sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Dólar avança com ata do Copom e cena externa

O dólar subiu ontem ante o real ao refletir o movimento no mercado externo e a perspectiva de que o Banco Central possa reduzir o ritmo de alta da Selic já na próxima reunião
Lá fora, dados positivos do mercado de trabalho nos EUA reforçaram a visão de que o BC americano deve seguir com o processo de normalização da política monetária e elevar a taxa básica de juros neste ano. Foi o que levou a moeda americana a subir em relação às principais divisas. O comunicado da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), divulgado na quarta-feira, reforçou as apostas de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) pode começar a subir a taxa básica de juros nos Estados Unidos em junho. O documento destacou que a atividade econômica vem se expandindo a um ritmo sólido, contrastando com a visão do comunicado de dezembro, no qual enxergava a atividade em ritmo moderado. O dado de pedidos de auxílio-desemprego divulgado ontem reforçou essa visão, apontando um recuo para 265 mil na semana passada, enquanto a expectativa do mercado era de uma queda para 300 mil. No mercado local, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) trouxe dúvidas sobre o ritmo de alta da taxa básica de juros daqui para frente. Muitos analistas passaram a enxergar a possibilidade o BC reduzir o ritmodo aperto monetário para 0,25 ponto percentual na próxima reunião, elevando a Selic para 12,50%, após duas altas consecutivas de 0,5 ponto, o que também ajudou a sustentar a alta do dólar ante o real. "A atadeixou aberta a possibilidade de desaceleração do ritmo de alta da Selic,com um aumento de mais 0,25 ponto percentual", diz Solange Srour, economista-chefe da ARX Investimentos. Para ela, o que justifica uma desaceleração do ritmo de alta é a perspectiva de fraca atividade econômica neste ano, com o risco de racionamento de energia podendo piorar esse quadro. Além disso, a autoridade monetária reconheceu que há alguns avanços na política fiscal, podendo mudar a sua avaliação de neutra para contracionista na próxima ata. Além da incerteza sobre o ciclo de aperto monetário, outra questão discutida pelos investidores é a possibilidade de o BC reduzir as intervenções no câmbio e encerrar o programa da "ração diária" a partir de março. Isso poderia ocorrer diante da expectativa de aumento do fluxo de recursos para o Brasil após o anúncio do programa de estímulo monetário do Banco Central Europeu (BCE), que deve injetar pelo menos € 1,14 trilhão de euros até setembro de 2016. O mercado aguarda ainda o anúncio da rolagem do lote de US$ 10,438 bilhões em contratos de swap cambial com vencimento em março. O especialista em câmbio da corretora Icap, Italo Abucater, afirma que o mercado já começa a embutir nos preços do câmbio o risco de um BC menos ativo no mercado. "Se o BC demorar muito para anunciar as rolagens pode terminar fevereiro rolando apenas uma parte dos contratos.E acho que essa probabilidade é muito maior do que a de uma rolagem integral." Data de Publicação: 30/01/2015 às 11:00hs Fonte: Canal do Produtor

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