segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Solarização é utilizada como alternativa ao controle de pragas e doenças



Pesquisa apresentada durante o Agro-Phyto 2017, em Santa Cruz do Sul, testou com sucesso a técnica no condicionamento do solo para produção de tabaco


Os próximos passos são avaliar a produtividade e a qualidade do produto a partir da experiência.
Santa Cruz do Sul (RS) sedia até o dia 26 de outubro o maior evento mundial em torno da “ciência do tabaco”. Delegações de 22 países participam do Agro-Phyto 2017, promovido pelo Centro de Cooperação para Estudos Científicos em Tabaco (CORESTA). Nesta terça-feira, 24, as apresentações estiveram focadas nas práticas de produção, cruzamentos moleculares e nutrientes.
Um dos trabalhos chamou atenção por seu caráter sustentável. A pesquisa Avaliação da solarização do solo como ferramenta de Manejo Integrado de Pragas em pequenas áreas de tabaco no Sul do Brasil foi apresentada por Irving Berger, representante do grupo que está a frente da experiência conduzida pelo SindiTabaco.
Segundo ele, a técnica está sendo avaliada em áreas de produção de tabaco no sul do Brasil, como prática complementar ao controle de pragas. “A solarização do solo tem um histórico bem-sucedido como ferramenta ambientalmente amigável para Manejo Integrado de Pragas (MIP), usando a radiação solar para controlar uma série de agentes patogênicos das plantas”, explica Berger.
A solarização é uma metodologia exclusivamente agrícola que aproveita a radiação do sol. O solo é umedecido e coberto por um filme plástico. O efeito estufa causado pela radiação do sol tem como objetivo eliminar ovos de insetos, sementes de ervas daninhas e esporos de fungos.
Os primeiros resultados são animadores: a solarização foi eficaz na redução das populações de Ralstonia solanacearum e Fusarium sp. A metodologia também foi eficiente na redução das populações de nematoides (Helicotylenchus sp, Meloidogyne sp e Pratylencus sp) e no combate a ervas daninhas. “Os resultados sugerem que a solarização é uma ferramenta potencial e pode ser utilizada como procedimento complementar nas pequenas propriedades de tabaco, contribuindo para incrementar os princípios da produção sustentável”, conclui Berger.
Segundo o assessor técnico do SindiTabaco, Darci José da Silva, o estudo continua. “Os próximos passos são avaliar a produtividade e a qualidade do tabaco produzido com o uso da técnica”, afirma.
PASSO A PASSO – Foram selecionadas sete pequenas propriedades rurais distintas, com produção histórica de tabaco para esta avaliação. Cada área compreendia duas macroparcelas (8,4x25 m), sendo uma tratada (solarizada) e outra não tratada (testemunha). Todas as macroparcelas foram uniformemente preparadas, irrigadas e cobertas com uma película de plástico transparente. Sondas foram instaladas em todas as macroparcelas para medir a temperatura do solo a 10 cm de profundidade (dados coletados a cada hora), durante 46 dias. As amostras de solo (7 por macroparcela, tratadas e não tratadas) foram coletadas imediatamente antes e após o tratamento para análise de microrganismos, nematoides, larvas de insetos e controle de ervas daninhas. Essas macroparcelas foram submetidas à rotação de culturas com aveia preta, onde as plantas de tabaco foram posteriormente cultivadas (200 plantas por macroparcela, 4 linhas de 50 plantas cada). Essas parcelas foram avaliadas quanto à incidência de pragas, produtividade e qualidade do tabaco. Todas as macroparcelas tratadas registraram um mínimo de 577 horas acima de 40ºC a 10 cm de profundidade.



Data de Publicação: 30/10/2017 às 08:20hs
Fonte: MSLGROUP Andreoli

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