sexta-feira, 27 de outubro de 2017

BALANÇO SEMANAL CNC - 23 a 27/10/2017



Conselho do Agro debate política de crédito agrícola e necessidade de modernização do seguro rural; A pedido do presidente do CNC, colegiado também se manifestará favorável ao teor da Portaria nº 1.129 do Ministério do Trabalho


CONSELHO DO AGRO — O presidente executivo do Conselho Nacional do Café (CNC), deputado Silas Brasileiro, participou, na quarta-feira, 25 de outubro, da 10ª Reunião do Conselho das Entidades do Setor Agropecuário – Conselho do Agro, realizada na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A pauta do encontro focou em seguro rural, taxa de juros do crédito rural e política de crédito agrícola.
Na oportunidade, o presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), Sérgio Agapito Lires Rial, explicou que atualmente o produtor rural não tem capacidade para negociar, uma vez que quando vende sua produção para uma trading, embora não perceba, já estão embutidos os juros.

Em relação especificamente ao Seguro Rural, que onera o produtor, o prêmio pago do seguro agrícola no Brasil é da ordem de 6% a 7% devido ao fato de não existir um mercado competitivo para seguros. Para ele, visando a uma concorrência correta, é necessária uma proposta de um modelo privado de crédito e seguro rural, nos moldes do leilão tecnológico holandês, para que se possa competir de forma linear.

O presidente executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), ministro Alysson Paolinelli, anotou que o crédito rural já foi exemplo na década de 80 e citou a transferência de recursos de crédito de investimentos na década de 60, como o Fundagro e o Funcafé, dentre outros. Ele disse, ainda, que desde o primeiro Plano Econômico o Brasil acabou com o crédito rural e o crédito de comercialização e concluiu que o grande desafio é saber como gerar a concorrência do seguro, mobilizando o setor financeiro.

O presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, que coordenou a reunião, propôs um trabalho conjunto dos comitês do setor estratégico da CNA e da entidade para que possam olhar o futuro e traçar a melhor política para a agropecuária, de acordo com os interesses da produção. Segundo ele, o que o setor sente é a evolução do sistema financeiro privado, que nos propõe soluções para o financiamento da agropecuária brasileira no futuro, sem a participação governamental.

O presidente executivo do CNC manifestou seu entusiasmo com a construção de uma política futura do agronegócio, conduzida em conjunto pela representação da CNA e da OCB. Silas Brasileiro destacou uma grande conquista proposta pelo Conselho, com apoio da Organização, na Resolução do Banco Central do Brasil n.º 4.603, de 19 de outubro de 2017, a qual dispõe sobre ajustes nas normas de financiamento com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira, autorizando a redução do spread bancário nas operações com recursos do Funcafé (até então de 4,5%), já tendo exemplos de alguns agentes financeiros praticando um spread de 2,5% a 4%.

Ao tempo em que recorda que o CNC e as demais entidades do setor são contrários a todo e qualquer tipo de trabalho análogo à escravidão, assim como repudiam trabalho forçado, jornadas exaustivas e condições degradantes, ele propôs que o Conselho do Agro se manifeste oficialmente a respeito da Portaria n.º 1.129 do Ministério do Trabalho, que dispõe sobre os conceitos de trabalho forçado, jornada exaustiva e condições análogas à de escravo para fins de concessão de seguro-desemprego.

O presidente do CNC salientou, ainda, que o empecilho do setor é que a legislação trabalhista, datada de 1943, não dá a clareza devida a trabalho análogo à escravidão, degradante e exaustivo, o que causa uma enorme insegurança jurídica ao setor. A sugestão foi acatada unanimemente e, em nome do Fórum, a CNA produzirá minuta de texto que será encaminhada para aprovação dos conselheiros e posteriormente enviada aos órgãos competentes.

Por fim, o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, João Martins, anotou que o setor precisa ser proativo e colocar seu posicionamento junto ao Governo Federal, alertando que a proposta lançada pela CNF, de modelo privado de crédito e seguro rural, vem ao encontro do que tem sido defendido pelo setor do agro brasileiro.

