sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Ibovespa avança 0,9%, com menor temor de recessão global



Publicado em 01/11/2019 20:38


SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista avançou nesta sexta-feira, com menores temores de uma recessão global, diante de dados econômicos melhores que o esperado de Estados Unidos e China.
Após ter operado no vermelho durante parte da sessão, o Ibovespa reverteu na esteira da melhora em Wall Street e subiu 0,91%, a 108.195,63 pontos. Na semana, o índice avançou 0,77%. O giro financeiro da sessão somou 20,7 bilhões de reais.
Após renovar máximas históricas em outubro, o Ibovespa testou novos recordes intradia, com agentes reiterando perspectivas otimistas para o mercado acionário doméstico.
"Acreditamos que ainda há espaço para a continuidade desse movimento", afirmou equipe da BB Investimentos, prevendo que o Ibovespa atingirá 120 mil pontos nos próximos 12 meses.
A criação de vagas de trabalho nos EUA desacelerou menos que o esperado em outubro, enquanto a atividade industrial da China expandiu no ritmo mais forte em mais de dois anos, aliviando temores de uma recessão econômica global.
Também acalmando investidores, o representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, disseram que fizeram progresso em várias questões nesta sexta-feira com o vice-premiê da China, Liu He, sobre um acordo comercial provisório.
No cenário doméstico, a indústria brasileira registrou aumento da produção no terceiro trimestre após três quedas. O resultado de setembro foi o melhor em dois anos.
Do lado negativo, a balança comercial brasileira registrou superávit de 1,206 bilhão de dólares em outubro, dado mais fraco para o período desde 2014 (-1,2 bilhão de dólares), impactado por queda acentuada nas exportações.
DESTAQUES
- SUZANO ON disparou 7,26%, na liderança do índice. A empresa teve prejuízo bilionário no terceiro trimestre, mas embarcou em uma estratégia para se livrar de estoques excedentes de celulose, vender ativos e cortar investimentos, na expectativa de reverter um salto na alavancagem e apoiar a recuperação de preços.
- ITAÚ UNIBANCO PN avançou 0,39%, em dia volátil do setor bancário. SANTANDER BRASIL ganhou 0,08% e BRADESCO PN caiu 0,85%.
- MAGAZINE LUIZA ON saltou 5,7%, em mais um forte movimento da varejista, que teve uma semana bastante volátil.
- VALE ON subiu 2,63%. A mineradora teve suspenso os efeitos de interrupção da operação da mina de Alegria, no complexo de Mariana (MG), paralisada desde março.
- PETROBRAS ON e PETROBRAS PN avançavam 0,12% e 0,13%, respectivamente.
- CIELO ON perdeu 2,12%, como maior recuo da sessão, em seu terceiro dia seguido de queda.

Venda de veículos novos em outubro sobe ante setembro, diz Fenabrave

SÃO PAULO (Reuters) - Os licenciamentos de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos no Brasil em outubro cresceram 7,9 por cento sobre setembro, mas recuaram 0,5 por cento na comparação anual, informou nesta sexta-feira a associação de concessionárias de veículos, Fenabrave.
As vendas de veículos novos somaram 253,37 mil unidades em outubro, acumulando 2,28 milhões desde o início do ano, um incremento de 8,7 por cento sobre o mesmo período de 2018.
"Se considerarmos apenas os dias corridos, o mercado permaneceu, praticamente, estável, com uma pequena retração de 0,43 por cento", disse em comunicado à imprensa o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, se referindo à comparação mensal.
Em outubro, as vendas apenas de carros e comerciais leves cresceram 8 por cento sobre setembro, mas caíram 1,4 por cento na comparação anual, pressionadas por recuo de 2 por cento dos carros.
Já as vendas caminhões novos subiram 2,1 por cento na comparação mensal e saltaram 19,9 por cento na relação anual, para 9.497 unidades. O volume comercializado de ônibus foi de 2.700 veículos, 16,2 por cento mais que em setembro e alta de 28 por cento sobre outubro de 2018.

