quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Artigos para montaria movimentam economia de Dores de Campos, MG
Artigos para montaria movimentam economia de Dores de Campos, MG
26/09/2013 07h53
Mais da metade da população trabalha na produção artesanal.
Ofício começou com os tropeiros que viajavam pelo
Em uma pequeno barracão de madeira, Antônio Sales mantém um ofício pouco comum há 45 anos. Ele e a esposa produzem as chamadas rédeas de cabelo.
A matéria-prima é retirada do rabo das vacas e com a ajuda da roda de fiar, os primeiros fios ganham forma.
O trabalho é feito por Antônio com muito prazer. Por dia, até quatro dúzias são fabricadas e cada uma é vendida a R$ 180. Para fazer uma rédea, ele precisa de 600 gramas de crina de cores diferentes e muita habilidade.
A trança de cabelo é apenas uma tradição do município que ainda é preservada. Hoje, 85% da população de Dores de Campos vive da confecção de artigos de montaria e do trabalho com o couro.
A história começou há mais de 150 anos com os tropeiros que viviam em Minas Gerais. Em busca de conforto, eles começaram a fazer arreios para montar o animal antes de seguir em longas viagens.
A atividade se profissionalizou e hoje é a maior fonte de renda do município, trabalho que leva um toque de arte.
Nas mãos do entalhador Cleiton Rodrigues, as peças de couro usadas para fazer uma sela ganham desenhos e formas. Apenas com martelo e pregos, ele cria flores, linhas e contornos. Dependendo dos detalhes, Cleiton consegue produzir até 60 peças em um único dia.
A produção média é de 50 mil peças por ano, que são vendidas para várias partes do país e também para o exterior.
No município há 80 selarias como a de Antônio Cardoso. Ele possui 30 modelos diferentes para agradar o cliente. Algumas selas demoram até três dias para ficarem prontas, por isso, ele conta com a mão de obra de toda a família. "É bom porque não temos desemprego aqui. Eu faço isso há 30 anos e por mim não acabaria nunca", diz.
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Dores de Campos
DO GLOBO RURAL
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