quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Preço da soja do BR poderia estar US$ 20 mais alto. 2020 deve ter cotação ainda melhor, diz Severo



Publicado em 28/11/2019 13:12 e atualizado em 28/11/2019 16:12

Vendas intensas do produtor brasileiro, em reais, ajudam a manter pressão sobre cotações em Chicago. Somente esta semana, Brasil já vendeu 8 navios de soja para a China, fora 40 na semana anterior.

Liones Severo - Diretor do SIMConsult

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Entrevista com Liones Severo - Diretor do SIMConsult sobre o Mercado da Soja
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A intensa valorização do dólar frente ao real nas últimas semanas tem ajudado a formar bons preços a para a soja do Brasil e estimulam, portanto, boas vendas por parte dos produtores brasileiros. E essa oferta massiva de produto nacional pressiona a as cotações em dólar para o produtor não só do Brasil, mas também dos EUA e dos demais países que comercializam na moeda americana, como explica Liones Severo, diretor do SIMConsult. 
Na análise do executivo, as desvalorizações do real têm sido parte responsável pela queda dos preços em dólares da commodity, como mostra o gráfico abaixo, à direita. 
Do mesmo modo, Severo explica ainda que a Bolsa de Chicago não tem respondido muito bem às perdas de safra que foram registradas nos EUA nesta temporada, na casa 27 milhões de toneladas. "Então, pressupõe-se que o ano de 2019/20 teremos preços melhores porque essa perda vai fazer falta no mundo, sem dúvida (...) Isso vai impactar os preços de qualquer maneira e isso deve ser através do prêmio". 
Declínio produção EUA
E o diretor do SIMConsult completa dizendo que "a safra brasileira tem sido vendida com um desconto de US$ 20,00 abaixo das paridades internacionais. Naturalmente que a China se beneficia disso, e isso é uma transferência de renda do setor produtivo para o setor consumidor". 
E nesta quinta-feira, apesar de baixas que trazem alguma correção ao dólar depois de ganhos consecutivos, a moeda americana segue trabalhando acima dos R$ 4,20. 
Dólar x Reais
"Não é uma lógica matemática, mas os especuladores construíram robôs para vender futuros no primeiro sinal de desvalorização do real. A razão é simples, com o tempo perceberam que nesses casos os produtores brasileiros saem fortes para vendas o que corresponde a venda de contratos futuros na CBOT. Por isso, os preços caem. O mundo agrícola torce pela valorização do real para recompor os preços em dólares no mercado internacional", esclarece Liones Severo.
Para o consultor, o produtor brasileiro é o driver de formação dos preços da soja no mundo e reforça o protagonismo do Brasil no complexo da oleaginosa, além de lembrar que a América do Sul responde por 55% da oferta global de soja, enquanto dos EUA vem 28%. 

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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