quarta-feira, 27 de novembro de 2013
27/11/2013 - 17:42
27/11/2013 - 17:42
Camex ameaça retaliar Governo Obama se contencioso do algodão deixar de ser pago ao IBA
De Brasília – Vinícius Tavares
Foto: Reprodução
Pagamento foi suspenso em setembro por indefinição na legislação rural norte-americana
A Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério da Indústria e Comércio (Mdic) vai se reunir no próximo dia 10 de dezembro, em Brasília, para discutir a possibilidade de entrar com uma retaliação contra os Estados Unidos pelo não pagamento do contencioso do algodão, acordo firmado pela Organização Mundial do Comércio (OMC) para compensação aos produtores brasileiros pelos subsídios pagos pelo governo norte-americano a seus produtores.
O alerta foi feito pelo senador Pedro Taques (PDT-MT) durante sessão não deliberativa do Senado nesta terça-feira (26.11). Na ocasião, Taques anunciou para esta quarta-feira a realização da reunião na Camex, mas o encontro foi adiado em virtude de compromissos do ministro Fernando Pimentel com a presidente Dilma.
De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que centraliza as negociações em torno do tema, os norte-americanos transferiram no mês de setembro ao Instituto Brasileiro do algodão (IBA), entidade criada para receber os fundos compensatórios ao setor, a última parcela do contencioso e não pagaram mais nada.
O diretor executivo da Abrapa, Márcio Portocarrero, afirma que o governo de Barack Obama pediu prazo de seis meses para tentar aprovar a FarmBio, a legislação que trata do pagamento dos subsídios e do seguro rural. O governo de Omaba justificou que a suspensão dos repasses definidos pela OMC ocorreu em virtude da recente crise orçamentária enfrentada pelo país.
Derrotados pelo Brasil na OMC em uma conquista histórica para os cotonicultores, os Estados foram condenados a pagar em torno de US$ 147 milhões todos os anos ao IBA como forma de compensar as perdas dos produtores brasileiros, que giram em torno de US$ 650 milhões ao ano. Portocarrero critica a indefinição e diz que o valor é muito aquém do que deveria ser repassado à título de compensação.
“No mínimo deveriam continuar pagando. Esta indenização é muito pouco frente ao subsídio que os nossos concorrentes recebem. Esperamos que o assunto seja resolvido logo”, afirmou.
De acordo com levantamento feito pela Abrapa, o valor transferido no mês de setembro não chegou a um terço do repasse mensal definido pela Organização Mundial do Comércio.
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