MANEJO INTEGRADO DA BROCA

Também na quarta-feira, o CNC e as demais entidades da cadeia produtiva lançaram, durante a Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte (MG), um vídeo sobre o manejo integrado da broca do café, com o objetivo de auxiliar os produtores no combate à praga.

A iniciativa atende a um pedido da base produtora e do setor industrial, que demonstraram preocupação com um pequeno aumento da incidência da praga nos cafezais este ano.

O material, desenvolvido em parceria com a CNA, o Cecafé, a Abic e a Abics, apresenta as ações a serem adotadas no campo para evitar o ataque da praga, focadas principalmente na correta realização da colheita. Além disso, também são disponibilizadas informações a respeito das condições climáticas mais favoráveis ao aparecimento da praga e o método de controle do ciclo de vida da broca.

Entendemos que, ao possibilitar o correto manejo dessa praga, auxiliamos para que o produtor tenha um menor custo no controle da broca e, consequentemente, evite a depreciação do seu café. Recordamos que a qualidade dos grãos beneficia todos os elos da cadeia produtiva e, com o vídeo, demonstramos que é simples mantê-la em todo o processo. Saiba como fazer o manejo integrado da broca do café: https://youtu.be/Cvd2qLWaAW4.

FUNCAFÉ — De acordo com informações disponibilizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) até a manhã desta sexta-feira, 27, o volume de recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira liberado aos agentes financeiros, com data de referência de 20 de outubro, chegou a R$ 2,508 bilhões (clique na tabela abaixo), representando 54,6% do total de R$ 4,598 bilhões solicitados na temporada cafeeira atual.
Do montante recebido pelas instituições, R$ 1,119 bilhão foi destinado para a linha de Estocagem; R$ 553,1 milhões ao Financiamento para Aquisição de Café (FAC); R$ 476,9 milhões para Custeio; e R$ 359 milhões para as linhas de Capital de Giro, sendo R$ 179,6 milhões para Cooperativas de Produção, R$ 124,8 milhões para Indústrias de Torrefação e R$ 54,6 milhões para o setor de Solúvel.
MERCADO — Em uma semana marcada por falta de interesse dos participantes no mercado internacional, os futuros do café registraram leves perdas. Em Nova York, o contrato C com vencimento em dezembro, permanece dentro do intervalo entre US$ 1,2300 e US$ 1,2550, tendo encerrado a sessão de ontem a US$ 1,2455, com queda de 70 pontos ante a sexta-feira passada. Na ICE Futures Europe, o contrato novembro do café robusta caiu US$ 25, negociado a US$ 1.995 por tonelada.

No Brasil, o clima no cinturão produtor vem melhorando, ocorrendo chuvas neste mês, mas alguns participantes entendem que as perdas nos cafezais já estão consumadas em função das elevadas temperaturas e da estiagem que prevaleceram nas semanas antecedentes.

Segundo a Somar Meteorologia, neste fim de semana o risco de temporais diminui na Região Sudeste, mas permanece a previsão para a ocorrência de precipitações em praticamente todos os Estados. O serviço alerta que as instabilidades estarão em Minas Gerais e Espírito Santo, com possibilidade de pancadas de chuva, sem elevados volumes, mas podendo vir acompanhadas por rajadas de vento e trovoadas.

Ainda de acordo com a Somar, o tempo fica firme apenas nas áreas de divisa com a Bahia, com as temperaturas continuando elevadas na parte da tarde devido ao sol que aparece no começo do dia e, por isso, a sensação é de tempo abafado.

Ontem, o dólar comercial manteve sua tendência de avanço em relação ao real, sendo impulsionado pela percepção de que dificilmente o Congresso Nacional aprovará uma agenda econômica com medidas impopulares, como a Reforma a Previdência, em função da proximidade das eleições de 2018. Na semana, a divisa norte-americana evoluiu 2,97%, cotada a R$ 3,2846.

No mercado físico, à medida que as cotações registravam movimento de alta, ocorreram alguns poucos negócios, apesar da baixa liquidez. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 448,51/saca e a R$ 374,61/saca, com variações de 0,5% e -1,1% na comparação com o fechamento da semana antecedente.





Data de Publicação: 27/10/2017 às 19:35hs
Fonte: Assessoria de Comunicação CNC

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