sábado, 31 de janeiro de 2015
Custo mais alto faz produtores de girassol de MT reduzirem área
31/01/2015 14h49 - Atualizado em 31/01/2015 14h49
Custo mais alto faz produtores de girassol de MT reduzirem área
Alta do dólar influenciou no aumento dos custos de produção.
Conab estima que o estado reduzirá em 11% sua produção nesta safra.
Do G1 MT
Mato Grosso é responsável por quase 90% do girassol produzido no país, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Para esta safra, a Conab estima uma queda de 11% na produção do grão no estado, que deve chegar a 180 mil toneladas.
A previsão na propriedade de Regis Segabinazzi, é de que o plantio da cultura comece em fevereiro, após a colheita de soja, e que termine até o fim desse mês. A redução será de 50 hectares na propriedade dele, que este ano pretende cultivar 250 hectares com o girassol. Entre os motivos que o levaram a tomar essa decisão estão os custos, que com a alta do dólar ficaram cerca de 25% maiores. “No ano passado, gastei na faixa de R$ 800 por hectare para o plantio do girassol. Este ano, provavelmente, R$ 1 mil por hectare”, calcula o produtor.
Ele já negociou toda a produção que espera colher com uma indústria que fica em Campo Novo do Parecis, ao preço de R$ 51 por saca. Apesar das despesas maiores, o preço pago pela saca se manteve idêntico ao da safra passada. Para o agricultor, a comercialização antecipada ainda compensa, pois tem o preço travado na totalidade e depende menos da oscilação de preços do mercado.
“A expectativa para mim dessa safra é pequena, é praticamente empatando com um lucro muito pequeno, de duas a cinco sacas por hectare”, comenta.
Na indústria que comprou o girassil de Segabinazzi, as máquinas não param nem mesmo durante a entressafra. Funcionam 24 horas por dia abastecidas com o estoque da última colheita. A indústria deve produzir este ano 28 mil toneladas de óleo de girassol que vão abastecer o mercado de alimentos. Grande parte da produção segue para São Paulo e Santa Catarina. Além disso, são processados também o farelo, que deve chegar a 47 mil toneladas.
Isso representa um crescimento de 180% em relação ao que foi produzido de óleo de girassol no último ano e 170% de alta na produção de farelo. Este aumento faz parte da estratégia da fábrica que desde o ano passado investindo na ampliação da unidade. As obras estão na fase final, resta apenas asfaltar a área de embarque e desembarque dos caminhões.
Segundo o gerente administrativo da empresa, Carlos Eduardo Momesso, esse girassol é suficiente para chegar até o início da próxima colheita, que será em junho. O plantio deve se realizar durante o mês de fevereiro e início de março e a colheita entre o final de maio e início de junho.
“O mercado se mostrou receptivo ao óleo de girassol e a gente tinha uma indústria com capacidade para 36 toneladas por dia de óleo e visando atender esse mercado, ampliamos fazendo este investimento aqui na ordem de R$ 80 milhões”
Com a expansão, a indústria precisará de mais matéria-prima. A fábrica consumiu 40 mil toneladas do grão no ano passado e a expectativa é consumir em torno de 90 mil toneladas de girassol este ano, 60% desse montante já foi comprado de agricultores da região.
tópicos:
CONAB, Campo Novo do Parecis, Mato Grosso, Santa Catarina, São Paulo
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