segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Agronegócio desperta interesse em Mato Grosso

Maior produtor de soja e de algodão em pluma do país, segundo maior produtor de arroz, quinto de cana-de-açúcar e sétimo de milho, além de ser o detentor do maior rebanho de gado de corte do Brasil DA A GAZETA Mato Grosso é reconhecidamente o Estado do agronegócio e chama a atenção de empresários do agrobusiness de várias partes do mundo, assim como de técnicos e estudantes. Um novo segmento ligado exatamente a esta característica está tomando força: o turismo de agronegócio e tecnológico. Cidades como Campo Verde, Primavera do Leste, Rondonópolis, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum já estão recebendo visitantes ávidos por verificar de perto as tecnologias empregadas no campo. Classificado como terceiro município do Brasil com maior índice de desenvolvimento humano (IDH), Nova Mutum está localizado a 269 km ao Norte da capital. A novidade é que a região vem se revelando também como destino turístico de referência em tecnologia sustentável no segmento de agronegócio. O trabalho é desenvolvido pelas secretarias municipais de Indústria, Comércio e Turismo e de Agricultura e Meio Ambiente, em parceria com o Sebrae em Mato Grosso. De acordo com Romário Limbergue Júnior, secretário de Indústria, Comércio e Turismo do município, o projeto já apresenta resultados, como a preparação de oito atrativos para receber o turista e o ordenamento da cadeia no município por meio da lei do vaucher único, que envolve 20 empreendimentos. O projeto é voltado para turistas nacionais e estrangeiros, estudantes e profissionais do agronegócio, que permite o conhecimento das mais avançadas tecnologias na área da agroindústria, vivenciando experiências nos empreendimentos. Um dos locais onde o turismo de agronegócio tem sido praticado com muita frequência é na Fazenda Melina, situada a 270 km de Cuiabá, uma das pioneiras na região. De acordo com o proprietário, o francês Michel Leplus, as atividades no local iniciaram com a pecuária, com o cruzamento industrial de raças européias. Porém, em 1998 foi realizado o plantio do primeiro hectare de uva a título experimental, foram mais de 14 variedades diferentes, inclusive uvas viníferas, para futura elaboração de vinho , espumante e vinagre. Em junho 2001 foram concluídas a construção da fábrica de suco e realizada a primeira colheita. Três meses depois o mercado de Mato Grosso e Rio Grande do Sul desfrutava da primeira garrafa de suco de uva natural, sem conservantes e colorantes, produzido em Mato Grosso. “Todo este trabalho e profissionalismo ao logo destes anos fez com que as pessoas de diferentes regiões do Brasil e até de outros países nos buscassem para conhecer nosso trabalho”, diz Michel Leplus. O empresário conta ainda que diferente de outras culturas, como a soja e o milho por exemplo, a uva atrai um pouco mais de visitantes em função de todo o encantamento que exerce, pela beleza dos parreirais, já que em Mato Grosso não é o comum o cultivo deste tipo de cultura. “Durante a safra, entre os meses de julho e agosto, recebemos visitantes praticamente todos os dias. Sejam de pessoas do Brasil e de outros países, como Estados Unidos e de alguns países da Europa”. O produtor explica que tem uma equipe especializada para receber os visitantes, preparada para explicar tudo sobre as atividades produtivas desenvolvidas dentro da propriedade. Seu empreendimento tem 12 anos de atividade, com o Suco Melina tendo uma produção anual de 900 toneladas de uva de mais de 14 variedades, utilizadas na fabricação de mais de 600 mil litros de suco natural, integral e sem conservantes, comercializados em todos os estados brasileiros. Outro empreendimento que integra o roteiro de turismo tecnológico é o Grupo Mutum, empresa colonizadora da cidade, fundada por José Aparecido Ribeiro. De acordo com Luiz Divino da Silva, gerente do Grupo em Mato Grosso, por ser uma empresa empreendedora, que sempre buscou desenvolvimento do município e da região, eles participam deste projeto, visando mostrar o que há de melhor na região para o resto do mundo. “O Grupo, desde sua fundação, sempre foi pioneiro no desenvolvimento da agricultura e pecuária do Centro Oeste brasileiro, e ao visitarmos, dessa forma o turista tem també acesso a história da agricultura do centro oeste”. Concentra suas atividades na agroindústria com o plantio de soja, milho, sorgo e algodão e também na bovinocultura e piscicultura além de armazenagem de grãos e indústria de beneficiamento de algodão e ainda investimentos em pesquisas e novas tecnologias. São aproximadamente 50 mil hectares de área agricultável e áreas de reserva entre as Fazendas Mutum e Arinos, que são responsáveis por maior parte da produção do Grupo Mutum, além de aproximadamente 8 mil hectares de áreas terceirizadas, com produção de alimentos e fibras destinados a venda no Brasil e no mercado internacional. São aproximadamente 48 mil hectares de área, com produção diversificada. Entre os oito atrativos do turismo tecnológico de Nova Mutum estão os empreendimentos Hidropônicos Cristalina, maior produtor de alfaces de Mato Grosso, com uma produção média de 3,1 mil unidades ao dia, além de outras verduras e legumes. Isso porque depois de trabalhar seis anos na horticultura tradicional, o pequeno produtor de hortaliças de Nova Mutum, Ademir Triches resolveu investir em hidroponia. Ele buscou informações, qualificou a equipe e o resultado oficial aconteceu nesta semana com a inauguração do projeto Hidropônicos Cristalina. Outro empreendimento naquele município é o Grupo Hoepers, cujas fazendas são consideradas um modelo de gestão sustentável, com aplicação de verticalização das atividades, ciclo autossustentável, onde é feito o confinamento médio de seis mil cabeças de gado por ciclo, e entrega média de 36 mil suínos ao ano.

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