quarta-feira, 1 de abril de 2020

Soja: Mercado começa abril com perdas de mais de 1% em Chicago pressionado pela pandemia

Nesta quarta-feira (1), as cotações perdiam mais de 10 pontos nos principais contratos, por volta de 6h55 (horário de Brasília), com o maio valendo US$ 8,75 e o julho e agosto com US$ 8,78 por bushel

O mês de abril começa começa com baixas de mais de 1% na Bolsa de Chicago entre os preços da soja. Nesta quarta-feira (1), as cotações perdiam mais de 10 pontos nos principais contratos, por volta de 6h55 (horário de Brasília), com o maio valendo US$ 8,75 e o julho e agosto com US$ 8,78 por bushel.
Os mercados todos, mundo a fora, começam um novo trimestre pressionados pelos preocupantes resultados do anterior, e diante das notícias preocupantes, principalmente, vindas dos EUA. Na noite de ontem, o presidente Donald Trump afirmou que os americanos têm de estar preparados para as próximas duas semanas, que deverão ser bastante dolorosas e com o país podendo contabilizar ao menos 240 mil vítimas pela Covid-19.
O que traz balanço e equilíbrio ao mercado é a demanda chinesa, que dá sinais de melhora no mercado norte-americano já há alguns dias. Como explica o analista de mercado Fernando Pimentel, da Agrosecurity Consultoria, a China vem às compras para construir seus estoques diante de receios de qye a logística possa começar a comprometer o abastecimento em seus maiores fornecedores, que são Brasil e Estados Unidos.
"Apesar do suporte da expectativa de demanda forte e com a China voltando aos poucos a funcionar, a crise do Covid-19, que ainda está no auge na Europa e prometendo se alastrar rapidamente nas Américas nos próximos 15 dias deixam traders na defensiva", explica Steve Cachia, consultor da Cerealpar e da AgroCulte. "O dia amanheceu negativo e pesado e o mercado precisa urgentemente de novidades boas em relação a cura e/ou vacina para voltar a operar em cima dos tradicionais fatores de oferta e demanda", completa.
Além disso, Cachia explica ainda que o outros fatores que pressionam as cotações são os baixos preços do petróleo - que hoje voltam a ceder e recuam mais de 1% na Bolsa de Nova York, assim como todas as commodities - e os rumores de que as condições logísticas na Argentina voltam, aos poucos, à normalidade.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira e quais as outras preocupações nos EUA diante do país ter se tornado o novo epicentro da pandemia:
Soja no Brasil se fortalece no dólar e registra novo dia de preços historicamente altos
O mercado da soja encerrou o pregão desta terça-feira (31) fechou o dia com pequenas altas na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa encerraram os negócios pequenos ganhos de pouco mais de 3 pontos nos principais contratos, com o maio/20 terminando em US$ 8,86 e o agosto, com US$ 8,89 por bushel.
No Brasil, o equilíbrio continua vindo do dólar, que voltou a se aproximar dos R$ 5,20. Segundo relatou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, os preços no cenário nacional voltaram a registrar níveis recordes, com referências de R$ 103,00 por saca para abril nos portos, R$ 104,00 no maio e até R$ 106,00 no agosto. Para a safra nova, de R$ 100,00 a R$ 101,00.
"O mercado está firme, com alguns negócios ainda acontecendo. Já na safra nova os negócios são mais escassos agora", explica Brandlalizze. "Seguimos com ritmo forte e os compradores querendo a soja brasileira", completa.
MERCADO INTERNACIONAL
Os traders esperavam pelos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), porém, a chegada das informações teve pouca relevância, como já se esperava, diante da pressão que o noticiário sobre a pandemia do coronavírus ainda exerce sobre as commodities de uma forma geral.
Ainda assim, o mercado olhou com bons olhos o fato de a área estimada para a soja na safra 2020/21 dos EUA ter vindo menor do que a média das expectativas.
O relatório trouxe uma área de soja de 33,8 milhões de hectares, contra a média das projeções do mercado de 34,28 milhões. Confirmada, a área irá superar em cerca de 10% a área de 2019. Ainda de acordo com o USDA, a área de soja tende a subir ou a ficar estável em 22 dos 29 estados produtores.
Em contrapartida, os estoques trimestrais ficaram ligeiramente acima da média esprerada. Os estoques de soja em 1º de março de 2019 foram projetados em 61,23 milhões de toneladas, quando a média esperada pelo mercado era de 60,88 milhões. Em relação a março de 2019, o volume é 17% menor.
O mercado em Chicago também está bastante atento ao início da nova safra 2020/21 dos EUA e, com o país se tornando o novo epicentro da pandemia do coronavírus, há problemas que começam a aparecer para os produtores norte-americanos como um comprometimento na distribuição de insumos.
Como explica o diretor da ARC Mercosul, Matheus Pereira, a quarentena por lá é ainda mais severa, deve se estender até 30 de abril e traz uma série de incertezas para o produtor rural. Crise está ainda longe da contenção e produtor já teme atrasos no plantio por dificuldade na distribuição de insumos. Na soja, produtor já contabiliza prejuízos, diante dos atuais referenciais no novembro em Chicago e com custos medianos, US$ 50 a US$ 100 por acre.

Data de Publicação: 01/04/2020 às 10:10hs
Fonte: Notícias Agrícolas

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