sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Soja sobe em Chicago nesta 6ª com notícia de nova liberação de cotas da China para os EUA

Os futuros da oleaginosa sobem pela quarta sessão consecutiva e, por volta de 8h05 (horário de Brasília), os ganhos variavam entre 4,50 e 5 pontos


Os preços da soja caminham em campo positivo ainda nesta sexta-feira (6) na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa sobem pela quarta sessão consecutiva e, por volta de 8h05 (horário de Brasília), os ganhos variavam entre 4,50 e 5 pontos. Assim, o vencimento janeiro/20 tinha US$ 8,88 e o maio, US$ 9,18 por bushel.
O mercado encontra suporte, neste final de semana, na notícia de que a China irá suspender as tarifas sobre algumas cargas de soja e carne suína dos EUA, buscando avançar com as negociações para um acordo comercial e também diante de uma necessidade maior do que a oferta brasileira pode atender neste momento.
Ainda assim, permanece a cautela entre os traders diante das novas notícias depois de quase dois anos de informações desencontradas e boatos não confirmados.
"Na nossa opinião, os sinais em relação à guerra comercial EUA/China continuam confusos, mas o que vale é que parte do mercado acredita que logo deve ser anunciado algum tipo de acordo referente a Fase 1. A notícia da liberação de cotas é um sinal positivo sem dúvida nenhuma para as exportações americanas, mas continua a dúvida se isso é apenas uma estrategia para garantir abastecimento, enquanto não entra a nova safra brasileira ou se é realmente mais um passo em direção a um novo acordo comercial", explica Steve Cachia, consultor da AgroCulte e da Cerealpar.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Soja sobe em Chicago pela terceira sessão consecutiva, compensa baixa do dólar e mantém preços no Brasil
Referências no mercado interno têm suporte ainda da demanda presente e dos bons prêmios. Preços sobem também no interior do Brasil. Em Chicago, guerra comercial traz fragilidade aos movimentos de alta.
O mercado da soja encerrou o pregão desta quinta-feira (5) em alta na Bolsa de Chicago, registrando o terceiro avanço consecutivo. Os preços terminaram a sessão subindo entre 6,50 e 7 pontos nos principais vencimentos, levando o contrato janeiro a US$ 8,84 e o março a US$ 8,98 por bushel. O mercado estava bastante baixo e vem se recuperando tecnicamente.
Os ganhos, porém, são frágeis, como explica o chefe do setor de grãos da Datagro, Flávio França Junior, em entrevista ao Notícias Agrícolas. Segundo ele, até que se encontre uma solução efetiva para o desalinho comercial entre China e EUA, o mercado tende a manter-se pressionado.
França explica que os chineses até têm comprado volumes consideráveis de soja no mercado norte-americano, no entanto, ainda insuficientes para trazer normalidade ao ritmo visto em anos anteriores. "A China já comprou quase 10 milhões de toneladas nos EUA este ano, enquanto no ano passado, nesse mesma época, eram cerca de 500 mil apenas", diz.
O mercado também observa o comportamento do clima na América do Sul, porém, com o fator tendo pouco espaço no radar dos traders. No Brasil, as condições melhoraram e trouxeram alívio para os produtores na maior parte das regiões. Já na Argentina, as condições atuais são um pouco mais severas, com o boa parte das regiões sofrendo com um tempo seco.
"Mas, para as próximas semanas de dezembro as previsões para a Argentina são melhores e, com isso, o mercado já não dá tanta bola para esse fator", diz o especialista.
Ainda nesta quinta, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou a venda de 245 mil toneladas de soja para destinos não revelados nesta quinta-feira (5) e a notícia contribuiu para os ganhos. Do total, são 120 mil toneladas da safra 2016/20 e 125 mil da 2020/21.
NEGÓCIOS NO BRASIL
O dia foi de poucos negócios no Brasil. Há pouca disponibilidade da soja da safra velha ainda para ser comercializada e o produtor brasileiro já tem boa parte da safra nova vendida - cerca de 35% - e observa o mercado com mais cautela neste momento.
Como relata o representante da Datagro, os preços apresentam, principalmente em função da recente desvalorização do dólar, indicativos menores na casa de R$ 1,00 a R$ 1,50 por saca, a depender da região, mas ainda próximos dos picos da semana passada.
"Os preços agora são bons, então se o produtor precisar fechar agora será bom. Porque o espaço para novas altas até o final do ano é limitado, tendo que esperar para voltar ao mercado em janeiro", orienta França. O analista alerta ainda para uma liquidez diminuindo até o final de 2019 e para o câmbio, que pode 'esfriar' um pouco nas próximas semanas.
Sobre os prêmios, as referências seguem firmes, e já são mais expressivas para os primeiros meses de 2020, onde variam de 30 a 50 cents de dólar acima dos valores de Chicago. "Afinal, os chineses estão no mercado brasileiro comprando enquanto negociam com os americanos", conclui.

Data de Publicação: 06/12/2019 às 10:50hs
Fonte: Notícias Agrícolas

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