sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

30/01/2015 - 11:53

Alta carga tributária tira competição do setor madeireiro de Mato Grosso, diz presidente do Cipem Da Redação - Viviane Petroli
No setor agropecuário mato-grossense a alta carga tributária é um grande entrave na geração de competitividade com outros Estados brasileiros, o mesmo é constatado no setor de Base Florestal. O segmento madeireiro, hoje, enfrenta diversas barreiras à sua frente, além da tributação, como é o caso da dificuldade em conseguir a liberação de projetos de Manejo Florestal Sustentável. A Base Florestal, em Mato Grosso, é considerada a principal renda em cerca de 40 municípios e a falta de diálogo com o Governo do Estado, segundo o presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), Geraldo Bento, tem gerado prejuízos à cadeia. Apesar de tamanhas dificuldades, hoje, o setor madeireiro de Mato Grosso exporta em torno de 9,79% de sua produção. A maior parte, 65,72%, são destinados para vendas interestaduais. Em entrevista ao Agro Olhar, o presidente do Cipem revelou que em 2015 as expectativas são de consolidação do segmento da Base Florestal no mercado consumidor nacional e internacional. Confira a seguir entrevista com o presidente do Cipem, Geraldo Bento: Agro Olhar - Como foi o ano de 2014 para o setor madeireiro em Mato Grosso? Geraldo Bento - Em 2014 o setor de Base Florestal evoluiu em muitos aspectos. Consolidamos nossas bandeiras de manter a floresta em pé, do uso consciente da madeira, dos benefícios do manejo florestal, da sustentabilidade e da importância de nossos empresários. Já no que se refere ao desenvolvimento da atividade econômica - que representa a quarta economia do Estado, sendo a principal renda de aproximadamente 40 municípios de Mato Grosso - houve pouco avanço devido ao difícil diálogo com o Governo do Estado, gerando prejuízo à cadeia produtiva e à comunidade onde atua. Agro Olhar - Quais os principais entraves do setor hoje no Estado? E dificuldades? Geraldo Bento - Historicamente o setor enfrenta a dificuldade nas liberações dos projetos de Manejo Florestal Sustentável, que hoje é responsável por 95% dos abastecimentos das indústrias florestais. Outro ponto é a questão tributária um dos entraves para o desenvolvimento da atividade econômica no Estado. Por ser extremamente conturbada e com uma carga elevada em comparação a outros Estados com potencial florestal, nos coloca em desigualdade de competição. Agro Olhar - Diversas reuniões com a Sema-MT foram realizadas em 2014. Conseguiu-se obter algum resultado? O setor registrou algum avanço após estas reuniões? Geraldo Bento - Apesar de frequentes reuniões com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), chegamos ao fim de 2014 sem ter colocado em prática o Sistema Sema Virtual, implantado em outubro de 2013. Sistema esse que tinha o propósito de dar mais celeridade aos trâmites documentais da referida Secretaria junto ao segmento florestal. Deixando-nos em dificuldade em operacionalizar junto à Secretaria. Agro Olhar - Quais as madeiras mais comercializadas em Mato Grosso e qual o principal destino? Geraldo Bento - As espécies mais comercializadas em 2014 foram Cedrinho, Cambará, Angelim, Goiabão e Jatobá. O destino dos produtos de origem florestal são 25,39% para vendas internas, 65,72% vendas interestaduais e apenas 9,79% seguem para exportação. Agro Olhar - O que falta hoje em Mato Grosso para que o setor consiga vir a se "destacar" como fonte de renda e rentabilidade, assim como os demais produtivos? Geraldo Bento - Os governos Estadual e Federal precisam reconhecer o setor de base florestal como um segmento econômico, sendo a única atividade agro que não pratica nenhum tipo de desmatamento, mas sim o Manejo Florestal Sustentável. Contribuindo assim, para conservação da floresta em pé e gerador de tributos para os cofres públicos, emprego e renda. Agro Olhar - Quais as expectativas para 2015 no setor madeireiro em Mato Grosso? Geraldo Bento - O ano de 2015 será o momento de consolidar a posição do setor de Base Florestal no mercado consumidor nacional e internacional. Ocupar espaço como produtor e gerador de riquezas para a sociedade, para isso, contamos com a aplicação do Programa de Desenvolvimento Florestal Sustentável de Mato Grosso (PDFS). Projeto que será responsável pelo aumento da participação do setor florestal, em torno de 20% nos próximos 20 anos, no PIB de Mato Grosso. Por meio da Resolução 14/2014, publicada no Diário Oficial em 04 de dezembro, foi oficialmente criado o Grupo de Trabalho (GT), responsável por gerir o PDFS. O grupo estará sob a coordenação da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec). Agro Olhar - As exportações absorvem qual percentual da produção estadual de madeira? Geraldo Bento - De janeiro a setembro deste ano foram exportadas 68,030 mil toneladas de produtos florestais que geraram receita comercial de US$ 68,859 milhões, contabilizando um percentual de 9.79%. No mesmo período do ano passado, as exportações do setor movimentaram US$ 77,140 milhões com volume físico de 81,242 mil toneladas, evidenciando uma queda de 10,74% na receita comercial em 2014.

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