Em novo dia de estresse e volatilidade no mercado de câmbio, o dólar destoou do otimismo visto na Bolsa e levou o Banco Central a fazer três intervenções de dinheiro novo, injetando ao todo US$ 2,1 bilhões. A venda da moeda americana ajudou a conter o ritmo de valorização, mas no mercado futuro, que determina as cotações no mercado comercial, a moeda ainda subiu 1,27% e o real teve o pior desempenho no mercado internacional de moedas.
Preocupações com o ritmo de contração da economia doméstica, com o ambiente político e saídas de recursos externos ajudaram a pressionar o câmbio. Além disso, um movimento técnico de investidores estrangeiros e fundos no mercado futuro de dólar, elevando apostas contra o real, também ajudou a pressionar as cotações, de acordo com traders de câmbio. No mercado à vista, o dólar chegou a superar R$ 5,72, mas acabou encerrando o dia praticamente estável, em R$ 5,6596 (-0,03%). No mercado futuro, o dólar para maio chegou a encostar em R$ 5,73, mas fechou em R$ 5,6570, perto do fechamento na B3, alta de 1,27%.
O dólar acabou caindo no exterior ante divisas fortes e subiu em ritmo moderado em alguns emergentes. Na Turquia, por exemplo, avançou 0,55%.
"Há um conjunto de notícias que acaba não agradando", afirma o operador e economista da Advanced Corretora de Câmbio, Alessandro Faganello. Ele menciona o aumento da incerteza política e as dúvidas sobre o ritmo de contração da atividade econômica por conta da pandemia e das quarentenas, enquanto no exterior o clima é de mais otimismo, com as economias se preparando para a reabertura de suas atividades.
Para Faganello, as ações do BC logo pela manhã ajudaram a evitar piora ainda maior do dólar. Na primeira parte dos negócios, o BC atuou oferecendo swap cambial e dólar à vista, em operações que somaram US$ 1,1 bilhão. À tarde, vendeu mais US$ 1 bilhão via swap cambial, para tentar conter a forte piora do dólar futuro, que pouco antes subia mais de 2%.
O economista-chefe para América Latina do grupo ING, Gustavo Rangel, vê o dólar batendo no pico de R$ 5,80, mas caso o ministro da Economia Paulo Guedes saia do governo, a moeda americana iria para a casa dos R$ 6,00 a R$ 6,50. Caso Jair Bolsonaro queira preservar a âncora fiscal de seu governo, é essencial que Guedes fique no cargo, ressalta Rangel, em relatório.
Na manhã desta segunda-feira, 27, Bolsonaro afirmou que "quem manda na economia" é Guedes, mas o ING alerta que ainda é cedo para saber mesmo se o ministro vai se manter como principal formulador da política econômica brasileira.
Preocupações com o ritmo de contração da economia doméstica, com o ambiente político e saídas de recursos externos ajudaram a pressionar o câmbio. Além disso, um movimento técnico de investidores estrangeiros e fundos no mercado futuro de dólar, elevando apostas contra o real, também ajudou a pressionar as cotações, de acordo com traders de câmbio. No mercado à vista, o dólar chegou a superar R$ 5,72, mas acabou encerrando o dia praticamente estável, em R$ 5,6596 (-0,03%). No mercado futuro, o dólar para maio chegou a encostar em R$ 5,73, mas fechou em R$ 5,6570, perto do fechamento na B3, alta de 1,27%.
O dólar acabou caindo no exterior ante divisas fortes e subiu em ritmo moderado em alguns emergentes. Na Turquia, por exemplo, avançou 0,55%.
"Há um conjunto de notícias que acaba não agradando", afirma o operador e economista da Advanced Corretora de Câmbio, Alessandro Faganello. Ele menciona o aumento da incerteza política e as dúvidas sobre o ritmo de contração da atividade econômica por conta da pandemia e das quarentenas, enquanto no exterior o clima é de mais otimismo, com as economias se preparando para a reabertura de suas atividades.
Para Faganello, as ações do BC logo pela manhã ajudaram a evitar piora ainda maior do dólar. Na primeira parte dos negócios, o BC atuou oferecendo swap cambial e dólar à vista, em operações que somaram US$ 1,1 bilhão. À tarde, vendeu mais US$ 1 bilhão via swap cambial, para tentar conter a forte piora do dólar futuro, que pouco antes subia mais de 2%.
