quinta-feira, 1 de agosto de 2013

01/08/2013 19:50

01/08/2013 19:50 Variação cambial começa a afetar preços no atacado, diz IBGE Em dia de volatilidade no mercado, quando o dólar chegou a bater em R$ 2,30, mas arrefeceu no fim do pregão, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou ontem que a variação cambial bateu no atacado O Estado de S. Paulo O dólar puxou a disparada do índice de Preços ao Produtor (IPP), de 0,24% em maio para 1,33% em junho, interrompendo um processo de desaceleração no acumulado de 12 meses do índice. "Este ano, foi a primeira vez (que o efeito da alta do dólar foi verificado)", afirmou o pesquisador do IBGE Manuel Campos Souza Neto. Segundo ele, a moeda americana teve alta de 6,78% em junho, pela cotação média. A disparada do IPP chamou atenção para o risco de o dólar pressionar ainda mais a inflação. Nos cálculos da consultoria Tendências, cada 10% de valorizaçao no câmbio elevam o IPGA (índice calculado pelo IBGE que baliza as metas de inflação) em 0,5 ponto porcentual. "O efeito já foi muito maior, mas hoje não é muito baixo", diz Alessandra Ribeiro, sócia da consultoria. Na ata da última reunião do Gomitê de Política Monetária (Copom), os diretores do Banco Central (BC) já fizeram uma avaliação mais dura sobre o impacto do câmbio nos preços e passaram a usar em suas contas uma taxa de R$ 2,25 por dólar - na ata de junho, era R$ 2,05. Os efeitos do câmbio no IPP refletiram-se nos grupos com maiorvariação de preços, todos influenciados por preços de importados ou cotações em dólar: fabricação de produtos do fumo (4,73%), de papel e celulose (4,40%) e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (2,99%). A alta com impacto mais relevante foi no grupo fabricação de produtos alimentícios (2,35%), puxado também pelos preços internacionais da Soja e da carne. "Há necessidade no mercado americano de compra de farelo de Soja, que é muito importante na nossa área de alimentos. A carne também sofreu um aumento aproveitando o dólar", disse Souza Neto, do IBGE, destacando que os alimentos vinham em baixa até maio. Por outro lado, na visão do economista-chefe da corretora Gradual Investimentos, André Perfeito, ainda é preciso cautela antes de avaliar que, para a inflação, o maior problema passou a ser a elevação de custos, por causa do efeito do câmbio sobre insumos importados, no lugar da demanda aquecida - tido como o maior problema para a inflação até o início do ano. "Essa inflação de custos ainda tem de ser chancelada pela demanda, mas parece, pelos dados de mercado de trabalho e do consumo das famílias, que houve moderação da demanda", afirma Perfeito. Se aclemanda desaquece, fica mais difícil para as empresas repassarem altas para o consumidor. Alessandra Ribeiro, da Tendências, cita os dados de mercado de trabalho (geração de empregos e taxa de desemprego), confiança do consumidor e vendas no varejo como principais indícios de moderação na demanda, o que poderia conter repasses de preços. "Mas tudo depende da variação do câmbio." Reflexos ◦ 6,78% foi a disparada da cotação média da moeda americana em junho ◦ 2,35% foi a alta dos produtos alimentícios, puxada pelos preços globais da Soja e da carne Notícias de Economia

Nenhum comentário:

Postar um comentário