segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

“Quem plantar trigo neste ano pode se dar bem”, aponta T&F

Quem plantar trigo neste ano pode se dar bem”, aponta T&F




“Quem plantar trigo neste ano pode se dar bem”, aponta T&F
30/01/17 - 09:48 

Aproxima-se a época na qual os agricultores começam a tomar as decisões sobre a área utilizada para o plantio de trigo para a próxima safra de 2017/18. O assunto é igualmente relevante para o setor de insumos e para cerealistas e cooperativas, porque determinará o aumento ou redução dos volumes de venda destes produtos no inverno. 
Na avaliação da Consultoria Trigo & Farinhas, há razões para acreditar que o preço do trigo pode subir no médio e longo prazo. “Quem plantar trigo neste ano pode se dar bem”, afirma o analista Sênior da T&F, Luiz Carlos Pacheco, que aponta diversas razões para apoiar a projeção:
  1. Ainda não há um levantamento concreto sobre a intenção dos triticultores brasileiros em aumentar ou reduzir a área, mas em conversas informais estas intenções parecem se tender mais para a redução do que ao aumento de área. Como muitos agricultores tomam suas decisões futuras sobre os resultados do ano anterior (em vez de olharem para frente), é muito provável que isto realmente ocorra. Com isto, é provável que vá faltar trigo para o abastecimento dos moinhos do sul do país, suscitando disputas por matéria prima e, consequentemente, aumento nos preços; 
  2. Analisando o quadro atual de oferta & demanda de trigo no Rio Grande do Sul, apostaríamos que a possibilidade maior é de tendência de alta nos preços domésticos, principalmente a partir de abril e maio, quando terminar a safra de soja. Se o dólar se mantiver abaixo de R$3,20/US$ o preço do trigo nacional sobe, sem pânicos; mas, se por alguma razão, migrar para algo como R$/US$3,40, o importado fica caro e haverá corrida para o trigo nacional (inclusive de moinhos do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste); 
  3. O trigo gaúcho está realmente muito, muito baixo (sua relação com o preço do Paraná está o dobro do normal), mas, a desvantagem é que o moinho não está olhando o preço do trigo, mas o preço da farinha, que continua baixíssimo, por falta de demanda do consumidor final; 
  4. Os preços do trigo argentino, que permaneceram ao redor de US$ 165,00/FOB durante quase 6 meses e, aliados à queda do dólar, mantiveram alta a sua completividade contra os trigos brasileiros (prova que ainda há trigo argentino sendo descarregado nos portos de Rio Grande e Paranaguá, mesmo depois de colhida uma supersafra), já subiram para US$ 182/t a partir de fevereiro; 
  5. Os trigos internacionais tendem a subir na onda de Chicago, diante da redução de 1,0 milhão de acres da área plantada nos Estados Unidos. Também na Europa a consultoria Stratégie Grains cortou, na última quinta-feira, 19, sua estimativa de produção de trigo para a safra 2017/18, que começa em julho deste ano e vai até junho do próximo, projetando uma colheita de 143,8 milhões de toneladas, 1,2 milhão a menos do que a projeção anterior. Com isto, qualquer problema que ocorra com o trigo que está atualmente em dormência (alguns dos quais entraram nesta fase sem o desenvolvimento apropriado) poderá elevar significativamente as cotações ao redor do Mundo; 
  6. Diante destes e outros fatores (como excesso de posições vendidas dos Fundos nos mercados futuros, por exemplo), Chicago já subiu o equivalente a R$ 50,00/tonelada nos últimos quatro meses e continua com tendência de alta, como mostram os gráficos; 
  7. A economia brasileira tende a crescer positivamente um mínimo de 0,5% em 2017 (dependendo de algumas medidas que estão sendo estudadas poderá crescer mais), retomando alguns empregos e, principalmente, a demanda por produtos por parte da população do país. Com o um dos principais problemas do trigo é o preço das farinhas que, por sua vez, está atrelado à venda dos subprodutos massas e biscoitos, se a economia retomar, poderá haverá haver elevação nos preços das farinhas, melhorando o custo-benefício dos moinhos e da remuneração dos agricultores; 
  8. O dólar baixo está mantendo os preços dos insumos importados em níveis mais baixos: houve redução no custo do trigo há 8 meses, quando o dólar caiu para próximo de R$ 3,15/US$ (passando de R$ 40,09/sc para R$ 39,89/saca) e, de lá para cá, o Deral do PR não alterou mais os custos variáveis como costumava fazer a cada 3 ou 6 meses. Se o dólar continuar no patamar em que está (próximo a R$ 3,20) e a inflação a cair, os custos tendem a permanecer inalterados. E se, por outro lado, os preços realmente subirem, como tudo indica, o lucro estará mais próximo. (Sabemos que este “se” atrapalha, mas tudo poderá ser concretizado e garantido se você operar mercados futuros). 
“A maioria dos fatores que influenciam os preços, tanto no mercado nacional como no mercado internacional apontam leve tendência de alta nos preços para 2017. Por outro lado, os preços dos insumos tendem a permanecer inalterados ou até cair. Com isto, os triticultores brasileiros que plantarem trigo na safra 2017/18 tem grandes chances de obterem bons lucros”, conclui Pacheco.

Agrolink
Autor: Leonardo Gottems

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