria possível ter água para mais de 700 dias.
“É inadmissível uma região que tenha tanta chuva por ano sofrer com a falta d’água, isso porque as cabeceiras e nascentes não são preservadas e as águas de recargas não são recarregadas. Esses equívocos fazem que tenhamos grandes problemas que desembocam no Pantanal”, critica.
Apesar dessa solução apresentada pelo Comitê indicar a solução do problema da cidade, outros planos estão sendo implementado na região. Segundo o Siebert, “já estão pensando em outra estação de tratamento para captar água do rio Sepotuba e outros rios, ou seja, ao invés de resolver o problema da bacia querem destruir a água de outra bacia”, lamenta.
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