terça-feira, 1 de julho de 2014
Sorriso e Alta Floresta têm maior valor médio do álcool em Mato Grosso
01/07/2014 07:50
Enfim, o preço do litro do etanol hidratado atingiu na última semana o psicológico patamar de R$ 1,99. Mesmo reduzindo de forma muito morosa – já que o Estado está em plena moagem da cana-de-açúcar desde abril – o valor que deixa a casa dos R$ 2, pode ser encontrado em postos de diferentes redes varejistas de Cuiabá e Várzea Grande.
Considerando o valor que vinha sendo adotado pelo mercado, de cerca de R$ 2,29 – o mesmo em vigor durante a entressafra - para o encontrado até o momento, R$ 1,99, há uma queda acumulada de 13%. Nas usinas, por exemplo, nos últimos 60 dias, os preços finais do combustível, incluído impostos e frete, encolheram cerca de 14%. Em maio o litro saída das indústrias a R$ 1,721, no início de junho foi a R$ 1,587 - queda de 7,78% - e na última semana de junho, a R$ 1,48.
A redução segue vagarosa no varejo e frustrando a expectativa do consumidor que esperava por baixas mais significativas com o início da safra da cana. “Temos quase uma dúzia de usinas em Mato Grosso e eu não entendo porque pagamos tão caro pelo etanol. Há alguns anos o litro não chegava a R$ 1,50 e agora beira R$ 2,30 na Capital. Quem pode explicar isso?”, questiona o analista de Sistemas, João Carlos de Oliveira. Para ele, o litro a R$ 1,99 ainda é caro e considerando a relação custo/benefício entre o etanol e a gasolina, ele segue abastecendo com petróleo, “infelizmente estamos presos, temos o pré-sal e nada muda entre os derivados de petróleo, temos uma das grandes safras de cana do país e nada muda para os mato-grossenses”, reforça.
Ranking - Essa demora em reduzir os preços do etanol na bomba, em razão da safra, tirou Mato Grosso dos primeiros lugares do ranking nacional da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) onde o litro é mais barato. O Estado que sempre brigou pelo primeiro e segundo lugares com São Paulo, Paraná e Goiás, encerrou a semana de 22 a 28 de junho, como o sexto mais barato do país, média mato-grossense de preços em R$ 2,21, enquanto São Paulo apresentou o menor valor, R$ 1,89, seguido do Paraná (R$ 2,01), Goiás (R$ 2,05), Mato Grosso do Sul (R$ 2,17), Minas Gerais (R$ 2,19) e Mato Grosso. O litro mais caro está no Acre, R$ 2,91.
Dentro do Estado, entre os municípios visitados pela ANP semanalmente, Sorriso (460 quilômetros ao norte de Cuiabá), segue como o local que exibe o maior valor médio, R$ 2,36, seguido de Alta Floresta (800 quilômetros ao norte de Cuiabá). Em Cuiabá a média da última semana ficou em R$ 2,20 e em Várzea Grande, R$ 2,16. Fazem parte ainda dessa relação Cáceres (R$ 2,26), Rondonópolis (R$ 2,24), Santo Antônio de Leverger (R$ 2,18) e Sinop (R$ 2,28).
Ainda avaliando a última pesquisa da ANP, nota-se que em Cuiabá, mesmo com a oferta do litro a R$ 1,99, muitos postos ainda resistem em aderir às baixas. Dos 52 postos pesquisados pela Agência na Capital, apenas três estão com preços inferiores a R$ 2, seis baixaram entre R$ 0,10 e R$ 0,12 e 26 continuam com os mesmos preços, com vários ainda com valor de bomba em R$ 2,29.
O gerente de um estabelecimento na Avenida Carmindo de Campos, posto bandeirado – que só revende produtos de uma determinada marca/empresa como BR, Ipiranga e Shell – que pediu para não ter o nome revelado, disse que a baixa só chega às bombas quando a distribuidora repassa. “Não temos como seguir as baixas das últimas semanas da usina, como temos ouvido falar, se aqui, na hora da entrega o preço de nota vem inalterado. Tão logo a nossa bandeira reduza seu valor esse decréscimo estará disponível para os nossos clientes. Não tenha dúvida disso”.
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Mato Grosso (Sindipetróleo/MT) lembra sempre que o segmento revendedor é livre para definir os preços dos combustíveis. “Mesmo verificando queda nos preços nas usinas, há expectativa de que nas próximas semanas as distribuidoras repassem para os postos mais reduções”.
Mais uma vez, O Diário não conseguiu falar com nenhum representante do segmento distribuidor de combustível em atuação aqui no Estado. Conforme o último levantamento de preços da ANP, as distribuidoras reduziram o valor repassado aos postos nas últimas quatro semanas - de 1º de junho a 28 de junho - de R$ 1,77 para R$ 1,70, preços médios.
Fonte: Diário de Cuiabá (foto: Só Notícias/arquivo)
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