sexta-feira, 30 de agosto de 2013
Paraná estuda readequação das Ceasas com base em pesquisa
Paraná estuda readequação das Ceasas com base em pesquisa
30/08/13 - 00:00
O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, e representantes de outras entidades ligadas à agricultura paranaense estudam a readequação das Centrais de Abastecimento do Estado. O assunto foi discutido nesta quarta-feira (28) com base em uma pesquisa encomendada pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) sobre o fluxo de comercialização de frutas, hortaliças e flores no Paraná.
O estudo apontou que, nas regiões em que as Ceasas estão presentes, 54% dos compradores costumam adquirir algum produto no local, mostrando sua importância no comércio de hortifrutis. No entanto alguns fatores foram levantados como empecilhos na hora da compra, como organização, segurança e higiene. Outro ponto importante destacado foi a localização: 39% dos entrevistados relatou não considerar as Ceasas como opção para compra de produtos em função da localização inadequada. Segundo o presidente da Faep, Ágide Meneguette, este é um dos dados mais relevantes da pesquisa. “A Ceasa de Curitiba é a mais antiga do Estado e foi construída quando a região metropolitana tinha 800 mil habitantes. Hoje a estrutura não tem mais condições para atender adequadamente uma população quatro vezes maior”, exemplificou. Meneguette também fez questão de destacar que a Faep e o Senar estão lado a lado com o governo do Paraná para melhorar as condições de comercialização das Ceasas.
A pesquisa foi realizada de 3 de abril a 15 de maio de 2013 e envolveu 1.663 compradores e fornecedores, como donos de restaurantes, frutarias e supermercados, e 363 vendedores entre atacadistas e produtores de dentro e fora das Ceasas.
“É um desafio inadiável poder executar estes projetos ousados de remodelação total das Ceasas do Paraná. Estamos na expectativa de fazer estes investimentos, procurando parceiros e maneiras de colocar isso em prática”, avalia Ortigara.
A mudança de espaço físico das centrais tem sido bastante discutida no último ano e o objetivo agora é colocar os projetos em prática. Um deles é a modernização da unidade de Maringá, que prevê a ampliação da área construída dos atuais 10,1 mil metros quadrados para 21 mil metros quadrados. A proposta é construir nova estrutura, estimada em R$ 30 milhões, com adesão por parte da prefeitura, lideranças e empresários. Outro projeto é o da Ceasa de Cascavel, que atualmente comercializa em torno de 60 mil toneladas de hortifrutis por ano, volume que pode dobrar com um remanejamento de espaço e estrutura em terreno cedido pela prefeitura.
O secretário acredita que as centrais precisam mais do que apenas uma mudança de local, precisam também de estruturas que possam abranger questões de higiene, armazenagem, embalagem e o padrão de qualidade. E estes foram outros fatores apontados pela pesquisa. De acordo com os compradores entrevistados, os fornecedores paranaenses perdem para os de fora do Estado em função dos preços (17%) e a qualidade dos produtos (16%).
Números que podem mudar com a reformulação das estruturas, que deve incluir não apenas a mudança de espaço físico, mas mais organização e qualidade. O projeto modelo para este novo passo na área de hortifrutis das Centrais de Abastecimento é o da Ceasa de Bandeirantes, no Norte Pioneiro, que atraiu a atenção da rede de restaurantes Mc Donalds. A multinacional espera poder adquirir olerícolas (legumes e verduras) diretamente de produtores da nova central.
“É difícil instalar um novo sistema de organização em uma estrutura antiga. Por isso o projeto a ser seguido deve ser o de Bandeirantes, que terá um novo padrão de qualidade e o uso de tecnologias. Assim poderemos mostrar na prática que uma unidade moderna funciona e dessa forma incentivar os produtores a apostar neste novo modelo em suas unidades”, destaca Luiz Dâmaso Gusi, presidente da Ceasa-PR.
Agência Estadual de Notícias - Paraná
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