sexta-feira, 20 de março de 2020

Argentina determina quarentena em todo país a partir desta sexta-feira por coronavírus



Publicado em 20/03/2020 03:52

BUENOS AIRES (Reuters) - O presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou ontem uma quarentena obrigatória a partir da madrugada desta sexta-feira em todo o país num esforço para impedir a disseminação do novo coronavírus.
A quarentena deve durar até 31 de março.
Os argentinos poderão sair de suas casas para comprar bens básicos, como alimentos e remédios --que serão controlados pelas forças de segurança. Alguns trabalhadores de setores essenciais também poderão se deslocar.
A Argentina já tinha fechado suas fronteiras por um total de 15 dias e suspendeu voos vindos de países altamente atingidos pela pandemia.
Até esta quinta-feira, a Argentina havia registrado 128 casos, com três mortes.

Governo brasileiro restringe entrada aérea no país mas exclui EUA, onde epidemia se espalha

BRASÍLIA (Reuters) - O governo brasileiro editou uma portaria na noite de quinta-feira proibindo a entrada no país por via aérea de estrangeiros vindos de 12 blocos e países, incluindo toda a União Europeia, a China e o Japão, mas deixou de fora os Estados Unidos, que têm hoje o sexto maior número de casos de coronavírus registrados no mundo e a segunda maior velocidade de crescimento da epidemia.
A portaria, publicada em Edição Extra do Diário Oficial, restringe por 30 dias a entrada de estrangeiros vindos da China, de todos os países que compõe a União Européia, Islândia, Noruega, Suíça, Reino Unido, Irlanda do Norte, Austrália, Japão, Malásia e Coreia do Sul.
Questionado sobre as razões da escolha desses países, o Ministério da Justiça alegou maior risco de contágio, mas não soube explicar porque os Estados Unidos não estariam então entre os países com restrição de entrada.
De acordo com o site worldometers.com, que faz acompanhamento em tempo real dos novos caos no mundo, o país ultrapassou 14 mil casos de coronavírus, com mais de 5 mil novos casos registrados apenas nesta quinta, perdendo apenas para a Itália em número de novas infecções.
Ao mesmo tempo, o Japão tem apenas 943 casos e a Austrália, 756. A China, onde a epidemia começou e o número de infectados passa de 80 mil, teve apenas 39 novos doentes nesta quinta, e a Coreia do Sul, considerado um caso de sucesso no controle da epidemia, tem hoje 8,6 mil doentes, mas registrou apenas 239 novos.
Foi nos Estados Unidos que boa parte da comitiva do presidente Jair Bolsonaro foi infectada pelo coronavírus, depois da viagem presidencial a Miami, há 10 dias. Hoje, 15 membros da comitiva já registraram a infecção, entre eles o ministro de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e o chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten- primeiro a mostrar sintomas e ter o vírus detectado.
A portaria não restringe a entrada de brasileiros que estejam nesses países, ou estrangeiros com residência fixa no Brasil. Também será autorizada a entrada de pessoas em missão de organismos internacionais e diplomatas acreditados no Brasil, estrangeiro que esteja vindo ao país para se reunir com sua família e pessoas cuja entrada seja do interesse do governo brasileiro.
O transporte de cargas também continua liberado.
Mais cedo, o governo já havia editado portaria fechando as fronteiras terrestres do país com o restante da América do Sul, com exceção do Uruguai, com quem há uma negociação em separado.

Venezuela eleva casos de coronavírus para 42 e agradece China por auxílio

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  • Fila no primeiro dia de quarentena pelo coronavírus em Caracas, Venezuela
CARACAS (Reuters) - A Venezuela confirmou seis recentes casos do novo coronavírus nesta quinta-feira, em um total de 42 casos e o governo do presidente Nicolás Maduro agradeceu à China, sua aliada, por enviar 4 mil kits de diagnóstico para testar a infecção.
O governo de Maduro tem implementando quarentena em toda a Venezuela e restringiu viagens entre Estados, em uma tentativa de conter a epidemia. Nesta quinta-feira, o governo venezuelano disse que os kits chineses de diagnóstico servirão para testar 300 mil venezuelanos.
"Da alma da Venezuela, queremos agradecer à República Popular da China e ao presidente Xi Jinping por essa generosidade", disse a vice-presidente, Delcy Rodriguez, durante um evento televisionado no aeroporto internacional de Caracas para receber o auxílio.
Em uma medida separada para conter a propagação do vírus, a autoridade marítima do INEA (Instituto Nacional dos Espaços Aquáticos, na sigla em espanhol) da Venezuela proibiu tripulações a bordo de navios que atracam nos portos do país de desembarcar, de acordo com um documento de 17 de março visto pela Reuters nesta quinta. A ordem também proíbe novos funcionários de embarcar nos navios-tanque.
Não se espera que a medida afete as exportações de petróleo do país, mas pode complicar a logística, como a entrega de alimentos às tripulações, de acordo com uma fonte familiarizada com o assunto.

Cidade do Equador barra avião europeu enviado para pegar viajantes retidos no país

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  • Funcionário municipal fazendo limpeza em Guayaquil, Equador 17/3/2020 REUTERS/Santiago Arcos
GUAYAQUIL, Equador/QUITO (Reuters) - A prefeita da segunda maior cidade do Equador disse que o município bloqueou o pouso de um avião proveniente da Europa para pegar passageiros retidos no país andino devido a restrições para evitar a propagação do coronavírus.
A cidade costeira de Guayaquil colocou alguns veículos do governo na pista do aeroporto na quarta-feira à tarde para evitar que o avião, pertencente à companhia aérea espanhola Iberia, pousasse para recolher os 190 passageiros.
A prefeita, Cynthia Viteri, afirmou que a ação foi tomada para "defender a cidade de Guayaquil", que tinha 111 dos 199 casos de coronavírus do país até quinta-feira, de acordo com dados oficiais. Três pessoas morreram da doença no Equador.
O avião acabou aterrissando em Quito, capital do país.
A prefeita Viteri disse nesta quinta-feira que testou positivo para o vírus.
O governo do Equador informou que pode tomar medidas legais contra o município, segundo autoridades. Alexandra Ocles, diretora do Serviço de Gestão de Risco do país, chamou a medida de Guayaquil de violação das normas da aviação civil.
"É um evento lamentável, pois coloca o país em uma situação complexa, especialmente com as boas relações que o Equador tem com os países europeus", disse Ocles a repórteres, descrevendo o voo da Iberia como um ato "humanitário".
Viajantes estrangeiros ficaram retidos no Equador desde que o país suspendeu voos, no domingo, para conter a propagação de coronavírus. O voo da Iberia foi permitido porque chegou sem passageiros e apenas membros da tripulação, de acordo com o ministro dos Transportes, Gabriel Martínez.

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Fonte:
 Reuters

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