segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
Brasil ameaça sobretaxar entrada de milho, defensivos, tratores e até filmes da Disney
Brasil ameaça sobretaxar entrada de milho, defensivos, tratores e até filmes da Disney
02/12/13 - 10:05
O descumprimento do contencioso do algodão por parte do governo de Barack Obama em razão da alegada crise orçamentária daquele país pode fazer com que uma série de produtos norte-americanos que chegam ao Brasil seja sobretaxada já a partir de janeiro de 2014 como forma de retaliação.
A lista inclui desde produtos agropecuários como o milho, defensivos agrícolas, fertilizantes e tratores, eletrodomésticos como geladeiras e também a indústria do entretenimento, tal como filmes e até mesmo produções da Disney.
A decisão caberá à Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério do Desenvolvimento, indústria e Comércio (Mdic). A reunião, que seria realizada nesta terça-feira, em Brasília, foi adiada para o dia 10 de dezembro.
De acordo com o diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Márcio Portocarrero, o objetivo da reunião é mostrar os prejuízos causados pelo não pagamento determinado em 2010 pela Organização Mundial do Comércio (OMC) após uma batalha de quase dez anos iniciada pelos cotonicultores brasileiros contra os subsídios do governo norte-americano.
“Precisamos que seja anunciada a medida pela Camex, neste caso a retaliação, para que os Estados Unidos se manifeste. A indenização que eles pagam é muito pouco frente aos subsídios que os produtores americanos recebem do governo. Queremos que a questão seja resolvida”, afirma Portocarrero.
Segundo ele, a retaliação pode derrubar a cobrança sobre royalties pagos por produtores brasileiros para usar tecnologias desenvolvidas no melhoramento de sementes.
“Esta retaliação pode atingir diretamente a competividade da pesquisa tecnológica com a qual eles obtêm vantagens sobre nós”, acrescentou o diretor-executivo da entidade.
Em 2010 os Estados Unidos foram condenados a pagar em torno de US$ 147 milhões todos os anos ao Brasil para compensar os produtores brasileiros pelos subsídios pagos pelo governo local. Conforme a Abrapa, esta conta não fecha, pois os prejuízos ao Brasil chegam a US$ 650 milhões anuais.
As parcelas pagas pelo tesouro americano estão fixadas em US$ 12 milhões mensais. No entanto, o último pagamento feito ocorreu em setembro e em valor correspondente a 30% daquele determinado pela OMC. Os recursos são destinados a uma conta do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), entidade criada em 2010 para fomentar a pesquisa tecnológica ao setor.
AgroOlhar
Autor: Vinícius Tavares
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