domingo, 28 de julho de 2013

Revestimento com partículas nanotecnológicas conserva melhor os alimentos

Revestimento com partículas nanotecnológicas conserva melhor os alimentos 28/07/2013 | 17h51 Tecnologia permitirá que alimentos sejam colhidos maduros, em vez de serem retirados dos pés ainda verdes e passarem por processos de amadurecimento forçado por pr Pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Instrumentação, em São Carlos (SP), têm tido resultados promissores no estudo de nanotecnologias para o agronegócio. UIma delas é o estudo sobre películas invisíveis e comestíveis de proteção de alimentos tem produzido um material capaz de substituir os plásticos utilizados para envolver e proteger alimentos. A tecnologia permitirá que os alimentos sejam colhidos maduros. Atualmente, frutas e verduras são retiradas dos pés ainda verdes, ou passam por processos de amadurecimento forçado por produtos químicos, com o objetivo de aumentar seu tempo de consumo. Segundo o coordenador da pesquisa, Rubens Bernardes Filho, o revestimento poderá diminuir em até 40% o desperdício de alimentos no período que vai da pós-colheita até o transporte e a distribuição. – Além disso, a utilização dessa inovação pode agregar valor às frutas e hortaliças brasileiras destinadas à exportação. A fruta é colhida um pouco verde, porque ela vai passar por um período de processamento, transporte, exposição e é ideal que chegue ao consumidor em uma situação adequada de consumo. Se conseguirmos retardar esse processo de envelhecimento, faz com que a colheita seja realizada mais tardiamente. Isso melhora a qualidade da fruta – explica Bernardes. Com o revestimento, frutas e verduras podem levar até 20 dias para começar a se degradar após a colheita. Sem proteção, os alimentos levam, em média, quatro dias para iniciar o processo de apodrecimento. O período varia de acordo com o tipo de alimento. A maçã, por exemplo, pode ser armazenada, em temperatura ambiente, de cinco a oito dias. Se estiver revestida, esse prazo aumenta para até 17 dias. Além da maçã, a pesquisa já foi testada em manga, pera, banana, castanhas e hortaliças. Os filmes comestíveis são produzidos de acordo com cada tipo de alimento e podem ser feitos de amido de milho ou proteínas da soja. – O milho usado para o amido e o óleo da proteína são pouco utilizados, é o rejeito da indústria – diz o pesquisador. Os alimentos são revestidos por imersão, banhados em uma solução líquida, e secam naturalmente. Ao secar, um filme invisível se forma na superfície, protegendo os alimentos. Esse filme diminui as trocas gasosas e cria uma barreira impedindo a perda de água do alimento. O revestimento não dispensa a necessidade de proteção, como caixas, para evitar que os frutos se estraguem no transporte até o consumidor. – O revestimento é muito simples. É basicamente colher a fruta, higienizar, fazer uma lavagem. Uma vez higienizada, ela tem que ser envolvida por um filme. Ele acrescentou que o procedimento, em escala laboratorial, é simplesmente molhar a fruta, por imersão, em uma solução. As pesquisas identificaram um efeito antifúngico do revestimento que previne a proliferação dos fungos, além de inibir o crescimento de bactérias. Por outro lado, os estudos indicam que a película pode estimular o consumo. – Identificamos que, nos testes em laboratório, ratos comiam 20% a mais a ração revestida. A tecnologia, possível devido ao tamanho nanométrico das partículas que compõem as películas, ainda não tem previsão de chegar ao mercado. EBC

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