quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Boa manutenção de pastagens custa cerca de quatro vezes menos que reforma completa

Boa manutenção de pastagens custa cerca de quatro vezes menos que reforma completa INVESTIMENTO 25/09/2013 | 18h51 Adubação para ajudar a aumentar a lotação animal nos pastos, atualmente abaixo de unidade animal por hectare no Brasil, em média Merce Gregório | Ribeirão Preto (SP) Começou nesta quarta, dia 25, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, o primeiro encontro sobre adubação de pastagens, promovido pela Scot Consultoria e Tec Fértil. O manejo correto das pastagens é uma das atitudes mais importantes para quem deseja produzir mais em menos área. O interesse do público pelo assunto serviu para os organizadores medirem o quanto os pecuaristas e técnicos estão tomando consciência da importância das pastagens para a produtividade da carne e do leite no Brasil. – Tivemos uma grande quantidade de técnicos e mais ainda de pecuaristas. Isso demonstra que existe necessidade e vontade desse pessoal de entender como funciona a técnica de adubação de pastagens, que é fundamental para a rotação de piquetes, divisão de áreas, aumento da produtividade, etc. – avalia Alcides Torres, diretor da Scot Consultoria. As áreas brasileiras oferecem muitas oportunidades para os profissionais do setor colocarem essas informações em prática. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 70% dos pastos, em torno de 100 milhões de hectares, apresentam algum grau de degradação. – A pastagem é uma atividade agrícola que necessitaria de poucos insumos. Então, o problema maior que a gente tem é esse estigma de que pastagem não precisa adubar, não precisa ter um cuidado maior – diz Moacyr Bernardino Dias-Filho, da Embrapa Amazônia Oriental. De acordo com dados do IBGE, o perfil dos pastos brasileiros mudou muito nos últimos 30 anos. Na década de 70 as pastagens naturais dominavam as áreas destinadas à pecuária, hoje representam cerca de 40%. Mas, apesar do maior uso de variedades de capim específicas para alimentar o gado, o potencial dos pastos ainda é pouco explorado. Uma das formas de medir esse uso é por meio da taxa de lotação, cuja média não chega nem mesmo a uma unidade animal por hectare. Para os especialistas, entre as todas as tecnologias disponíveis para manejo de pastagens, a adubação é uma das mais importantes e deve ser usada em conjunto com as outras. Ao oferecer nutrientes para que o pasto produza mais capim é possível aumentar muito a capacidade de suporte da área. – A ausência de adubação e correção é um problema muito grave, porque a maioria dos solos sob as pastagens é de fertilidade muito baixa – avalia o zootecnista Adilson Aguiar. O investimento em tecnologia demanda recursos e o preço varia de acordo com o grau de degradação da área. Em média, segundo o pesquisador da Embrapa Dias-Filho, a recuperação de um hectare de pasto custa cerca de R$ 1,1 mil, atualmente. O valor a ser investido e o retorno que a propriedade vai ter são as maiores preocupações dos pecuaristas. – O produtor deve pensar que ele não precisa recuperar toda sua fazenda de uma vez só. Um quarto que ele recupere já possibilita aumentar a produtividade e liberar as outras áreas para outras atividades – aponta Dias-Filho. Além da fase de implantação de uma pastagem, a adubação é importante também para manter o pasto produzindo. Uma manutenção bem feita custa cerca de quatro vezes menos que uma reforma completa da área. – Essas forrageiras que nós exploramos no Brasil são perenes. Então, quando a pastagem ou o solo se degradam, é por erro de manejo. Se a gente fizer manutenção, o pasto não degrada – diz o zootecnista Adilson Aguiar. Para o pecuarista Guilherme Gimenes não resta dúvidas. Há 16 anos ele usa a adubação no manejo das pastagens da fazenda, em Terra Rica, no Estado do Paraná. Para ele, o investimento vale a pena e tem retorno certo. – Se não fizer vai ter que fazer outra coisa que não seja pecuária – diz Gimenes. CANAL RURAL

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