Exportação de minério de ferro do Brasil cresce 15% em outubro ante setembro

RIO DE JANEIRO (Reuters) - As exportações brasileiras de minério de ferro em outubro subiram quase 15% ante o mês anterior, para 31,2 milhões de toneladas, mas permanecem abaixo da máxima do ano, alcançada em julho, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Na comparação com outubro do ano passado, entretanto, houve uma queda de 16,1%, apontaram as informações.
Os embarques da commodity a partir do Brasil neste ano foram fortemente abalados com o rompimento de uma barragem de rejeitos de minério da Vale, em Brumadinho (MG), em 25 de janeiro, o que levou à paralisação de diversas atividades, para uma revisão da segurança.
Em julho, o país registrou exportações de 34,3 milhões de toneladas após a Vale, que responde por grande parte dos embarques do país, retomar a produção em sua maior mina de Minas Gerais.
Nesta sexta-feira, a mineradora informou que recebeu Termo de Desinterdição das operações da mina de Alegria, no complexo de Mariana (MG), suspendendo os efeitos de interrupção da operação que se encontra paralisada desde março de 2019. Mas a empresa não mudou a previsão de vendas.
O preço do minério de ferro exportado pelo país, no entanto, caiu para 62,9 dólares por tonelada, contra 68 dólares no mês anterior. Em outubro de 2018, contudo, o preço atingiu 55,7 dólares por tonelada.
PETRÓLEO
Já as exportações de petróleo caíram 5,6% em outubro ante setembro e recuaram 21,4% ante o mesmo mês do ano passado, para 5,3 milhões de toneladas, segundo a Secex.
O preço do petróleo embarcado pelo país, por sua vez, registrou 301,6 dólares por tonelada em outubro, ante 318,3 dólares em setembro e 469 dólares em outubro de 2018.

Balança comercial brasileira tem superávit de US$ 1,206 bi em outubro

BRASÍLIA (Reuters) - A balança comercial brasileira registrou superávit de 1,206 bilhão de dólares em outubro, dado mais fraco para o período desde 2014 (-1,188 bilhão de dólares), impactado por queda acentuada nas exportações.
O resultado, divulgado nesta sexta-feira pelo Ministério da Economia, veio em linha com expectativa de um saldo positivo de 1,25 bilhão de dólares, conforme pesquisa Reuters com analistas.
Em outubro, as exportações caíram 20,4% sobre igual mês do ano passado, pela média diária, a 18,231 bilhões de dólares.
Houve retração generalizada em todos os setores, com queda de 26,5% em manufaturados, 20,6% em semimanufaturados e 15,3% em básicos.
Em apresentação, o Ministério da Economia apontou que, numa análise produto a produto, as exportações em outubro foram afetadas principalmente pelas queda nas vendas de petróleo em bruto (-1,6 bilhão de dólares), em meio à diminuição das cotações internacionais e do baixo crescimento da produção doméstica.
Outros destaques negativos ficaram com o aço manufaturado (-499 milhões de dólares), em meio à menor demanda dos Estados Unidos e cotações também mais baixas, e diminuição das exportações de soja em grão (-294 milhões de dólares), por menor apetite chinês pela commodity.
Já na ponta das importações, houve ligeiro aumento de 1,1% em outubro sobre um ano antes, a 17,025 bilhões de dólares.
De um lado, houve acréscimo em bens intermediários (9,3%) e bens de capital (7,5%). Em contrapartida, caíram as compras de combustíveis e lubrificantes (-29,2%) e bens de consumo (-8,9%).
No acumulado dos dez primeiros meses do ano, a balança comercial ficou positiva em 34,823 bilhões de dólares, recuo de 27,4% sobre igual etapa de 2018.
De acordo com Herlon Brandão, subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, o avanço nas negociações de fases do acordo da disputa comercial travada entre Estados Unidos e China há mais de um ano é benéfico para o Brasil.
"Isso ajuda a economia como um todo. Isso é positivo. Aumentando a demanda agregada chinesa, se ela aumentar a exportação pros EUA, ela vai demandar mais produtos brasileiros. A mesma coisa do lado dos Estados Unidos. Mais comércio é mais demanda, é mais atividade econômica, que faz com que exportações brasileiras para esse mercado se beneficiem", afirmou.
Questionado sobre o impacto da fraca atividade econômica argentina nas perspectivas comerciais domésticas, Brandão informou que "tende a pesar menos". "O comércio (Brasil-Argentina) já está em um nível baixo. A importância relativa vem diminuindo, já diminuiu desde o ano passado", salientando as estimativas de que o recuo do PIB (Produto Interno Bruto) argentino venha a ser reduzido nos próximos anos.
A Argentina absorveu 4,4% das exportações brasileiras nos primeiros dez meses deste ano, uma queda em relação ao mesmo período do ano passado, quando essa participação foi de 6,7%.
No mês passado, o Ministério da Economia cortou sua previsão para o superávit comercial do Brasil neste ano a 41,8 bilhões de dólares, sobre 56,7 bilhões de dólares antes, em meio ao cenário de desaceleração do crescimento econômico no mundo e queda nas exportações para a Argentina diante da crise econômica no país vizinho.
(Por Marcela Ayres e Gabriel Ponte)
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Fonte: Reuters

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