Trabalhadores da Ford fazem acordo para evitar demissões no ABC
Eles serão treinados tanto para montagem de carros quanto de caminhões.
Plano inclui paradas previstas em lei e estabilidade até 2018.
Trabalhadores na Ford em São Bernardo do Campo (SP) aprovaram na última terça-feira (28) um acordo que busca manter empregados cerca de 850 funcionários que a montadora consideraria como excedentes.
O plano inclui o treinamento para que todos os empregados na produção de veículos possam atuar tanto na montagem de carros quanto na de caminhões na fábrica do ABC paulista.
Além disso, continuarão sendo adotadas medidas previstas em lei. A adesão aoPrograma de Proteção ao Emprego (PPE), que prevê jornada menor e salário reduzido proporcionalmente, será estendida por mais 3 meses, até outubro, quando esse treinamento será concluído.
Também será iniciado um novo lay-off (suspensão temporária de contratos), para 450 trabalhadores, e aberto um Plano de Demissão Voluntária (PDV), com meta de adesão de 300 funcionários da produção e 100 do setor administrativo.
Após o encerramento do PDV, os trabalhadores que se mantiverem na fábrica terão estabilidade até janeiro de 2018, diz o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
"O sindicato vai continuar fazendo pressão com a direção da empresa. A Ford de São Bernardo é uma planta que mostrou muita capacidade, já reagiu a crises várias vezes", diz o presidente do sindicato, Rafael Marques.
Além da Ford, a Volkswagen também renovou a permanência no PPE dos funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo.
A Mercedes-Benz, primeira montadora a aderir ao programa, em 2015, afirmou que não pretende estender sua permanência, que terminou em junho.
Atualmente, a fábrica de caminhões e ônibus em São Bernardo tem 1.800 trabalhadores em licença remunerada por tempo indeterminado. A montadora diz que, com a queda nas vendas, há 2 mil funcionários excedentes.
Volkswagen e Ford mantêm PPE também nas unidades de Taubaté (SP), São Carlos (SP) e São José dos Pinhais (PR).
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