quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Produtores revelam estratégias para amenizar custo na produção da soja em MT
A pouco menos de 20 dias para a largada da nova safra brasileira de soja, que sempre tem início por Mato Grosso, os produtores começam a revelar suas estratégias na tentativa de amenizar os impactos do alto custo de produção
A pouco menos de 20 dias para a largada da nova safra brasileira de soja, que sempre tem início por Mato Grosso, os produtores começam a revelar suas estratégias na tentativa de amenizar os impactos do alto custo de produção, em uma safra que antes mesmo de ser plantada dá indícios de que será a de menor retorno dos últimos cinco, seis anos. Para driblar, especialmente, o peso do custo de produção, a semeadura antecipada deve nortear a sojicultura mato-grossense, e os primeiros hectares deverão estar semeados já na segunda semana de setembro.
De acordo com a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT), há forte tendência de que a semeadura de soja seja iniciada em setembro, logo após o fim do período do Vazio Sanitário, intervalo de 90 dias que veta a existência de plantas vivas de soja no Estado. Ainda conforme a entidade, o maior indicativo de que o plantio será antecipado está na opção pelas variedades de soja adquiridas. “A maioria vai plantar sementes precoces e semiprecoces para amenizar a pressão da ferrugem asiática usando menos fungicidas e, assim, diminuindo os riscos e os custos”.
Com a opção pela antecipação, o produtor que planta ainda em setembro tem condições de colher em janeiro e vender a produção em um momento de preços remuneradores sem o peso da ‘boca de safra’, já que a produtividade de variedades precoces e semiprecoces não é das melhores, e então, se tenta compensar com o preço. Além de resguardar a lavoura do período crítico das chuvas e da alta incidência da ferrugem, há tempo hábil para realizar a safrinha, cultivo que garante uma renda extra dentro do mesmo ano-safra.
A antecipação será a estratégia do produtor rural em Tapurah, Silvésio Oliveira. “Optamos por plantar a semiprecoce, que tem produtividade alta e colheremos em janeiro”. A busca por altas produtividades também são focos desta safra, já que os preços da saca não estão reagindo e seguem pressionados pela projeção de grande oferta em 2015.
Como explica o diretor técnico da Aprosoja/MT, Nery Ribas, a janela ideal para o plantio do grão, entretanto, é em outubro. “Em setembro é mais arriscado plantar, pois não temos o regime de chuvas adequado e o potencial produtivo não será aproveitado em sua totalidade”, alerta.
De acordo com a Somar Meteorologia, as chuvas em Mato Grosso estarão acima da média, mas ainda assim os acumulados variam de 40 a 80 milímetros. “As chuvas mais expressivas devem ocorrer na segunda quinzena do mês, mas serão irregulares e não ocorrem ao longo do mês”, explica o meteorologista Celso Oliveira. Segundo ele, o retorno da chuva ocorre de forma gradual a partir da segunda quinzena de outubro e só se regulariza em novembro.
A cautela - Prova de que os produtores estão cautelosos aguardando um bom momento são os números de comercialização da safra 2014/15 no mercado futuro. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), até julho apenas 8% da estimativa de produção, em mais de 27 milhões de toneladas, tinham sido fechados, enquanto que no mesmo período do ano anterior eram 31%. Segundo o Imea, a expectativa do mercado é de preços baixos para a próxima safra, então as empresas não estão pagando valores remuneradores neste momento, até porque com o desenvolvimento da safra norte-americana e a aposta em recorde de produção por lá, há um clima de esperar para se ter a certeza da consolidação das boas perspectivas no hemisfério Norte. A colheita deve ter início nos próximos dias.
Enquanto as dúvidas e as incertezas regem o comportamento ‘pré-plantio’, especialmente do lado do sojicultor, eles sabem apenas que terão de errar o mínimo para obter o máximo das lavouras, pois a grande certeza até agora é que eles estão próximos de dar início a safra mais cara da história do Estado, onde cada hectare, conforme a média do Imea, está em R$ 2,4 mil.
Data de Publicação: 28/08/2014 às 19:30hs
Fonte: Diário de Cuiabá
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