segunda-feira, 4 de junho de 2018

Conversas terminam com China alertando sobre riscos a benefícios comerciais se EUA impuser tarifas



Publicado em 03/06/2018 08:51 e atualizado em 03/06/2018 19:53



Qualquer acordo alcançado sobre comércio e negócios entre os dois países será anulado se Washington implementar tarifas e outras medidas comerciais, afirma Pequim (Reuters/Estadão)
PEQUIM (Reuters) - A China alertou os Estados Unidos neste domingo que qualquer acordo alcançado sobre comércio e negócios entre os dois países será anulado se Washington implementar tarifas e outras medidas comerciais, no momento em que os dois países terminaram sua última rodada de negociações em Pequim.
Uma breve declaração, divulgada pela agência de notícias oficial Xinhua, não mencionou nenhum novo acordo específico depois que o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, se reuniu com o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He.
Em vez disso, referiu-se ao consenso alcançado no mês passado em Washington, quando a China concordou em aumentar significativamente suas aquisições de bens e serviços dos EUA.
"Para implementar o consenso alcançado em Washington, os dois lados se comunicaram bem em várias áreas, como agricultura e energia, e fizeram progressos positivos e concretos", disse a agência de notícias estatal, acrescentando que os detalhes estão sujeitos à "confirmação final por ambas as partes".
Os Estados Unidos e a China têm reciprocamente ameaçado tarifar produtos em até 150 bilhões de dólares cada.
A Xinhua disse que a atitude da China tem sido consistente e que está disposta a aumentar as importações de todos os países, incluindo os Estados Unidos.
"Reforma, abertura e expansão da demanda doméstica são estratégias nacionais da China. Nosso ritmo estabelecido não vai mudar", acrescentou.
"As conquistas alcançadas pela China e pelos EUA devem se basear na premissa de que os dois lados devem chegar a um meio-termo e não travar uma guerra comercial", disse a Xinhua.
"Se os Estados Unidos introduzirem sanções comerciais, incluindo o aumento de tarifas, todas as conquistas econômicas e comerciais negociadas pelas duas partes serão anuladas".
Não houve comentários ou declarações imediatas da delegação dos EUA ou do próprio Ross.

UE x EUA

Na sexta feira, a União Europeia criticou novamente a postura dos Estados Unidos na questão comercial, um dia após o governo do presidente Trump confirmar que imporá tarifas às importações de aço e alumínio do bloco.
Segundo a UE, a postura dos EUA enfraquece as relações entre as duas partes. A comissária de Comércio da UE, Cecilia Malmström, disse que as medidas do governo Trump “causarão muito prejuízo para nosso setor de aço e alumínio”, rechaçando o argumento americano de que as tarifas eram necessárias por questões de segurança nacional. “A segurança interna não é relevante. Isso é puro protecionismo.” /REUTERS

Secretário de Comércio dos EUA pressiona China a comprar; aliados reclamam de tarifas

PEQUIM (Reuters) - O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, chegou a Pequim neste sábado visando garantir mais compras chinesas de bens e energia norte-americana, dias após Washington intensificar a pressão em sua disputa com a China e enfurecer aliados com tarifas sobre aço e alumínio.
Ross não falou com os jornalistas em seu hotel em Pequim na tarde de sábado. Ele jantaria com o vice-premiê chinês, Liu He, principal negociador de Pequim na disputa comercial, na Diaoyutai State Guest House, disse uma autoridade norte-americana. Os dois também devem se encontrar no domingo.
A visita de Ross ocorre após ameaças de renovação de tarifas esta semana pelo governo Trump contra a China, e enquanto aliados norte-americanos estão de mau humor com Washington após serem afetados com impostos sobre o aço e o alumínio.
Os Estados Unidos e a China ameaçaram tarifas de retaliação sobre bens de até 150 bilhões de dólares cada.
Após uma trégua comercial entre os dois pesos pesados ​​da economia, a Casa Branca advertiu esta semana que continuará a buscar tarifas sobre importações chinesas no valor de 50 bilhões de dólares, além de impor restrições aos investimentos chineses nos Estados Unidos e controles de exportação mais rígidos.
Ross, que foi precedido em Pequim nesta semana por mais de 50 autoridades dos EUA, deve, durante a visita de dois dias, tentar garantir compras de longo prazo de commodities agrícolas e de energia dos EUA para ajudar a reduzir o déficit comercial de 375 bilhões de dólares com a China.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu que a China tome medidas para reduzir a diferença em 200 bilhões de dólares por ano até 2020.
A equipe dos EUA também quer garantir maior proteção à propriedade intelectual e o fim dos subsídios chineses que contribuíram para a superprodução de aço e alumínio.
Enquanto muitos países compartilham a frustração dos EUA com o comércio chinês e as práticas econômicas, críticos da política norte-americana sob Trump alertam que Washington arrisca alienar a União Europeia, o Canadá e o México com tarifas de 25 por cento sobre o aço e 10 por cento sobre o alumínio.
Na sexta-feira, o governo brasileiro afirmou que as restrições não se justificam "e segue aberto a construir soluções que melhor atendam às expectativas e necessidades de ambos os setores de aço e alumínio no Brasil e nos Estados Unidos, reservando seus direitos nos âmbitos bilateral e multilateral", segundo nota conjunta os ministérios de Relações Exteriores e o de Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

