sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
O ano de 2014 termina favorável para a suinocultura em Mato Grosso
02/01/2015 17h59 - Atualizado em 02/01/2015 18h47
O ano de 2014 termina favorável para a suinocultura em Mato Grosso
Preços pagos pelo quilo do suíno reagem e criadores comemoram.
Preocupação se volta para garantia da sanidade dos animais.
Do G1 MT
O ano foi bom para os criadores de suínos de Mato Grosso, registrando preços melhores, custos mais baixos e rentabilidade garantida. Tanto que, mesmo com uma pequena queda nas exportações, a receita obtida saltou quase 20%. O estado é o quinto produtor de suínos do país, com um milhão de animais. Agora o setor está de olho no que vem por aí na área econômica em 2015 e nos desafios sanitários.
O auge da crise foi há dois anos, quando o quilo do suíno vivo chegou a ser vendido no estado por menos de R$ 1,50, valor bem inferior ao custo médio de produção, que na época era de R$ 2,70/quilo. “Esse ano de 2014 acho que foi um bom ano, se comparado a 2013, quando os preços estavam na faixa de R$ 2,90. Em 2014 variou na faixa de R$ 3,40, R$ 3,60, teve até R$ 3,80. Estamos perto de recuperar as perdas, agora vamos ver como vai ficar a virada para 2015. Vamos ver como fica essa economia, a Rússia que é um grande importador”, diz Raulino Machado, presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat).
O setor em 2013 ainda apresentava baixos preços aos produtores, mas a situação mudou e os custos, em especial com a alimentação, recuaram um pouco e o preço reagiu. Alcindo Uggeri cria 4,5 mil animais em Nova Mutum, região Médio-norte, e, depois de enfrentar uma longa crise, finalmente comemora a valorização do preço. Sua produção anual chega a 13 mil leitões por ano.
Ele comenta que está satisfeito com os preços conseguidos este ano. “Chegou a R$ 4,06 o quilo. Eu estou entregando a R$ 3,86 centavos o quilo, que é um excelente preço. Se continuar assim, ficava bom demais até. Eu acho que hoje nós vivemos num dos melhores momentos que a suinocultura teve nos últimos anos”, ressalta.
Apesar do bom momento, a Acrismat recomenda cautela e cuidado redobrado com a sanidade animal. Em 2015, a peste suína clássica passa a fazer parte da lista de doenças de reconhecimento oficial da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Antes, cada país declarava seu território livre da doença. Agora isso só será possível por meio da certificação internacional, que exige normas como manter atualizado o cadastro dos animais da propriedade e notificar obrigatoriamente casos de doença e de morte no Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT).
Segundo a presidente do Indea, Maria Auxiliadora Diniz, a fiscalização vai ser intensificada e os criadores do estado têm um ano para se adequarem à resolução e ressalta que não há presença do vírus da Peste Suína Clássica no estado. Mato Grosso está livre da doença desde 1998.
“Então nós concluímos já uma sorologia que foi feita em todo o estado, em 320 propriedades, uma média de 1,3 mil amostras coletadas. Esse material foi enviado para o Lanagro, que é o laboratório de referência do Ministério da Agricultura. Eu acredito que esse resultado deve estar saindo no início do ano de 2015”, informa.
O Ministério da Agricultura vai encaminhar à OIE os pedidos de certificação dos estados livres da doença. Os criadores mostram, porém, preocupação com a estrutura do órgão de defesa agropecuária para orientar e fiscalizar este processo. “A OIE já nos intimou que temos que pôr a casa em dia, e nós estamos com um problema muito grande aqui hoje, de viaturas, de postos de fronteira. Então temos que pôr a casa em dia se não quisermos ficar fora das exportações”, afirma o presidente da Acrismat.
A presidente do Indea responde que o órgão conseguiu este ano se estruturar com mais funcionários e veículos. “Estamos com uma média de mil funcionários. Só médicos veterinários temos 220, para atender a demanda a campo. Em termos de estrutura, estamos renovando a frota de veículos, só esse ano tivemos recursos disponíveis para adquirir uma frota de 100 veículos. Nós nos encontramos de forma fortalecida”, destaca Maria Auxiliadora Diniz.
tópicos:
Mato Grosso, Ministério da Agricultura, Nova Mutum
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