quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Treze anos de atraso por conta da estiagem

Treze anos de atraso por conta da estiagem Treze anos de atraso por conta da estiagem 29/08/13 - 11:23 Se investimentos pesados em irrigação não forem feitos no Rio Grande do Sul, a renda per capita do Estado pode ficar abaixo da média nacional em 2040. A projeção faz parte de estudo inédito da assessoria econômica do Sistema Farsul, que aponta a estiagem como principal responsável pelo baixo crescimento da economia gaúcha nos últimos anos. “As estiagens de 2005 e 2012 causaram um atraso de 13 anos no desenvolvimento do Estado”, calcula o economista do Sistema Farsul, Antônio da Luz. Com esses dois anos de seca, o Rio Grande do Sul cresceu a uma média anual de 1,67% desde 2002. Se não fossem os anos de queda no PIB por conta das perdas na safra causadas pelo clima, esse percentual teria sido de 2,4%, semelhante à média nacional. “Nesse ritmo, o Estado deverá dobrar sua renda per capita apenas no ano de 2054, atingindo R$ 55,028 mil. Nesse ano, a renda per capita brasileira deverá ser de R$ 61,157 mil, ou seja, quase 11% superior à gaúcha. Sem estiagem, nesse mesmo ano, a renda do Rio Grande do Sul atingiria R$ 74,499 mil, 35% superior do que aquela com estiagem”, diz o estudo. Para o presidente do Sistema Farsul, Carlos Sperotto, os números demonstram que estratégias para evitar perdas causadas pelo clima, como irrigação e seguro rural, devem ser uma preocupação permanente dos governos, dos produtores e de toda a sociedade, já que a economia inteira sofre quando a agropecuária tem perdas. Impacto do aumento da área irrigada Se o Brasil tivesse o mesmo percentual de área irrigada do que os Estados Unidos, a safra brasileira de grãos passaria dos atuais 184 milhões de toneladas para 245 milhões de toneladas, aponta cálculo da assessoria de Desenvolvimento Sustentável do Sistema Farsul. Hoje, a área irrigada por aspersão no Brasil é de 8,66%, enquanto no concorrente do hemisfério norte, de 28,26%. “Baseado na atual produtividade média no Brasil, tal expansão da produção, sem necessidade de aumento de área, significa uma economia de 10,2 milhões de hectares de novas áreas para lavouras temporárias”, afirma Eduardo Condorelli, assessor de sustentabilidade do Sistema Farsul. Conselhão debate, na Expointer, uso de água na agricultura O uso da água na agricultura foi tema de reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Rio Grande do Sul (Cdes-RS) na tarde desta quarta-feira (28.08), no auditório do Pavilhão da Agricultura Familiar da 36ª Expointer. Sob o título de Diálogos Cdes-RS – Água na agricultura: desafios para o desenvolvimento rural, o encontro reuniu, em Esteio, conselheiros, agricultores, empresários, representantes dos movimentos sociais, federações de agricultura, entidades ambientalistas e órgãos governamentais. O evento foi uma iniciativa da Câmara Temática Meio Ambiente do Conselhão. O economista da Farsul, Antônio da Luz, apresentou os resultados do estudo a respeito do impacto da estiagem na agricultura gaúcha. Já o assessor técnico da entidade, Eduardo Condorelli, explanou sobre meio ambiente e irrigação, apresentando comparações entre os investimentos realizados Brasil e nos Estados Unidos. “Se tivéssemos uma área irrigada como a americana, que é mais de sete vezes maior que a nossa, nossa produtividade aumentaria significativamente”, disse. O vice-presidente do Sistema Farsul e conselheiro do Cdes-RS, Gedeão Pereira, finalizou mencionando o programa Mais água, Mais renda, do Governo do Estado, cujo objetivo é incentivar e facilitar a expansão da irrigação, viabilizando a prática entre os agropecuaristas do Estado. “Queremos mais eficiência e rapidez, pois o agronegócio é o setor mais importante para a economia brasileira. Reservar água não se trata de uma política agrícola, mas de Estado”, disse. Canal do Produtor

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