quarta-feira, 30 de outubro de 2013
Estudos estrangeiros e mal interpretados dificultam prática do manejo florestal
Estudos estrangeiros e mal interpretados dificultam prática do manejo florestal
Na prática a teoria é outra na atividade de manejo florestal
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.Estudos estrangeiros e mal interpretados dificultam prática do manejo florestal
Foi o que demonstrou o engenheiro florestal da Embrapa Florestas, Evaldo Muñoz Braz, que ministrou a palestra “Potencial Produtivo das Florestas Naturais da Região de Sinop: Como Manejar”, em workshop ocorrido na manhã desta quarta-feira (30.10), no auditório da Fiemt. A realização do evento foi da Embrapa Florestas, juntamente com o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem) e a Associação Mato-grossense dos Engenheiros Florestais (Amef).
Com doutorado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)/RS e mestrado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) o palestrante trabalhou na África em empresa na área de exploração em nível nacional, lecionou as disciplinas Estradas e Exploração Florestal na Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique/África. Portanto, sua experiência lhe permitiu verificar que alguns entraves do setor advém do fato de serem divulgadas informações equivocadas à sociedade, feitas, geralmente, por pesquisadores de fora do país ou apuradas apenas com informações de cátedra e não de campo. O resultado disso é um trabalho que não considera o tempo de corte realmente necessário de algumas espécies de árvores e o consequente engessamento do setor por conta de políticas públicas embasadas nessas informações.
Por isso a Embrapa retomou pesquisa que vinha sendo feita há 7 anos, mas que foi paralisada e que agora continua graças a solicitação do setor através do Cipem e da Amef. Os dados que levantados são importantes para o setor porque muda alguns parâmetros até então seguidos pelas políticas públicas. Sendo assim, conforme explica a superintendente de Desenvolvimento Sustentável do Cipem, Sílvia Fernandes, a pesquisa da Embrapa vem ao encontro de suprir essa necessidade de esclarecimento uma vez que demonstra que a exploração florestal depende do crescimento da floresta, da estrutura e do diâmetro ideal.
Segundo o palestrante Muñoz, interessa ao segmento a sustentabilidade madeireira e, para isso, é preciso mudar alguns parâmetros atualmente disseminados. “Alguns estudos dizem que deve se esperar 110 anos para se fazer o corte, mas esse tempo, na verdade é menor e também não tem como se achar que a floresta será regenerada com o tempo de espera em 100%. O que pesa na floresta é o incremento dela, ou seja, o quanto cresce”, salientou. E isto pode ser mudado através de intervenções adequadas.
Algumas das opções de ciclos apresentadas pelo estudo é o de 35 anos e extração de 40 m3 por Unidade de Produção Florestal (UPA) com a floresta primária; o ciclo de 25 anos para 30m3 com UPA de floresta primária; ciclo otimizado de 15 a 20 anos respeitando o diâmetro de crescimento das árvores com o compromisso de tratamento silvicultural e desvincular a recuperação ambiental da madeira em florestas.
O estudo apresentado por ele, que está sendo feito pela Embrapa, aponta como algumas conclusões que as taxas sustentáveis para a madeira podem sim ser calculadas e também que os limites de 30 m3 por ha por si só não garantem nenhum tipo de sustentabilidade e ainda que afirmações rígidas sobre não sustentabilidade definitiva do manejo não podem ser feitas.
Concluindo, o volume da exploração depende do planejamento e não da legislação que engessa a possibilidade de trabalhar com o desenvolvimento necessário.
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Data de Publicação: 30/10/2013 às 16:20hs
Fonte: Assessoria Cipem
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