domingo, 1 de setembro de 2013

Para economistas, pouca abertura comercial trava crescimento do país

Para economistas, pouca abertura comercial trava crescimento do país 01/09/2013 09h37 Barreiras comerciais também são apontadas como entraves ao avanço. Especialistas creem que PIB poderá crescer ao m A pouca abertura comercial do Brasil ao exterior foi apontado por analistas de diferentes partes do mundo como um dos grandes entraves ao crescimento da economia nacional. O coro de que o Brasil registraria avanços significativos se retirasse barreiras protecionistas e aumentasse seu volume de trocas foi visto durante o 6º Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais da BM&F Bovespa, em Campos do Jordão, neste final de semana. saiba maisDólar não será moeda de referência 'para sempre', diz Nobel de economia Aposentado aos 37, megainvestidor Jim Rogers critica economia do Brasil Ficamos frustrados com resultado do grupo de Eike, diz presidente da bolsa 'Não creio que futuro do Brasil seja tão triste', diz criador da sigla Bric “O governo daquela senhora [presidente Dilma Rousseff] deveria remover todos os controles de moeda, converter o país em um mercado totalmente livre. Deveria remover todos os subsídios. O Brasil poderia e deveria ser um dos grandes países do mundo, mas o governo anda fazendo bobagens”, disse o economista e megainvestidor norte-americano Jim Rogers. Na avaliação do ex-presidente do Banco Central e hoje sócio do banco BTG Pactual Pérsio Arida, a preocupação maior que se tem hoje sobre o crescimento brasileiro vem da baixa produtividade – refletida, em parte, pela falta de abertura econômica. Jim Rogers, em imagem de arquivo (Foto: AFP)Jim Rogers, em imagem de arquivo (Foto: AFP) “Nossa produtividade, infelizmente, é baixa e está caindo ao longo do tempo. O motivo pelo qual está caindo é difícil de dizer exatamente, porque a produtividade capta tudo o que vai de errado e tudo o que vai certo na economia. Na verdade, a queda da produtividade é resultado de distorções massivas microeconômicas e de uma economia fechada para o mercado exterior”, disse o economista. As perspectivas do criador da sigla dos emergentes Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), Jim O’Neill, não poderiam ser mais positivas para a economia brasileira. No entanto, para que o resultado seja alcançado, o economista britânico, PhD pela University of Surrey, aponta como caminho, além de mais investimento privado, a abertura da economia. “A economia brasileira precisa de mais investimento e se tornar mais aberta ao exterior. É a única maneira de conseguir o equilíbrio entre oferta e demanda. Existem bilhões de pessoas lá fora. Se quiser se sair melhor, [o país] terá de se envolver com elas”, afirmou. Hoje, estão em vigor no Brasil perto de 50 medidas antidumping - de sacos de juta a ventiladores de mesa - vendidos por diversos países e o país, no ano, vem importando mais do que exportando. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, no acumulado do ano até 25 de agosto, a balança comercial apresenta um déficit no valor de US$ 3,85 bilhões, resultado de exportações em US$ 151,8 bilhões (queda de 1,3% sobre o ano passado), e importações em US$ 155,7 bilhões - aumento de 10%. Para Jim O’Neill, criador da sigla Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), desempenho do Brasil é menos decepcionante do que dizem. (Foto: Divulgação/BM&FBOVESPA)Para Jim O’Neill, criador da sigla Bric (Foto: Divulgação/BM&FBOVESPA) Para onde vai o crescimento Sobre o crescimento do Brasil, não há consenso. Para O’Neill, o futuro do Brasil não deverá ser tão triste. “Creio que o crescimento do Brasil no longo prazo tende a ser de 4% ao ano. Quando falo de Brasil, eu, pessoalmente, acho que o desempenho do crescimento do Brasil é sempre menos decepcionante do que dizem. Verifiquei que, quando criei a sigla, o crescimento era menor. Em 2001 [quando a sigla foi criada], 2002 e 2003, o crescimento médio foi de 1,7%. Presumindo o crescimento deste ano, o avanço de 2011, 2012 e 2013 será maior, de 2%. As pessoas parecem estar esquecendo que as economias são feitas de ciclos.” Já para Gustavo Franco, PhD em economia pela Universidade de Harvard, a economia deverá fechar o ano com crescimento de 2%. Esse é o limite que Pérsio Arida considera saudável para que não haja pressões inflacionárias. “A taxa de crescimento potencial poderia ser mais alta, mas o Brasil hoje não pode crescer muito mais do que 2% ao ano sem pressionar a inflação”, afirmou. Segundo o último boletim Focus, do Banco Central, os analistas do mercado financeiro prevêem que o PIB deverá mostrar expansão de 2,20% em 2013. No último dia 22, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a projeção do PIB foi revisada para baixo, para 2,5%. Anay Cury Do G1, em Campos do Jordão (SP)

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