Publicado em 29/11/2019 14:50 e atualizado em 29/11/2019 17:38
Oferta maior de fertilizantes após consumo menor nos EUA em função dos problemas enfrentados na safra 2019/20 faz preços apresentarem baixas de 10% a 14% em relação ao mesmo período de 2018. Demais itens já sinalizam aumento como os combustíveis, químicos e fretes.
Antônio da Luz - Economista - FARSUL
A alta do dólar deve se manter durante, pelo menos, os primeiros meses de 2020, o que deve elevar os custos de produção, mas um ponto fora da curva fez os preços dos fertilizantes caírem, o que pode ser uma boa oportunidade para o produtor. De acordo com o economista chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, apesar do câmbio alto, fertilizantes químicos despencaram de 10% a 14% em outubro deste ano, em comparação ao período do ano passado.
A razão, segundo o especialisata, é que a enchente que prejudicou as lavouras de soja e milho dos Estados Unidos, fez com que a demanda por fertilizantes neste país caísse. Sendo assim, as empresas que vendem o produto para o mundo e aquelas que extraem, estão tendo que baixar os preços, em dólar, para esvaziar o estoque.
-- "Estamos vendo que essa queda dos custos de produção que vem sendo observada aqui não está vinculada às taxas de câmbio, mas sim a essa questão da oferta do excedente. Se nós temos perspectiva de taxa de câmbio se mantendo alta, o que vai impactar lá na frente os custos de produção, essa questão pontual dos fertilizantes é uma oportunidade a ser aproveitada", explica.
A dica do economista é que aquele produtor rural que tem caixa e condições para armazenar os fertilizantes químicos de forma correta, devem aproveitar para comprar neste momento, tanto para usar agora quanto como preparação para a safra 20/21.
O bom momento nos preços destes produtos deve passar em fevereiro do ano que vem, quando os produtores americanos devem começar a comprar os insumos para suas lavouras. A expectativa é que os preços voltem a subir, já que a perspectiva é de uma safra normal, ou seja, com a demanda por fertilizantes voltando a aumentar e as empresas reduzindo o ritmo de produção do insumo, a oferta ficará menor.
DÓLAR DEVE PERMANECER ALTO
Segundo explica o economista, o que está havendo é uma valorização do dólar, e não uma depreciação do real. A moeda americana está subindo frente às principais moedas de outros países, representando um movimento global.
Outra questão mundial apontada por ele é a queda de juros, o que faz com que os rendimentos caiam e os investidores passem a olhar para o risco. sendo assim, a movimentação é direcionada para a compra de dólar para, em seguida, aquisição de títulos. A tendência é que as taxas de juros continuem caindo ou se mantenham, sendo esperado que o dólar se mantenha alto por um bom tempo.
-- "Agora a gente tem que ver o quanto essa queda nos custos de produção deve ser aproveitada, porque nós sabemos que a taxa de câmbio para um país agro prejudica mais do que ajuda".
Por: Carla Mendes e Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas
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