Queda na exportação afeta produtores de laranja de SP

A máquina arranca quatro pés de laranja por minuto. A fazenda de 150 hectares do agricultor Denilson Baldin, em Pirassununga, região central do estado de São Paulo, já teve 66 mil pés. Agora, restam apenas 700. Nos tempos bons, a fazenda chegou a produzir 150 mil caixas de 40 quilos por safra. Denílson conta que os prejuízos com as pragas e doenças na lavoura, como o amarelão, desestimularam a atividade. O preço pago pela indústria foi outra razão para ele desistir da cultura. “Hoje estão pagando R$ 6 a caixa, mas esse valor não compensa”, explica. Outra parte do pomar também vai ser arrancada. A terra vai ter o mesmo destino que o restante da fazenda, 60% dos pés de laranja foram substituídos pela cana-de-açúcar. O canavial já ocupa 89 hectares e essa troca de uma cultura pela outra é cada vez mais comum na região central do estado de São Paulo. Nos últimos anos, houve queda no consumo do suco de laranja nos países desenvolvidos e o preço caiu no mercado internacional. Um levantamento feito pelo Sindicato Rural de Taquaritinga aponta que 40 mil hectares de laranja perderam espaço para a cana. Denilson conta que o último pomar foi plantado com o espaçamento ideal para ser mais produtivo, mesmo assim, não compensou. Agora, o agricultor já está pensando no próximo cultivo que será feito dentro de um mês.