EUA podem reivindicar pena de até US$ 1,7 bi da chinesa ZTE em breve, dizem fontes

(Reuters) - O governo Trump pode reivindicar indenização de até 1,7 bilhão de dólares da ZTE, enquanto tenta apertar o controle sobre a companhia de telecomunicações chinesa antes de permitir sua volta ao mercado, segundo pessoas a par do assunto.
O Departamento de Comércio também está buscando visitas ao site sem restrições para verificar se os componentes dos EUA estão sendo usados ​​como reivindicado pela ZTE, e quer a divulgação dos cálculos dos componentes dos EUA em seus produtos em um website, disseram as pessoas.
A segunda maior fabricante da área de telecomunicações da China foi prejudicada pela proibição imposta em abril de comprar componentes de tecnologia dos EUA por sete anos por ter sido flagrada fornecendo ilegalmente ao Irã e à Coreia do Norte.
As negociações com a ZTE acontecem no momento em que o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, se dirige a Pequim neste fim de semana para negociações comerciais.
Uma fonte disse que Washington também quer que a ZTE troque sua diretoria em 30 dias, mas um acordo ainda não foi finalizado e as fontes alertaram que os termos podem mudar.
Representantes do Departamento de Comércio e da ZTE não responderam imediatamente a um pedido de comentário.
As empresas americanas fornecem entre 25 e 30 por cento dos componentes dos equipamentos da ZTE, incluindo smartphones e equipamentos para construir redes de telecomunicações

EUA têm apenas alguns dias para evitar guerra comercial, afirma ministro francês

WHISTLER, Colúmbia Britânica (Reuters) - Os Estados Unidos têm apenas alguns dias para evitar uma guerra comercial com seus aliados, e é responsabilidade de Washington tomar uma atitude para diminuir as tensões sobre as tarifas, afirmou o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, no sábado. 
Falando em uma reunião de ministros de Finanças do G7 no retiro de montanha de Whistler, Colúmbia Britânica, no Canadá, Le Maire disse que a União Europeia está preparada para tomar medidas retaliativas contra as novas tarifas de importação de aço e alumínio dos Estados Unidos. 
"Ainda temos alguns dias para tomar os passos necessários para evitar uma guerra comercial entre a UE e os EUA, e para evitar uma guerra comercial entre membros do G7", disse Le Maire a jornalistas depois da conclusão da reunião. 
"A bola está no campo dos Estados Unidos, é responsabilidade do governo americano tomar as decisões corretas para suavizar a situação e aliviar as dificuldades", acrescentou.

EUA e aliados discordam sobre tarifas em reunião do G7, diz Canadá

WHISTLER, Colúmbia Britânica (Reuters) - Ministros das Finanças do G7 entraram em confronto com os Estados Unidos sobre a decisão de Washington de impor aos países tarifas de importação de aço e alumínio, disse neste sábado o ministro das Finanças canadense, Bill Morneau.
"No comércio, ao longo dos últimos dois dias, houve uma importante diferença de opinião", afirmou Morneau a repórteres depois de uma reunião com seus colegas do G7 na cidade montanhosa de Whistler, na Colúmbia Britânica.
"Os americanos decidiram, em nossa visão, tomar medidas que não são de todo construtivas, é realmente destrutivo para a nossa capacidade de fazer as coisas com tarifas sobre aço e alumínio", disse ele ao final da reunião.

