quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

'The Economist' diz que Brasil enfrenta desastre político e econômico

30/12/2015 14h23 - Atualizado em 30/12/2015 15h23

'The Economist' diz que Brasil enfrenta desastre político e econômico



Primeira edição de 2016 da revista traz o Brasil como principal tema.
Foto da capa mostra Dilma Rousseff com a cabeça inclinada para baixo.




Do G1, em Brasília









A primeira edição de 2016 da revista britânica "The Economist" traz como reportagem de capa "A queda do Brasil" (Brazil's fall, em inglês), ilustrada com uma fotografia da presidente Dilma Rousseff com os olhos fechados e a cabeça inclinada para baixo.
texto da reportagem, já disponível no site da revista apesar de a edição ter data de 2 de janeiro, diz que o Brasil enfrenta um desastre político e econômico.
Procurado pelo G1, o Palácio do Planalto informou que não comentará a reportagem da revista britânica.
Logo no início, a reportagem aponta que, no começo de 2016, o Brasil deveria estar exuberante, já que, em agosto, o Rio de Janeiro será a primeira cidade da América do Sul a sediar uma Olimpíada. Essa seria uma chance para os brasileiros, de acordo com a revista, de fazer o que eles sabem fazer melhor: uma festa espetacular.
A reportagem lembra, ainda, que, em dezembro, a Fitch foi a segunda agência de classificação de risco a retirar a nota de 'bom pagador' do país. Além disso, aponta que Joaquim Levy, nomeado por Dilma como ministro da Fazenda para estabilizar as contas públicas, deixou o cargo menos de um ano à frente da pasta.
A revista traz a avaliação de que o escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras – investigado na Operação Lava Jato – prejudica o governo. Além disso, aponta que a presidente Dilma Rousseff, acusada de esconder o tamanho do déficit das contas públicas, enfrenta um processo de impeachment no Congresso Nacional.
Estômago
Depois de argumentar que era esperado que o Brasil estivesse na vanguarda do crescimento econômico, por representar a primeira letra dos Brics (Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul), a reportagem diz que, em vez disso, o país poder voltar a ter uma inflação galopante.
Em seguida, o texto aponta que apenas decisões difíceis colocariam o Brasil de volta ao curso, mas diz que Dilma Rousseff não parece ter "estômago" para tomá-las.
O Brasil sofre, como outras economias emergentes, com a queda no preço das commodities no mercado internacional, de acordo com a revista. A reportagem diz que Dilma e o PT pioraram a situação e, no primeiro mandato dela, o governo teve elevados gastos com auxílios da Previdência e deu incentivos fiscais para setores favorecidos da indústria.
Fazenda
Depois de dizer que o PT era hostil em relação a Levy e que a oposição não cooperou com ele na intenção de derrubar a presidente, a reportagem aponta que o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, tem apoio do partido da presidente.
O texto informa que, apesar de ter participado do "desastroso" primeiro mandato da presidente, Nelson Barbosa talvez seja capaz de fazer mais como ministro da Fazenda. No primeiro mandato de Dilma, quando Guido Mantega era ministro da Fazenda, Barbosa era o secretário-executivo da pasta.
O primeiro teste de Barbosa, de acordo com a revista, será convencer o Congresso Nacional a trazer de volta um imposto impopular sobre transações financeiras. Para que a cobrança da CPMF seja retomada no país, Câmara e Senado precisam aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) enviada pelo governo ao Legislativo que prevê a volta do tributo.
Depois de apontar a necessidade de reformas, como a da Previdência, o texto diz que é difícil se sentir otimista em relação a uma reforma profunda.
A reportagem aponta que o PT não tem "apetite" para a austeridade e diz que é uma tarefa difícil ter o apoio necessário para fazer mudanças na Constituição, que é de três quintos em cada Casa do Congresso.
Apuros
Em setembro, a revista trouxe uma reportagem que diz que a economia brasileira está em apuros e a credibilidade fiscal do país está ruindo rapidamente.
Na ocasião, a revista fez críuticas à proposta de orçamento para 2016 apresentada pelo governo em agosto, que previa um déficit de R$ 30,5 bilhões, equivalente a 0,5% do PIB.


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