sábado, 30 de agosto de 2014

Baixo preço do milho impacta setor dos transportes no norte de MT

Produtores optam por armazenar o cereal na lavoura em silos-bolsa. A lenta comercialização desestimula o escoamento do produto em Sinop. 30/08/2014 14h05 - Atualizado em 30/08/2014 14h05 Do G1 MT A colheita do milho na região norte de Mato Grosso já terminou, mas muitos agricultores ainda não tiraram os grãos das propriedades, já que os preços não estão atrativos. A comercialização lenta também reflete no setor de transportes. Em Sinop, a 503 quilômetros de Cuiabá, o gerente Roberto Negrini informa que o custo da produção de milho na fazenda onde trabalha foi de R$ 13 e se a saca do grão for vendida a R$ 11, será um prejuízo, “Teria que vender a pelo menos R$ 15 para ter algum retorno”, diz. Na fazenda, a colheita dos dois mil hectares de milho acabou há 30 dias e o proprietário optou por armazená-los no campo em “silos-bolsa”, sem previsão de venda. O gerente acredita que até o final do ano não haverá melhora no preço. Sendo assim, o cereal colhido vai ficar nos silos-bolsa por mais quatro ou cinco meses. “Hoje o custo por saca é R$ 0,50 para colocar ele na lavoura, sendo que se for entregar para armazenagem já paga R$ 1,50 mais frete até chegar no armazém, então deixo aqui”, afirma. Com essa opção de armazenar o milho no campo e a lenta comercialização, os motoristas das transportadoras já sentem o impacto na diminuição dos transportes do grão. “O frete que eu fazia para os produtores não estou fazendo mais. Tirava em torno de R$ 30 mil nessa época de safra. Agora não puxei milho esse ano da lavoura para a cidade”, diz Hélio Martins, motorista de caminhão.
Em uma transportadora da região, a procura por frete diminuiu 20% em comparação com a safra do ano passado. “Além da redução, tivemos outro agrave que foi o custo operacional, no mínimo aumentou 20%. No momento, estamos com dois meses de poucas cargas, fluxo muito pequeno, comparado ao ano passado, até então dando dificuldade para nossa empresa e toda a classe do transporte para honrar com nossos compromissos e dívidas”, conta Geison Tanchela, gerente da transportadora. A baixa comercialização do cereal faz com que surja outra preocupação com relação à produção de soja, que em alguns meses também será levada aos armazéns, que já estão cheios de milho. “Existe uma expectativa também de aumento do preço. Então ele [produtor] vai prolongando a retirada do produto”, afirma Paulo Alba Morgado, gerente de armazém. tópicos: Cuiabá, Mato Grosso, Sinop

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