terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Deputado de MT lidera ranking de parlamentares com ações desfavoráveis à agenda sociambiental

Da Redação - André Garcia Santana
30 Jan 2018 - 16:25



O presidente da bancada ruralista na Câmara Federal, Nilson Leitão (PSDB-MT), foi o deputado com pior avaliação entre os 313 parlamentares que tiveram comportamento legislativo desfavorável à agenda socioambiental. A classificação é do Ruralômetro, ferramenta online e gratuita desenvolvida pela Repórter Brasil e lançada nesta terça-feira (30). O site aponta projetos de lei e votações considerados como más e boas iniativas dos representantes. Assim, quanto pior a prática, maior é a febre do deputado.

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Considerando estes fatores, Leitão lidera o ranking com 42⁰C de febre. Ele é autor de nove projetos de lei avaliados pelo sistema como desfavoráveis e votou 'sim' em outras sete medidas provisórias ou projetos de lei do mesmo tipo. No total, constatou-se que 61% da Câmara têm adversa à agenda socioambiental, que envolve a preservação do meio ambiente, os direitos dos trabalhadores rurais e a defesa de comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas.

Entre os que possuem pior pontuação , apresentando temperaturas de 37,4⁰C a 42⁰C graus de febre, há ministros do atual governo, ex-ministros e pré-candidatos. Dos mais de 300 parlamentares elencados no levantamento, quase a metade (49%) pertence a a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), também conhecida como bancada ruralista.

No ranking o parlamentar mato-grossense é seguido pela aspirante a ministra do Trabalho, Cristiane Brasil, com 39,3℃, e os ministros Carlos Marun (Secretaria de Governo) e Leonardo Picciani (Esportes) têm 40℃ e 40,2℃ respectivamente. Dos pré-candidatos, Jair Bolsonaro (presidência) tem 38,7⁰C e Celso Russomanno (governo de São Paulo), tem 39,8⁰C de febre.

A ferramenta também revela relação entre os deputados e financiadores de campanha, mostrando quem recebeu crédito em 2014, de empresas autuadas pelo Ibama ou que já entraram no cadastro de empregadores flagrados por mão de obra análoga à de escravo. No total, 57% deles recebeu R$ 58,9 milhões em doações de empresas autuadas pelo órgão por infrações ambientais. Outros 10% foram financiados com R$ 3,5 milhões doados por empresas autuadas por trabalho escravo.

A assessoria de imprensa do deputado Nilson Leitão foi procurada pela reportagem e ainda deverá se pronunciar.

Estados do Centro-Oeste são os que mais têm deputados “febris”

O maior percentual de deputados febris é de Goiás (88%), seguido por Mato Grosso, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins, todos na segunda colocação com 87,5%. Quatro partidos têm todos os seus deputados com temperatura de febre: MDB, PEN, PHS PSL, seguidos por PSD e DEM, com 94% dos seus políticos febris e 89%, respectivamente. 

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