terça-feira, 1 de outubro de 2013

Soja sul-americana domina dois terços do comércio global

Soja sul-americana domina dois terços do comércio global Visitas: 374 Soja sul-americana domina dois terços do comércio global 01/10/13 - 00:00 Na temporada 2013/14, os cinco principais produtores da commodity na América do Sul devem atender 66% da demanda mundial por grão, farelo e óleo. Expansão do cultivo no Brasil determina a tendência O expressivo aumento da produção de soja na América do Sul tem dado aos países do continente importante missão no abastecimento global da commodity. Os campos de Brasil, Argentina, Paraguai, Bolívia e Uruguai devem saciar 66% das exportações mundiais do complexo soja (grão, óleo e farelo) na safra 2013/14, que acaba de começar, mostram números do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda, na sigla em inglês). No ano passado, o quinteto do Cone-Sul foi responsável por atender 62% das vendas externas. O ganho de mercado é puxado pelo Brasil, atual líder mundial em produção e exportação de soja. Sua posição no ranking, inclusive, deixou de ser contestada. Na temporada passada, a liderança brasileira era considerada temporária. Analistas afirmavam que os Estados Unidos retomariam neste ano sua produção e consequentemente o topo da tabela de oferta do produto. Mas não foi o que aconteceu. Os norte-americanos, que até o ciclo 2009/10 abasteciam mais de 30% desse mercado, terão participação reduzida a 26% neste ciclo, conforme projeção do próprio Usda. A fatia brasileira, por sua vez, tem sido cada vez maior. Neste ciclo, o país deve fornecer 32,5% de todo o volume de grão, óleo e farelo a ser movimentado pelo comércio internacional. Há quatro anos, o país abocanhava 28% das exportações. A disponibilidade de terras agricultáveis e a ampliação das colheitas garantem mercado ao Brasil. As projeções para este ano apontam que o país poderá retirar das lavouras até 90 milhões de toneladas da oleaginosa. “O Brasil é o único país que tem conseguido ampliar a produção todos os anos. Isso lhe dá o maior potencial para manter a primeira posição nas exportações. Os Estados Unidos, apesar de terem uma safra boa, não estão conseguindo formar estoques internos. E a demanda está crescendo”, comenta o analista de gerenciamento de risco da consultoria INTL FC Stone, Glauco Monte. Hermanos Junto com Brasil e Argentina – os dois maiores produtores e fornecedores da América do Sul –, outros três países ampliam suas lavouras. A Bolívia ultrapassa 2 milhões, o Uruguai atinge 3 milhões e o Paraguai chega a 9 milhões de toneladas de soja por safra. São 14 milhões de toneladas em 2013/14, o dobro do volume de uma década atrás. “A Bolívia tem mais espaço que o Paraguai [quarto maior exportador, atrás apenas de Brasil, Estados Unidos e Argentina] e o mesmo potencial de produção, em torno de 10 milhões de toneladas”, avalia Monte. Produtores brasileiros estão assumindo o desafio de expandir as lavouras nas terras bolivianas, apesar de o país não contar com acesso ao mar, observa o analista Stefan Tomkiw, da cor­­­retora The Jefferies Bache. No milho, peso do consumo mantém EUA no comando Com uma colheita avaliada em 351,6 milhões de toneladas de milho pela frente, os Estados Unidos seguem dando as cartas no mercado do cereal. Gigante na demanda e no cultivo, o país deve produzir volume 3,5 vezes maior que o das safras de Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia somadas em 2013/14. No mercado global, os norte-americanos devem vender 31 milhões de toneladas e os cinco países sul-americanos, 38 milhões (com empate de 18 milhões entre Argentina e Brasil). Porém, apesar de manterem liderança sobre os EUA nas exportações, os países sul-americanos são regidos pelo pelo mercado norte-americana, que deve absorver 320 milhões de toneladas (33% da produção mundial). Sobe e desce As exportações do cereal oscilam a cada safra, nos Estados Unidos e no Cone-Sul. “O milho pode ser substituído por outros produtos, como o trigo por exemplo. Quando há essa substituição, a demanda pelo grão cai”, explica o analista de mercado da Agrinvest, João Paulo Schaffer. No ano passado, quando os norte-americanos tiveram uma das maiores quebras de safra de milho da história, as cotações dispararam 50% de maio a agosto. Com isso, as exportações do cereal recuaram 20% e o Brasil ampliou sua participação nas exportações de 20,8% para 26% em um ano. Mas isso não deve acontecer de novo. A produção global de milho está aumentando e os embarques do Brasil devem cair, conforme Schaffer. 155 milhões do total de 180 milhões de toneladas de soja produzidas no mundo em 2013/14 (ou 55%) devem ser colhidas em cinco países da América do Sul: Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia. Gazeta do Povo Autor: Cassiano Ribeiro

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