O economista-chefe para América Latina do grupo ING, Gustavo Rangel, vê o dólar batendo no pico de R$ 5,80, mas caso o ministro da Economia Paulo Guedes saia do governo, a moeda americana iria para a casa dos R$ 6,00 a R$ 6,50. Caso Jair Bolsonaro queira preservar a âncora fiscal de seu governo, é essencial que Guedes fique no cargo, ressalta Rangel, em relatório.
Na manhã desta segunda-feira, 27, Bolsonaro afirmou que "quem manda na economia" é Guedes, mas o ING alerta que ainda é cedo para saber mesmo se o ministro vai se manter como principal formulador da política econômica brasileira.
Real se mantém entre moedas de pior desempenho com incerteza doméstica
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar futuro se manteve em firme alta nesta segunda-feira, enquanto a cotação no mercado à vista fechou perto da estabilidade, mas distante das mínimas do dia, conforme operadores ainda se mostraram cautelosos sobre o recente noticiário político e seus efeitos potenciais sobre a economia.
O real esteve entre as moedas de pior desempenho nesta sessão e se mantém como a divisa que mais perde ante o dólar em abril e no acumulado de 2020.
Mais cedo, em uma tentativa de demonstrar união dentro do governo, o presidente Jair Bolsonaro apareceu ao lado de ministros ao deixar o Palácio da Alvorada, entre eles o titular da Economia, Paulo Guedes, e reiterou que é o auxiliar quem manda nas questões econômicas do governo.
A saída atribulada de Sergio Moro --que então gozava de status de "superministro" no governo, assim como Guedes ainda-- levantou temores de que o próximo a deixar a equipe de ministros pudesse ser o chefe da Economia.
O receio é que a instabilidade em Brasília possa fragilizar ainda mais as já combalidas perspectivas econômicas para os próximos meses, num movimento que não apenas manteria o investidor estrangeiro afastado como poderia intensificar o desmonte de posições em Brasil.
Na sexta passada, dados do Banco Central mostraram que o investidor estrangeiro se desfez em março, em termos líquidos, de um recorde de 22,068 bilhões de dólares em investimentos em carteira --somando ações e renda fixa, ambos negociados no mercado doméstico. O resultado foi 29 vezes pior que o de um ano antes.
A debandada se concentrou na renda fixa (-14,624 bilhões de dólares). Esse investidor tem pouco estímulo para voltar, dentre outros fatores, pelos retornos menores dos títulos brasileiros em comparação a alguns de seus pares emergentes, na esteira da queda da Selic a sucessivas mínimas recordes.
A moeda e a bolsa estão demonstrando que o juro não pode cair mais", disse o gestor Alfredo Menezes, da Armor Capital.
"Mesmo o fluxo sendo praticamente zerado, mesmo com o BC vendendo (dólar), a nossa moeda é a que mais apanha disparado no mundo. Tomar (DI) julho 2020 me parece uma opção de graça", acrescentou, referindo-se a uma maior atratividade, em sua visão, de posições compradas em taxa de DI.
Esse DI projeta corte da Selic nos próximos dois meses. Mas alguns analistas têm chamado atenção para o risco de uma aposta contundente em queda da Selic diante da turbulência recente nos mercados por causa do clima político local.
Na B3, o dólar futuro chegou ao fim da tarde em alta de 1,50%, a 5,6700 reais, mas chegou a tocar 5,7285 reais na máxima.
No mercado interbancário, a cotação fechou com variação negativa de 0,07%, a 5,6639 reais na venda. Na mínima do dia, atingida ainda pela manhã, a cotação desceu a 5,5370 reais (-2,31%). Na máxima, à tarde, foi a 5,7270 reais, alta de 1,04%.
O BC vendeu um total de 2,1 bilhões de dólares via contratos de swap cambial e leilão de dólar spot ao longo da sessão, mas sem impedir a performance mais fraca do real em relação a seus pares.
O dólar australiano --considerado um termômetro da demanda por risco-- e o peso mexicano, por exemplo, saltaram 1,2% na sessão.
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