terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Mais de 3,3 mil lojas fecharam as portas em MT diante crise financeira; lista inclui concessionárias de veículos

Da Redação - Viviane Petroli
28 Fev 2017 - 08:18





De pequenas lojas instaladas em bairros até concessionárias de carros, Mato Grosso em 2016 registrou o fechamento de 3.339 estabelecimentos comerciais. O volume supera em 47,5% as 2.263 lojas que em 2015 encerraram as atividades.  O resultado na avaliação do próprio setor foi à inflação elevada no ano passado, impulsionada pela instabilidade política vivida pelo país.
 

Em um ano, mais de 65 lojas fecham as portas em três shoppings da Grande Cuiabá

Em 2016, Mato Grosso registrou o fechamento de 17.990 postos de trabalho. O comércio, conforme o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foi responsável pelo saldo negativo de 5.146 vagas.
 
Levantamento divulgado recentemente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e TUrismo (CNC) mostra que 108,7 mil lojas fecharam as portas no Brasil, sendo em Mato Grosso 3.339 estabelecimentos de diversos segmentos.
 
No ano passado, como o Agro Olhar já comentou, somente em Cuiabá lojas com mais de 20 anos de atuação fecharam as portas. A exemplo da Gabriela Calçados localizada na Avenida Getúlio Vargas. Na ocasião, o Grupo Calcenter, que também detém a marca Studio Z, informou à reportagem que passava por readequação e reposicionamento de algumas lojas.

 A Gabriela Calçados, localizada na Avenida Getúlio Vargas, foi uma das que fechou em 2016. (Foto: Rogério Florentino Pereira)

“Crise. Essa é uma palavra pequena, mas que provocou um grande estrago na economia do país. Ainda hoje estamos vivendo os reflexos desse abalo, e o comércio, foi um setor muito castigado pela crise”, afirma o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso (Fecomércio-MT), Hermes Martins da Cunha.
 
De acordo com o setor empresarial, todos os segmentos do comércio foram afetados, desde uma pequeno loja em bairro até as grandes, como concessionárias de carros e joalherias.
 
Manoel Guedes, sócio-proprietário da Citröen Ville de France, revela que das quatro concessionárias da marca que a família tinha apenas duas seguem funcionando hoje, que são as de Cuiabá e Sinop. Recentemente foram fechadas as concessionárias de Rondonópolis e Várzea Grande. 

Guedes, que é presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores de Mato Grosso (Fenabrave-MT), comenta que dados da entidade revelam que no Brasil entre janeiro de 2015 e 31 de junho de 2016 fecharam no Brasil 1.815 concessionárias de carro zero quilômetro. "Os dois primeiros meses de 2017 o mercado tem apontado queda. Se a economia não tiver uma reviravolta, uma coisa que sinalize muito forte acreditamos que mais concessionárias encerram as atividades em 2017 e 2018".

Shoppings
 
Nos shoppings a situação não foi diferente. Como o Agro Olhar comentou recentemente, 66 lojas localizadas em três shoppings da Grande Cuiabá fecharam nos últimos 12 meses.
 
O presidente União dos Lojistas de Shopping Centers de Mato Grosso (Unishop), Júnior Macagnam, também credita a crise no país como reflexo para a situação. “Não tinha como não registrarmos fechamento nos shoppings também. Além da crise, Mato Grosso tem a particularidade de possuir uma alta carga tributária, logística cara e alto custo da energia elétrica”.
 
Ao Agro Olhar, Macagnam destaca que “Se juntarmos todas as lojas que fecharam de 2016 para cá daria 70% do número de lojas de um shopping novo".
 
O que podia ser feito já foi, diz Fecomércio-MT
 
Conforme o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso (Fecomércio-MT), Hermes Martins da Cunha, “Da parte dos comerciantes, empresários, o que poderia ser feito para manter o negócio, já foi feito”.
 
Martins ressalta que “A regra de economia doméstica nesses casos vale também para as empresas. Quando os gastos estão maiores que a receita, é preciso reduzir custo. Isso foi feito pelos comerciantes com o enxugamento no quadro de colaboradores. As demissões sempre são o último recurso e todos os que estão na atividade já estão atuando no limite”.
 
Ainda segundo o presidente da Fecomércio-MT, “Então, daqui para frente é esperar que a economia se estabilize e estamos confiantes quanto à isso, já que estudos preveem uma inflação de 4,8% este ano. Menos da metade do registrado em 2016, quando o percentual foi de 11%”. 

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