segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Principais mercados compradores são exigentes
Principais mercados compradores são exigentes
Um sabor tipicamente brasileiro, mas que apenas em abril ganhou a denominação oficial de "cachaça" nos rótulos da bebida exportada para os Estados Unidos
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.Principais mercados compradores são exigentes
Até, então, a denominação era de Brazilian rum, o rum brasileiro. O país respondeu por 10% do valor exportado pelos fabricantes nacionais em 2012, na casa dos US$ 20 milhões, e o reconhecimento da nomenclatura nos rótulos tende a impactar diretamente no crescimento dos negócios. "Antes disso, concorríamos com todos os destilados, éramos mais uma marca de rum na prateleira", comenta Evandro Luis Weber, terceira geração da família no comando da Weber Haus Cachaçaria, sediada em Ivoti, no Rio Grande do Sul.
Os Estados Unidos são o principal mercado de exportação da Weber Haus, que cresceu em território americano em parceria com a Churrascaria Fogo de Chão, outra empresa brasileira que ganhou espaço por lá. A cachaça premium gaúcha segue, ainda, para a China, Japão, França, Alemanha e Itália.
A Weber Haus está presente em três dos cinco principais destinos dos produtos brasileiros, de acordo com o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) - China, Estados Unidos, Argentina, Países Baixos e Japão. "Embora sejam mercados receptivos ao Made in Brasil, são bem difíceis de ser trabalhados por conta da cultura e hábitos de consumo", observa Luciana Pelegrino, diretora executiva da Associação Brasileira de Embalagens (Abre). "Só na apresentação dos produtos as diferenças são enormes".
Segundo Luciana, nos Estados Unidos a embalagem tem de ser muito objetiva abordando três pontos básicos e de forma clara: marca, denominação (o que é) e fragrância ou sabor.
As embalagens devem privilegiar o consumo individual ou vir agrupadas em quantidades maiores. Já nos Países Baixos a porção de compra é sempre individual, porque a maioria não tem onde acondicionar grandes volumes e costuma fazer suas compras a pé.
O Japão, por sua vez, valoriza as embalagens próprias para presente, com boa apresentação gráfica, apelo funcional e que evite desperdícios, além é claro, de exigir informações no idioma local. O mesmo acontece com a China, que pede dados na língua local e gosta de embalagens em cores fortes. "É essencial, porém, conhecer profundamente o significado das cores na cultura oriental, que difere muito de nós ocidentais", alerta a executiva. Por fim, a Argentina, que trabalha com tons apastelados nas embalagens, apresentação mais clássica, versões com refil e dados no idioma local.
Na visão de Suzana Bandeira, professora convidada do Centro de Inovação e Criatividade da ESPM, uma especialista em China, o que falta ao Brasil é conhecer mais a fundo os mercados com os quais quer negociar. "Mais do que a barreira do idioma que é muito grande, falta fazer a lição de casa. Isto é criar mecanismos para que as empresas, sobretudo as de pequeno e médio porte, estudem o ambiente de negócio, como funcionam as leis, a seara institucional, a relação com os fornecedores, os canais de distribuição para depois começar a exportar", afirma. "A China, por exemplo, tem um Centro de Estudos da América Latina, com ênfase para o mercado brasileiro."
Na dúvida se daria conta ou não do desafio sozinho, o empresário Gustavo Rizzo, sócio da Vault, empresa de engenharia especializada em equipamentos e projetos para ambientes seguros, decidiu colocar o pé no exterior a partir de parceiros conquistados aqui no Brasil. "Prestamos serviço para o Consulado Americano em São Paulo e eles nos abriram portas nos Estados Unidos", conta Rizzo.
De indicação em indicação, a empresa conta com 15 canais revendedores da sua tecnologia no exterior e 800 no Brasil. As exportações ainda respondem por 10% do faturamento, estimado em R$ 25 milhões para este ano, mas a meta é que chegue a 30% até 2015.
O empresário Wagner Oliveira, sócio da Woli Consultoria, por sua vez, optou por começar a exportar seus cursos on-line a distância primeiro para a América Latina. Está presente em oito países, com ênfase na Argentina. "Foram nossos próprios clientes, entre eles a Localiza, que nos demandaram o desenvolvimento de cursos de treinamento em espanhol para suas praças", diz Oliveira. "O desafio não foi só do idioma, mas principalmente de legislação. Tivemos que desenvolver produtos de acordo com as necessidades locais". O esforço deu resultado. A plataforma de ensino a distância já conta com 750 mil profissionais treinados e as exportações já respondem por 15% do faturamento, que este ano deve chegar a R$ 11 milhões.
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