sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Ibovespa fecha quase estável sob pressão de Petrobras, mas acumula alta em novembro



Publicado em 29/11/2019 18:50

Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou marginalmente no vermelho nesta sexta-feira, sob pressão das ações da Petrobras, na esteira do recuo do petróleo no exterior, enquanto Via Varejo foi destaque positivo em dia de Black Friday.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação negativa de 0,05%, a 108.233,28 pontos, encerrando a semana com declínio de 0,4%. No mês, contudo, teve alta de 0,9%.
O volume financeiro nesta sexta-feira somou 14,18 bilhões de reais, abaixo da média diária no mês, de quase 20 bilhões.
No exterior, prevaleceu a cautela, com a discórdia entre China e Estados Unidos sobre Hong Kong alimentando a ansiedade dos investidores sobre as negociações comerciais.
Wall Street fechou mais cedo, com o S&P 500 em queda de 0,4%.
O pregão na B3 ainda foi marcado por tradicionais ajustes de final de mês, com a próxima semana reservando a primeira prévia do Ibovespa para o começo de 2020.
Para o gestor Guilherme Foureaux, sócio na Paineiras Investimentos, apesar da fraqueza do Ibovespa no final do mês, a bolsa brasileira teve bom desempenho em novembro, se considerado o comportamento da taxa de câmbio e juros futuros.
No caso do câmbio, o dólar acumulou alta de 5,77% em novembro, maior alta mensal desde agosto de 2018 e a mais forte para o mês desde 2016.
Uma medida de risco na curva de juros - medida pela diferença entre os DIs janeiro 2025 e janeiro 2021 - saltou quase 30 pontos-base no mês, chegando a bater 1,89 ponto percentual, máxima do ano.
Foureaux destacou que o Brasil também sofreu com o ambiente mais tenso na América Latina, com protestos em vários países, bem como a continuidade de vendas por investidores estrangeiros, mas que o cenário ainda é favorável à frente.
"A taxa Selic pode ficar baixa por bastante tempo, o crescimento está começando a aparecer... Além disso, há ainda parcela significativa de recursos dos fundos que podem ser alocados em bolsa, que ainda está abaixo da média histórica."
Ele também acrescentou que quando o cenário de crescimento se consolidar, o investidor estrangeiro pode voltar.
Dados sobre a participação de estrangeiros no mercado secundário brasileiro mostravam até o dia 27 saída líquida de 8,2 bilhões de reais em novembro, com o saldo no ano negativo em quase 40 bilhões de reais.
Fundos de investimento em ações brasileiras no exterior, porém, tiveram fluxo positivo de 401 milhões de dólares na semana até 27 de novembro, segundo dados compilados pelo Itaú BBA em relatório enviado a clientes nesta sexta-feira,
No acumulado do ano, o fluxo para esses fundos está positivo em 1,07 bilhão de dólares.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON recuaram 1,29% e 1,23%, respectivamente, conforme os preços do petróleo recuaram cerca de 4% no mercado externo, com produção recorde da commodity nos EUA.
- VALE ON caiu 0,77%, acompanhando o movimento de suas pares na Europa dadas as preocupações com as negociações comerciais China-EUA.
- BRADESCO PN subiu 0,48%, reduzindo as perdas de uma semana marcada por forte noticiário sobre o setor bancário. ITAÚ UNIBANCO PN fechou com acréscimo de 0,58%. BTG PACTUAL UNIT ganhou 2,55%, ainda embalados pelas expectativas ligadas ao IPO da XP Investimentos.
- VIA VAREJO ON valorizou-se 2,56%, em dia de Black Friday, na sétima alta consecutiva, encerrando o mês com elevação acumulada de 19,95%. No setor, B2W subiu 2,14%, mas MAGAZINE LUIZA ON caiu 1,25%.
- WEG ON teve ganho de 3,36%, para nova máxima histórica.
- TIM ON caiu 2,73%, após fechar na véspera na máxima desde maio de 2018. A ação também aparece entre os maiores ganhos do Ibovespa no mês, com valorização de 18,56%.
- GERDAU PN recuou 0,99%, em dia de ajustes, sendo a ação do Ibovespa que mais subiu em novembro (+26,9%). USIMINAS PNA fechou com elevação de 0,95%, tendo no radar novo aumento de preço a partir de janeiro.
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Fonte: Reuters

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