quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Dólar firma alta após dados do exterior

29/09/2016 09h27 - Atualizado em 29/09/2016 16h35



Dólar firma alta após dados do exterior




Na véspera, moeda dos EUA caiu 0,28%, a R$ 3,2218 na venda.
BC fará leilão de linha na sexta-feira com oferta também de dinheiro novo.

Do G1, em São Paulo



Dólar (Foto: Heloise Hamada/G1)Dólar sobe nesta quinta. (Foto: Heloise Hamada/G1)
O dólar passou a subir nesta quinta-feira (29) com notícias do exterior. A galta ganhou força após a divulgação de dados mais fortes sobre a economia dos Estados Unidos e um movimento de aversão ao risco, depois que notícia veiculada pela "Bloomberg" voltou a trazer preocupações com o maior banco alemão, o Deutsche Bank.
Às 16h29, a moeda norte-americana subia 1,16%, cotada a R$ 3,259. Veja a cotação.
Acompanhe a cotação ao longo do dia
Às 9h09, alta de 0,3%, a R$ 3,2317
Às 10h39, alta de 0,23%, a R$ 3,2295
Às 10h49, alta de 0,23%, a R$ 3,2276
Às 11h19, queda de 0,04%, a R$ 3,2203
Às 12h40, queda de 0,01%, a R$ 3,2215
Às 13h39, alta de 0,1%, a R$ 3,225
Às 14h29, alta de 0,68%, a R$ 3,2440
Às 14h59, alta de 1,21%, a R$ 3,2610
Às 15h20, alta de 0,73%, a R$ 3,2455
Cenário externo
Os ADRs (ações negociadas no exterior) do Deutsche Bank recuavam fortemente depois que a agência "Bloomberg" informou que alguns fundos hedge retiraram parte do dinheiro alocada na instituição.
"O movimento no dólar foi instantâneo, houve claramente 'flight to quality', com saída de recursos dos emergentes", disse à Reuters o diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer. "O dinheiro foi principalmente para o T-bond de 10 anos", comentou.
O dólar subia ante outras divisas emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano O dólar oscilou entre altas e quedas mais cedo na sessão, ora reagindo a fluxo e notícias com viés baixista, como a do leilão de linha na manhã de sexta-feira, ora valorizando em meio a dados melhores sobre a economia norte-americana que reforçavam as apostas de alta dos juros na maior economia do mundo em dezembro.

Mais cedo, ajudaram a puxar a moeda norte-americana para baixo dados mais fracos sobre moradia nos Estados Unidos. A Associação Nacional de Corretores informou nesta quinta-feira que seu índice de vendas pendentes de moradias nos EUA caiu 2,4%, ante expectativa de que o dado ficaria inalterado.
Mas o resultado do PIB do segundo trimestre e os pedidos de auxílio-desemprego dos EUA, melhores do que as projeções, reforçaram as apostas de aumento dos juros no país e pressionaram a alta do dólar.
PIB dos EUA subiu 1,4% no segundo trimestre, ligeiramente acima do 1,3% estimado em pesquisa Reuters e ante crescimento de 1,1% divulgado no mês passado.
O mercado segue atento a dados econômicos dos EUA porque o Federal Reserve, banco central norte-americano, espera sinais claros de recuperação da economia para aumentar os juros. Taxas mais altas nos EUA atrairiam para o país recursos aplicados atualmente em outros mercados, motivando uma tendência de alta do dólar em relação a moedas como o real.
No Brasil
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles disse, em evento na manhã desta quinta, que não há muito o que o governo ceder na PEC dos gastos públicos e há uma expectativa de que ela seja aprovada ainda este ano.
A pressão de baixa sobre o dólar mais cedo também decorria do leilão de linha de até US$ 4 bilhões que o BC fará na sexta-feira, com US$ 1,6 bilhão em dinheiro novo.
A formação da Ptax de final de mês, que é a taxa de câmbio usada para liquidação dos derivativos cambiais, na sexta-feira, trazia volatilidade ao câmbio, e movimentos de sobe-e-desce ao longo da sessão são esperados, de acordo com a Reuters.
"A pressão da Ptax não tende a ser para cima sempre. Mas sempre gera muita movimentação e o leilão de linha pode ser para evitar o excesso de especulação no mercado", disse à agência o operador da corretora H.Commcor DTVM Cleber Alessie Machado.
Atuação do BC e novo leilão de linha
O Banco Central vendeu toda a oferta de 5 mil contratos de swap cambial reverso – equivalente à compra futura de dólares – em leilão nesta manhã.
A realização de leilão de linha na sexta-feira pelo BC com dinheiro novo – o que eleva a oferta de moeda – ajudou mais cedo a conter o avanço da moeda norte-americana, com o mercado digerindo o anúncio.
O BC oferecerá até US$ 4 bilhões na sexta-feira, com US$ 1,6 bilhão em dinheiro novo.
"O BC fez leilão de linha em todos os meses deste ano, trata-se de uma ferramenta de controle de liquidez que ele usa para evitar distorções no mercado. Acho que ele anunciou ontem para tirar a volatilidade, dado que hoje a agenda está recheada", comentou o operador corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado à Reuters.
"Mas ainda está nebulosa a razão sobre a oferta de US$ 1,6 bilhão em dinheiro novo, já que os R$ 2,4 bilhões restantes são para rolagem de contratos", acrescentou.

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