sexta-feira, 30 de agosto de 2013
Mantega diz que Brasil pode crescer 4% a partir de 2014
Mantega diz que Brasil pode crescer 4% a partir de 2014
30/08/2013 | 14h59
Confederação Nacional da Agricultura prevê crescimento de 18
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta, dia 30, que o Brasil tem possibilidades de voltar a ter um crescimento econômico a uma taxa média anual de 4%, a partir de 2014. Para ele, o bom desempenho previsto poderá vir de um incremento das exportações à medida que começam a surgir sinais de retomada do crescimento da economia internacional. Nesta sexta, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a economia cresceu 1,5% no segundo trimestre, melhor resultado desde o início de 2010. A agropecuária foi um dos setores que contabilizou maior crescimento, com 3,9%.
Em entrevista, na sede regional do Banco do Brasil, na capital paulista, Mantega fez uma análise dos resultados do Produto Interno Bruto (PIB), que alcançou R$ 1,2 trilhão no período em valores correntes.
– Esse crescimento, anualizando, representa como se a economia tivessse crescendo a uma velocidade de 6%.
Na avaliação dele, em 2013 o país fechará com crescimento moderado.
– Nossa trajetória é de um crescimento moderado até o final do ano, mas 2014 tende a ser mais promissor – apontou Mantega citando os resultados que começam a surgir no cenário internacional.
Ele citou, por exemplo, a retomada da economia nos Estados Unidos, União Europeia e demais mercados que são consumidores de produtos brasileiros como os parceiros do Brasil no grupo dos Brics, como Índia, Rússia e China.
– Estamos na rota da recuperação econômica, com redução da taxa de juros se traduzindo e um dinamismo melhor – ressaltou.
Economia brasileira cresce mais que norte-americana
A taxa de crescimento do PIB brasileiro é superior à observada em países como os Estados Unidos (0,6%), Reino Unido (0,6%), Alemanha (0,7%) e França (0,5%).
O crescimento brasileiro também foi superior ao de Portugal (1,1%), da Coreia do Sul (1,1%), do Japão (0,6%) e da União Europeia (0,3%). Países como a Espanha (-0,1%), Itália (-0,2%), Holanda (-0,2%) e México (-0,7%) tiveram queda no PIB no segundo trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior.
Já na comparação com os países que formam o Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o crescimento brasileiro de 3,3% do segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado foi maior do que o observado na África do Sul (1,2%) e na Rússia (2%). A China teve crescimento de 7,5% e a Índia, de 4,4%.
CNA prevê crescimento de 18% do PIB agropecuário em 2013
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) prevê crescimento de 18% no Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária em 2013. Na avaliação da confederação, o forte resultado do setor deve garantir um bom desempenho do agronegócio neste ano. A previsão é de aumento de 4,5% a 5% no PIB do setor, "recuperando as perdas causadas por problemas climáticos verificadas em 2012", diz a CNA.
Na opinião da presidente da CNA, senadora Kátia Abreu (PSD/TO), a colheita recorde de 186,1 milhões de toneladas de grãos e fibras na safra 2012/2013 foi determinante para o crescimento de 14,7% do PIB da agropecuária no primeiro semestre deste ano.
– Os resultados espelham o cenário favorável de preços no período de plantio, justificado pelas perdas de safra no hemisfério norte no segundo semestre de 2012 – esclarece a senadora.
Kátia Abreu ressalta que, além do clima favorável, outro fator que contribuiu para a colheita da safra recorde foi a expansão do montante de crédito rural disponibilizado na safra 2012/2013, o que permitiu a melhora do nível de tecnologia utilizado nas lavouras. A presidente da CNA observa que as perspectivas são positivas para o terceiro trimestre do ano, "quando o bom desempenho dos últimos meses deve se repetir". Ela observa que os próximos levantamentos do PIB agropecuário devem refletir o avanço da colheita de importantes culturas, como a cana-de-açúcar, milho de segunda safra, feijão segunda safra e trigo.
Consultorias analisam PIB agropecuário
O PIB agropecuário deve fechar 2013 com crescimento de 12,5% na projeção da consultoria MB Associados, ante estimativa anterior de 10%. De acordo com o economista-chefe Sergio Vale, "o PIB Agro deverá responder por praticamente um terço do crescimento da economia esse ano", considerando apenas a produção.
– Se pegarmos a cadeia como um todo, que considera distribuição, máquinas agrícolas, caminhões, etc, o setor será responsável por mais da metade do crescimento do ano – disse. O economista-chefe reforçou que a produção segue com boas perspectivas para o segundo semestre, sem grandes riscos climáticos.
Com a alta de 1,5% do PIB do Brasil no segundo trimestre, a MB Associados revisou para 2,3% o crescimento da economia em 2013, ante número anterior de 2,1%. No terceiro trimestre, a consultoria segue trabalhando com perspectiva de queda de 0,5% na margem.
Para a Tendências Consultoria, o crescimento do PIB agropecuário ficou acima do esperado. A analista Amaryllis Romano avalia que o número mostra que uma maior parcela de produção da soja está contabilizada no segundo trimestre, ainda que a colheita esteja cada vez mais concentrada nos três primeiros meses do ano.
– A dúvida no cálculo é de quanto da produção de soja foi contabilizada no primeiro trimestre e quanto ficou no segundo – destaca.
Para o desempenho do terceiro trimestre, que também deve ser positivo, a analista lembra que o número vai depender de como for contabilizada a produção do milho safrinha (segunda safra), cuja colheita começou em junho. A produção de milho safrinha deve ser 15,4% maior nesta temporada, para 45,1 milhões de toneladas. A cana-de-açúcar também deve ter resultado positivo, com produção 21% maior nesta safra, destacou a analista.
Tendo em vista o crescimento de 1,5% do PIB nacional no segundo trimestre, a Tendências deve revistar sua estimativa para o PIB de 2013, para um intervalo entre 2,3% e 2,4%. Segundo Alessandra Ribeiro, economista e sócia da Tendências, a expectativa inicial era de um aumento de 2,1%.
Para Alessandra, o resultado divulgado "não é sustentável". Ela lembrou que a indústria está menos otimista e o consumo das famílias tem condicionantes mais baixos, como dados de emprego e renda real mais fracos.
– A confiança do consumidor está mais baixa – destacou.
Ela afirmou ainda que incertezas no cenário doméstico, como o período pré-eleitoral, e dúvidas sobre o externo também devem pesar. Em análise preliminar, a economista projeta uma retração de 0,2% do PIB no terceiro trimestre ante o segundo trimestre.
RURALBR COM INFORMAÇÕES DA AGÊNCIA BRASIL E DO ESTADÃO CONTEÚDO
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