G7 pede que Mnuchin transmita "preocupação e decepção" por tarifas dos EUA

WHISTLER, Colúmbia Britânica (Reuters) - Líderes de finanças dos principais aliados dos Estados Unidos expressaram irritação diante das tarifas de importação de metais do governo Trump, mas encerraram um encontro de três dias no Canadá neste sábado sem soluções, estabelecendo as condições para uma cúpula do G7 na próxima semana em Quebec. 
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, fracassou em aliviar as frustrações do grupo por causa das tarifas de 25 por cento sobre o aço e 10 por cento sobre o alumínio que Washington impôs nesta semana.
"Ministros de Finanças e líderes dos Bancos Centrais pediram que o secretário do Tesouro dos Estados Unidos comunique suas preocupações unânimes e descontentamento", disse o grupo em um comunicado redigido pelo Canadá. 
"Ministros e dirigentes concordaram que a discussão deve continuar na Cúpula dos Líderes em Charlevoix (Quebec), onde ações decisivas serão necessárias", informa a nota. 
Todos os seis outros países do G7 agora pagam tarifas, que são visam conter a produção excessiva na China. O assunto dominou as rodas de discussão no encontro de finanças no retiro de montanha canadense de Whistler, na Colúmbia Britânica. 
O ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, disse que os Estados Unidos têm apenas alguns dias para evitar o início de uma guerra comercial com seus aliados, e que é responsabilidade dos EUA tomar medidas para aliviar as tensões sobre as tarifas. 
Ao falar após a reunião, Le Maire disse que a UE estava preparada para tomar medidas retaliativas contra as novas tarifas dos EUA. 
A reunião dos principais formuladores de políticas econômicas do mundo foi vista como um prelúdio para as disputas comerciais que irão dominar a conferência do G7, que começa na próxima sexta-feira em Quebec. 
Mnuchin é visto como uma das vozes mais moderadas em relação ao comércio no governo Trump. 
As tarifas de aço e alumínio dos EUA foram impostas no início da sexta-feira depois que Canadá, México e União Europeia se recusaram a aceitar cotas em negociações com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross. Produtores de metais japoneses já pagam as tarifas desde 23 de março. 
Autoridades na reunião do G7 disseram que as tarifas dificultam o trabalho em conjunto do grupo para confrontar as práticas comerciais da China. 

Após EUA confirmarem cota para o aço, governo brasileiro se diz aberto a discutir soluções

SÃO PAULO (Reuters) - O governo brasileiro reforçou nesta sexta-feira considerar injustificável a imposição de restrições às suas exportações de aço e alumínio para os Estados Unidos.
Na quarta-feira, o governo do presidente Donald Trump oficializou a imposição de restrições às importações de aço e alumínio com efeitos sobre vários países, incluindo o Brasil, que entraram em vigor nesta sexta-feira.
As medidas definem que as exportações brasileiras de aço para os EUA ficarão sujeitas a cotas, baseadas na média do período 2015-17. A cota para o aço semi-acabado equivalerá a 100 por cento dessa média, enquanto para aços longos, planos, inoxidáveis, e tubos a quota será de 70 por cento da média.
Já as exportações de alumínio estarão sujeitas a sobretaxa de 10 por cento adicionais às tarifas de importação em vigor.
O governo brasileiro afirmou que as restrições não se justificam "e segue aberto a construir soluções que melhor atendam às expectativas e necessidades de ambos os setores de aço e alumínio no Brasil e nos Estados Unidos, reservando seus direitos nos âmbitos bilateral e multilateral", afirmaram em nota conjunta os ministérios de Relações Exteriores e o de Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

EUA ficam isolados em encontro do G7 conforme tarifas provocam retaliação

WASHINGTON/WHISTLER, Canadá (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira ao Canadá e à União Europeia para fazerem mais para diminuírem seus superávits comerciais, um dia após implementar sobre eles e o México tarifas de importação sobre alumínio e aço.
Trump criticou o Canadá, um grande parceiro comercial e aliado dos EUA, em um tuíte na manhã desta sexta-feira, dizendo que o país havia tratado agricultores norte-americanos "muito mal por um longo período de tempo".
    "Altamente restritivos no comércio! Eles precisam abrir seus mercados e diminuir suas barreiras comerciais! Eles registram um superávit realmente muito alto de comércio conosco", escreveu.
    Trump também falou ao presidente da França, Emmanuel Macron, sobre a necessidade de "reequilibrar comércio com a Europa", informou a Casa Branca.
    As fortes palavras seguiram respostas rápidas às tarifas pelo Canadá, México a União Europeia, que planejam todos retaliar com taxas de bilhões de dólares sobre bens norte-americanos, incluindo suco de laranja, uísque, jeans azul e motocicletas Harley-Davidson.
    Bruxelas apresentou uma lista de oito páginas na Organização Mundial do Comércio (OMC) de bens que irá atingir com medidas retaliatórias.
    Em um encontro no Canadá do Grupo dos Sete, formado por potências econômicas mundiais, o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, criticou os Estados Unidos pela tarifa, dizendo que Washington está isolado.
    "Infelizmente, nós vamos ter um G6 mais um, com os Estados Unidos sozinhos contra todos e arriscando desestabilização econômica", disse Le Maire a repórteres em Whistler, na Colúmbia Britânica.
    Trump impôs tarifas em março como parte de um esforço para proteger a indústria e trabalhadores norte-americanos do que descreveu como uma competição internacional injusta, um tema central de sua agenda "América Primeiro".
    Isenções temporárias foram concedidas para diversas nações, incluindo Canadá e México, assim como a União Europeia. Os Estados Unidos decidiram na quinta-feira deixar estas isenções caírem.

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Fonte: Reuters

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